sábado, outubro 29, 2005

Excertos

"A noite da selva envolve tudo com o seu silêncio especial feito de milhares de rumores. É o mecanismo prodigioso da vida, que contrai os seus músculos para facilitar o parto da Vénus nocturna, uma orquídea pequena como um botão de camisa, de viva cor violeta, que abre as pétalas com as primeiras luzes do amanhecer e morre poucos minutos depois, porque a diminuta eternidade da sua beleza não resiste à luz de Manú, que muda constantemente, segundo os humores do céu, da água e do vento." - Luis Sepúlveda in "As Rosas de Atacama"

quinta-feira, outubro 27, 2005

Pilas indianas!

Já que neste blog ultimamente se fala muito em pilas... Será que as pilas indianas sabem a caril? Temos que fazer essa pergunta à nossa amiga Isís quando ela voltar... :D

quarta-feira, outubro 26, 2005

Toda a verdade sobre Pilas e Mamas


LOL

Monstro das Bolachas

A pedido do nosso amigo Asdrubal, aqui fica a receita do bolo de bolacha.

Ingredientes:
2 pacotes de bolacha Maria
6 ovos
250 gr manteiga
250 gr açúcar
Café

Confecção:
Mexe-se bem o açucar com as gemas de ovo. Amolece-se a manteiga e mistura-se até ficar cremoso. Faz-se café e molha-se as bolachas maria. Põe-se uma camada de bolachas e uma camada de creme, até acabarem os ingredientes.
Sugestão: para apoveitar as claras, batem-se em castelo, misturam-se com coco ralado e põe-se à volta do bolo.
Depois é só saborear! Bom apetite!

sim. todas as fotografias que eu posto e não refiro o autor é porque são minhas!!!!!!! Da minha própria autoria!!

é óptimo fechar portas. digo mais, às vezes é mesmo obrigatório... senão fica uma ventania que não me entendo!

sempre gostei de pétalas de flores. lembro-me de fazer perfumes com elas quando era pequena...


sempre gostei de sonhar e achar que era capaz de chegar a qualquer sítio.


a minha mãe que me conhece bem, avisa-me do cuidado que devo ter quando meto alguma coisa na minha cabeça... alguns dos meus amigos bem sabem as coisas que já tive de fazer para me manter fiel às minhas promessas. por muito rídiculas que essas promessas sejam. por isto tenho muito cuidado com as promessas que faço a mim mesma e com aquilo que deixo que me entre na cabeça, porque só desisto quando alcanço!

esta teimosia em me manter fiel às minhas promessas e aos meus princípios deve ser para contrariar a profecia de um professor de filosofia que tive no secundário. acusou-me de corromper os meus colegas com ideias e decretou que eu seria como a geração de 68: que mais dia, menos dia iria sucumbir ao sistema... não sou tão revolucionária quanto era, mas recuso-me perder esta capacidade de acreditar em ideais.

manter-me fiel a promessas? é apenas uma faceta desta coisa que se chama esforço de concretização e de busca contínua. há um ano convidei de forma pomposa todos os que são meus amigos ou foram noutras épocas para partilharem o banco comigo nos meus 30 anos. sentada nesse banco prometi que dali a um ano estaria num dos meus destinos enigmaticamente encantados... et voilá: estarei lá para festejar o meu aniversário, tal como o prometido!

terça-feira, outubro 25, 2005

Hoje os meus pais fazem 47 anos de casados. É por causa deles que sou lírica em relação ao amor. Casaram por amor e vi o amor neles mesmos nas horas mais difíceis... Também é por isso que falo aqui disto. Não é admirável alguém estar casado tanto tempo?

se eu fosse um filme do fantástico a minha banda sonora seria Sigur Rós.

poesia # 5

Parei o carro na rua que vai dar à ponte D. Luís,
do lado de Gaia obviamente.
Fiz as medições necessárias da luz disponível
e apontei a pin-hole na direcção da ribeira do rio.
Pelas primeiras medições precisava de 20 minutos de exposição, mas depois de perceber que no inverno o sol se põe muito rapidamente, percebi que provavelmente para tirar à noite precisava de 5 horas de exposição.... que eu não tinha!
No entanto, este engano proporcionou-me um bom pedaço de tempo
de profunda magia:
Estava frio. Aquele frio cortante que associo sempre a contos mágicos.
A névoa começou a tomar conta do horizonte.
Foi chegando devagar, mas envolvente... Como quase tudo o que é intenso.
Anoitecer com aquelas cores no céu, no rio, na enconta em frente foi absolutamente fantástico
principalmente porque eu não estava a fazer nada excepto velar pela minha lata e a olhar para as imagens que queria captar naquele momento limitado no tempo e no espaço!

crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos # 27

No outro dia, estava a falar com uns amigos sobre a velha questão "será que o tamanho das pilas interessa ou não!". As opiniões são sempre unânimes entre homens e mulheres: o tamanho não é tão importante como o diâmetro ou como o desempenho; Anatomicamente as mulheres também são diferentes; Depende da química entre as pessoas; etc; etc. Às vezes sinto que tenho uma opinião diferente desta grande maioria que diz que o tamanho não é importante.
Devo referir que penso que uma pila grande demais também pode não ser agradável, mas como nunca experimentei nenhuma nessas condições não me vou pronunciar!
Posso dizer-vos que para mim, o tamanho da pila é importante. De tal forma, que em tempos deixei de me sentir interessada por um rapaz quando lhe vi a pila. Era pequena e fina. Não achei que fosse capaz de manter uma relação com ele, tendo em conta a pila. Decidi que mais valia terminar qualquer tipo de envolvimento antes que fosse tarde demais. "Desculpa, mas dói-me a cabeça... fica para outra vez" ou "Não podemos fazer isto...." Talvez ele fosse um óptimo rapaz, mas eu não podia imaginar o resto da minha vida à procura de amantes para saciar o desejo que me iria ficar de uma pila em tamanho e desempenho normal.
Poderia mentir, mas na verdade o tamanho é importante... Até para os olhos, para as mãos ou sendo ainda mais hard-core para a boca!
É o mesmo que dizer que o sexo não é importante. Talvez num nível de maturidade superior ao meu não seja... Mas para mim é. E como importante que é, pelo menos que seja bom!
Desafio as mulhres a contarem as suas experiências e adorava ler as reacções sinceras sobre este assunto delicado!

segunda-feira, outubro 24, 2005

o jantar de caracóis

Uma vez mais, encontramo-nos no sítio do costume para irmos ao restaurante habitual. Um restaurante cuja comida não é muito boa, mas é barato e e calmo, o que dá muito jeito para conseguirmos falar.
O livro em destaque foi levado pelo nosso Asdrubal. Fear and Loathing in Las Vegas do Hunter S. Thompson. Deu origem ao filme que, pelos vistos, deve ser visto por pessoas sob o efeito de substâncias que alteram a consciência. Aquilo que me pareceu realmente interessante foi o conceito do jornalismo vivencial, que poderá dar origem a reportagens que raspam o romance, como o caso deste.
Um outro livro de que se falou foi o Bons Augúrios de Neil Gaiman e Terry Prachett. Pelos vistos uma leitura da nossa realidade pela boca e olhos de um anjo e de um diabo, bem escrita e com alguma piada. Ficou uma certa vontade de experimentar.
Por último lançou-se a discussão do A loucura da normalidade de Arno Gruen. Este livro levei-o eu para estimular a conversa sobre a nossa leitura da realidade e de que forma esta pode ser re-ajustada a novas perspectivas.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Parabens Caracois

Olá a todos!!
Não queria de maneira nenhuma perder a oportunidade de dar os parabéns aos CARACOIS DA MARINA e a todos aqueles (presentes, ausentes e presentes ausentes)que fazem deste espaço, um espaço onde podemos…sonhar. Parabéns a todos!!!

Moreira

Denis Arcand

1. A queda do império americano
2. As invasões bárbaras
Em 2003 o meu filme favorito foi o que vem em segundo lugar: chorei e ri com a mesma intensidade. Ontem vi os dois. Seguidos, como se se tratasse apenas de um filme só. E a genialidade das invasões bárbaras duplica na queda do império americano. As relações amorosas com as leituras de homens e mulheres, que culmina no resultado que se vê no segundo é magnífica. De que forma é que nos mantemos fiéis aos nossos ideias? De forma é que eles nos dão um sentido para a vida? O que é que nos muda, transporta e leva para além do que procuramos? A realidade e o que vemos? O que não vemos na realidade à nossa volta.
Mas a questão fundamental tocou-me tal como antes, no final do segundo: qual o sentido da minha vida? Terei encontrado esse sentido no fim da minha vida? É a dúvida que me atormenta a minha vida indecisa, confusa e por vezes perdida. atormenta-me saber se algum dia pensarei ou perceberei que encontrei o sentido da vida que procuro todos os dias. Estou sempre à espera que se precipite em mim, uma série de acontecimentos que me conduzam ao sentido da minha vida: o que quero fazer... para onde vou... ou se quero ficar... se quero amar ou ser apenas amante... Estou sempre à espera que o sentido para a minha desperte de um canto qualquer no mundo e que possa correr para lá e re-encontrar o que talvez não tenha perdido, uma vez que nunca tive: a certeza de ter um sentido para a minha vida!
Os filmes entre outras coisas trouxeram-me esta dúvida renovada. Lindos. Com um humor soberbo e o segundo com uma fotografia fantástica.

Esqueci-me de dar os PARABÉNS aos CARACÓIS!!! este mês faz dois anos que nos mantemos no activo!

FIM
chorei
no
FIM

quinta-feira, outubro 20, 2005

poesia # 5

existem momentos de autêntica poesia:
como aquela vez em que voltei de férias e a minha sobrinha desatou a chorar com a emoção de me ver;
ou aquela outra, em que a outra minha sobrinha brincava com uma amiga imaginária (eu) porque vivemos longe;
ou a outra em que o meu sobrinho me estava a dar beijinhos para eu acordar bem disposta;
ou ainda, a última, em que a bébé começou a chorar por eu me vir embora.
a poesia dos meninos pequeninos é tão espontânea, verdadeira e reconfortante!
sinto-me inebriada pela poesia sempre simples que fazem dos pequenos momentos!


"O amor é um sonho que chega para o pouco ser que se é"
Autor: Pessoa , Fernando


"O amor é a única paixão que não admite nem passado nem futuro"
Autor: Balzac , Honoré de

E para aqueles cujo o email vem sempre devolvido!

lembro que amanhã vai haver mais um jantar encaracolado lá para as bandas do costume. Como é sexta feira podemos encontrar-nos às nove. Por favor, os livros são fundamentais para se sentarem á mesa ;)

onde está poesia do dia de hoje?
foste tu quem a levou?
já me levaste o sono... porque queres ainda ficar com a poesia.*
*se alguém puder ajudar... a encontrar... seria um grande favor!

quarta-feira, outubro 19, 2005

...

"Os grandes filósofos são também grandes estilistas. O estilo em filosofia é o movimento do conceito. Claro, este não existe fora das frases, mas as frases não têm outro objecto senão o de darem vida, uma vida independente. Escreve-se sempre para dar vida, para libertar a vida onde ela estiver presa, para traçar linhas de fuga. Para isso é necessário que a linguagem não seja um sistema homogéneo, mas um desiquilíbrio, heterogénea sempre: o estilo vai desbravar nela diferenças de potencial, entre as quais qualquer coisa pode passar, qualquer coisa pode passar-se, pode um relâmpago surgir da própria linguagem e fazer-nos ver e pensar aquilo que estava na sombra das palavras, entidades de cuja existência mal suspeitávamos."

Gilles Deleuze em entrevista ao Magazine Littéraire (1988)
In "O mistério de Ariana" de Gilles Deleuze

Agrada-me (tentar) aplicar este conceito de Deleuze a múltiplas áreas de vida. A heterogeneidade aumenta a probabilidade de surpresas e aprendizagens. O movimento potencia e propicia o viver.







Espinho. 2004



Porto. 2003.


Mindelo. 2004.

poesia # 4

Enquanto caminhava, começou a cair uma, e outra, e ainda outra pinga de chuva.
E a tentação imediata foi a de correr para fugir das pingas que me perseguiam.
De repente parei e pensei porque fugia delas.
Não me agradou a resposta... Era a fuga completa à poesia da chuva.
Decidi caminhar tão lentamente quanto conseguia e senti toda a poesia que se desprendia delas.
Foi um momento único. Molhado. Quente depois do duche.

acho que trabalho demais... senão vejamos:

No sábado estava no jogo do Porto. Estádio do dragão. Se pnsarmos só nas pessoas que estavam no relvado: Um operador de câmara é meu formando e o enfermeiro dos dragões foi meu formando. Se só dou formação em part-time como é que parece que a minha vida se rodeia de ex-formandos ou de formandos???!!! Trabalho demais... Só pode ser essa a moral a tirar destes factos!

Crown of Love (Arcade Fire - Funeral)

linda. sem mais comentários...




They say it fades if you let it,
love was made to forget it.
I carved your name across my eyelids,
you pray for rain
I pray for blindness.
If you still want me,
please forgive me,
the crown of love has fallen from me.
If you still want me,
please forgive me,
because the spark is not within me.

I snuffed it out before my mom walked in my bedroom.

The only thing that you keep changin'is your name,
my love keeps growin'still the same,
just like a cancer,
and you won't give me a straight answer!
If you still want me,
please forgive me,
the crown of love has fallen from me.
If you still want me please forgive me
because your hands are not upon me.

I shrugged them off before my mom walked in my bedroom.

The pains of love, and they keep growin',
in my heart there's flowers growin'on
the grave of our old love,
since you gave me a straight answer.
If you still want me, please forgive me,
the crown of love is not upon me
If you still want me, please forgive me,
cause this crown is not within me.
it's not within me, it's not within me.
You gotta be the one,
you gotta be the way,
your name is the only word that I can say
You gotta be the one,you gotta be the way,
your name is the only word,

crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos # 26

"- De certeza que não vens para cá morar? É que se vieres eu não me caso!
- Casa-te. Mesmo que vá para aí morar algum dia, isso não muda nada!"
(casou-se passado 15 dias e já tem um filho. foi o meu primeiro namorado. é alentejano. com ele percebi uma série de coisas diferentes da minha realidade)


"- Onde vives?
- Uhm?
- Sim. Estou cá no Porto. Vou casar para a semana, mas não tenho bem a certeza. Preciso estar contigo para saber se não vou fazer asneiras.
- Se chegaste até aqui já devias ter a certeza. Não vamos estar juntos... Felicidades!"
(casou-se passado semana. nunca mais falamos. foi um namorado com um enredo psico-dramático, que até meteu uma situação de coma pelo meio. é beirão. e foi uma paixão do mais platónico que já tive)

Pergunto-me se é o medo de casar ou se é o medo que tiveram quando não foram capazes de se esforçarem por mim, que os faz voltar a tentar ter a certeza! Acho que ambas as possibilidades podem ser reais.

terça-feira, outubro 18, 2005



e dizer mais para quê?

O Castelo Andante

É o novo filme de animação do realizador Hayao Miyazaki, o mesmo de "A viagem de Chihiro" e criador, entre outras, de uma das séries que povoou a nossa infância: "Heidi".
Um belo filme do realizador de 64 anos que, por aversão aos computadores, realizou muitas das etapas deste filme à mão.
E é engraçada a sensação de estar num cinema em que grande parte dos espectadores são adultos, mas que exteriorizam as emoções como se de crianças se tratassem (eu incluída).
E tem ainda o dom de nos fazer sair de uma sala de cinema mais leves, com uma serenidade própria de quem acabou de ver um filme "à maneira antiga".

Miguel Rio Branco




fotógrafo da magnum.

(quando for grande gostava de fotografar assim...)

Sebastião Salgado


saibam mais sobre este fotógrafo do mundo!

crónicas de uma rapariga gira de 30 anos sem namorado # 25

há 10 anos atrás identificava-me com a Tereza*... hoje com mais onze anos e algumas experiências identifico-me com a Sabina*...
* da insustentável leveza do ser

Kundera # 5

"Sentia uma vontade terrível de lhe dizer, como a mulher mais banal: não me abandones, deixa-me ficar ao pé de ti, subjuga-me, sê forte!
Quando Franz se libertou, apenas lhe disse: «Estou tão contente por estar contigo!» a sua descrição habitual não a deixou dizer mais nada." (sabina)
pp. 108
A insustentável leveza do ser
Editores reunidos, lda

segunda-feira, outubro 17, 2005

Equador

Estou a ler o Equador de Miguel Sousa Tavares. É interessante ver o Portugal de 1905, a decadência da monarquia, a ebulição dos movimentos republicanos, a dinâmica em torno das e nas colónias... Estou a gostar também porque sempre me interessou a História de Portugal, como já referi a propósito do "O último cabalista de Lisboa" de R. Zimler.
Uma das passagens a que achei piada foi esta, passada em S. Tomé e Príncipe:

"- E o secretário, o senhor Agostinho, é casado, ele?
Sebastião fez uma pausa e olhou de viés. Luís Bernardo percebeu que vinha aí uma informação codificada.
- É, é casado... com uma senhora de cá.
- Ah... - "com uma preta", pensou Luís Bernardo.
- Mas o pai dela era português... - apressou-se a completar Sebastião.
"Uma mulata", concluiu Luís Bernardo.
- E isso faz diferença aqui, entre os portugueses?
- Entre os brancos, dotôr? Então não havia de fazer diferença? Branco é branco, preto é preto, mas mulato, aqui, não beija mão nem dá mão a beijar. (...) "

É estranho como em 1905 - 400 anos depois das Descobertas - a mistura de raças ainda fazia tanta confusão, tanta "diferença".
É estranho como em 2005 ainda continua a fazer...

"- Não vale a pena vires, porque não me apetece estar contigo.
- Porquê?! Não sei bem... Talvez tenha medo de me apaixonar por ti.
- Pois. O medo arranca-me a coragem. Não te consigo ler e por isso tenho medo...
- Sai!"

tão mágica que ela é nesta música...


Música de Adriana Calcanhoto sobre poema de Mário de Sá-Carneiro


Eu não sou outro nem sou outro,
sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro.

(Lisboa, fevereiro de 1914)

Hoje acordei a ouvir Arcade Fire... Mas nem assim consegui ficar bem disposta. A música é boa. Eu não me sinto bem. Nem sequer é uma boa contradição. Alguém conhece algum buraco para eu me enfiar.

Kundera # 4

"Não há, portanto, razão nenhuma para censurar aos romances o seu fascínio pelos misteriosos cruzamentos dos acasos (por exemplo o encontro de Vronsky, de Ana, do cais e da morte, ou o encontro de Beethoven, de Tomas, de Tereza e do copo de aguardente), mas há boas razões para censurar o homem por ser cego a esses acasos na sua vida quotidiana e assim privar a vida da sua dimensão de beleza."
pp. 59
A insustentável leveza do ser
Editores reunidos, lda


para quem me conhece: já sabe que eu deliro com as "profecias celestinas"...
para quem não me conhece: fica a saber que eu adoro o encanto de uma boa coincidência; procuro-as e ponho-as numa moldura para melhor as contemplar...

Kundera # 3

"Tomaz pensava consigo próprio que ir para a cama com uma mulher e dormir com ela são duas paixões não só diferentes como quase contraditórias. O amor não se manifesta através do desejo de fazer amor (desejo que se aplica a um número incontável de mulheres), mas através do desejo de partilhar o sono (desejo que só se sente por uma única mulher).
pp. 19
A insustentável leveza do ser
Editores reunidos, lda

Kundera # 2

"A partilha do sono é o corpo de delito do amor."
pp. 18
A insustentável leveza do ser
Editores reunidos, lda

Kundera # 1

"Censurava-se intimamente, mas acabou por pensar que, no fundo, não se saber o que se deve querer é normal"
pp. 12
A insustentável leveza do ser
Editores reunidos, lda

sexta-feira, outubro 14, 2005

um dos meus preferidos....



Chagal.

Arsenii tarkovskii (1907-1989)

E agora sonho com
Um branco hospital entre as macieiras,
E um lençol branco sob o meu queixo,
E um médico de branco que olha para mim,
e uma branca enfermeira à cabeceira
Batendo as asas. Estavam todos ali.
Quando a mãe veio, acenando -
E partiu...

(8 Ícones; tradução de Paulo da Costa Domingos; Poemário Assírio e alvim 2005

quinta-feira, outubro 13, 2005

Um blog por dia (16)

vale a pena passar por e ver Portugal no seu melhor!

poesia # 3

Quando vivia na outra casa, tinha uma varanda.
Era um dos sítios onde passava mais tempo...
Devia ser o contacto com o exterior!
Nas noites de insónia gostava de fumar cigarros na varanda,
mesmo quando estava frio e chovia!
Houve momentos que estão gravados na minha memória.
Um desses momentos é autêntica poesia:
Na casa em frente (um daqueles prédios típicos dos anos 70) vivia um casal de idade e a Senhora sofria de insónias. Era a minha companheira distante da varanda. Houve um dia, em que ela me disse um adeus tímido... Mas eu senti-me tão acompanhada como se tudo fosse magia!

Um blogue surpreendente....

... para quem gosta do Porto.

... acho ainda que alguém deveria fazer um filme sobre a vida e obra de Fátima Felgueiras. Seria um sucesso nas categorias fantástico / suspense / eu cá faço o que bem me apetece.
(Esta ideia pode ficar para daqui a uns anos, pois muita água ainda vai correr por baixo daquela ponte. Isto promete!)

quarta-feira, outubro 12, 2005





cores de Frida Kahlo.
um momento de magia.
(tirei do site oficial da pintora.)

Crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos30 anos # 24

No ano passado desejei tanto ter trabalho para fazer em Lisboa... Tinha lá uma espécie de namorado e gostava de passar tempo com ele!! Mas o desejo foi satisfeito este ano: é a 7ª semana consecutiva que vou para Lisboa. Desta vez dar formação. A ironia é que este ano já não tenho esta espécie de namorado... Só falta agora arranjar um namorado cá no Porto e passar a minha vida a ir para Lisboa... sem tempo para estar cá no Porto!
Ainda dizem que não temos o que desejamos?
Temos. Não temos sempre é no timing nem forma que queremos...

O quê?
Não sei... vou embora, porque não tens lugar para mim na tua vida!
Uhm?!?!

poesia # 2

andar de carro na auto-estrada, com a chuva a cair torrencialmente.
não ver nada para além do próprio carro
e sentir-me no meio de uma nuvem gigante.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Curiosidade

Hoje é feriado nacional na Índia. Perguntem como é que descobri....

crónicas de uma rapariga gira de 30 anos sem namorado # 23

Hoje perguntei-me a mim própria se a partir dos 30 anos as mulheres começariam a libertar algum odor especial quando não tivessem namorado.
Senão vejamos:
Durante os últimos anos tenho feito imensas viagens de âmbito profissional. Exactamente como agora!! No entanto, agora acontecem-me coisas estranhas com mais frequência... Para quem tem lido as crónicas vai estando actualizado. Hoje voltou a suceder uma situação que deu origem ao pensamento que expus no início da crónica! Um belo rapaz em idade casadoira perseguiu-me pela cidade de Lisboa por mais de 20 Kms. Ultrapassagens. Sinais. Colocava o carro dele ao lado do meu. Enfim... Quando finalmente parei, estacionou ao meu lado, abriu o vidro e perguntou se me podia oferecer um café. Respondi-lhe " Não obrigada, mas não tenho tempo." Voltou a ligar o carro e foi embora. Pelo menos não era dos chatos... UFA! Nunca me aconteceram tantas situações destas como nos últimos meses...
Acabou de me ocorrer outra explicação!! Estas situações aumentaram quando comecei a escrever as crónicas... Será que inconscientemente provoco as situações para ter "material de trabalho"?
Aceito os vossos pareceres relativamente às duas explicações que apresento...

domingo, outubro 09, 2005

"Haja Democracia"

...E chega o homem que tem como nome o mesmo o do astro-rei, madeirense, a Gondomar e diz, depois de tomar o pequeno almoço, para o tasqueiro:
"Haja democracia"


E eu penso:
Fantastico!

quinta-feira, outubro 06, 2005

o trabalho está a entupir-me as ideias, a cabeça, o espírito, a alma, a criatividade, a paciência, a dedicação, enfim... o trabalho entope tudo!!! é por isso que nem uma cronicazinha sai cá para fora.

Encalhada - episódio 1 (e único, espero bem)

- Já casaste?
- Não. Porquê?
- Sei lá, gosto de saber essas coisas acerca das pessoas... Mas despacha-te, olha que já estás a passar de prazo!

... e o pior é que não a pude mandar lixar porque estava em trabalho...

terça-feira, outubro 04, 2005

poesia

ontem senti-me mesmo no centro de um poema
passava da meia noite.
vinha de carro sozinha.
música em altos berros.
e de repente o poema:
numa rua comprida caíam as folhas amarelecidas pelo outono a rodopiar numa dança mágica.
foi o meu momento de poesia.
é por isto que eu gosto do outono.
é pelas danças mágicas que as folhas fazem pelas noites.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Charlie e a Fábrica de Chocolate

Uma vez mais Tim Burton surpreendeu-me.
E fez-me sonhar... com chocolate!!! Nhaamm...
Uma viagem ao mundo das ilusões, da fantasia, da infância nunca perdida...
O filme é um tanto moralista, mas eu perdoo o Tim.
E, mais uma vez, Jonhny Deep no seu melhor (como se fosse de esperar outra coisa!!!)

P.S.: Aconselho a verem com crianças: é delicioso ver as suas expressões!!!

serviço público

Na quinta feira passei várias horas a tentar resolver alguns assuntos, naqueles locais que me causam urticária só de soletrar os nomes. Das várias ocorrências salientam-se as seguintes:

1. Conservatória de registo predial: 1h e 30m à espera, para além das 2 h iniciais, só porque lhe disse que escusava de ser antipático por eu não perceber nada à primeira... porque continuei sem perceber, fui fazer um telefonema e quando voltei tive de tirar nova ficha!

2. Repartição de finanças: paguei uma dívida de irs, mas como continua a aparecer na internet fui lá saber o que se passava; "esse assunto só depois das eleições, porque o colega que trata disso está de licença de canmpanha eleitoral". Sem palavras...

3. Centro de saúde: fui para tomar a vacina da hepatite, mas não me queriam dar porque agora que o sistema é informatizado teria de ser no meu CS... o conceito de informatizado... mas se pagar a um enfermeiro, ele pode dar e não há problema por não ficar registado. (estamos a falar de uma vacina que eu compro e que demorou 2 minutos a administrar!!!)

enfim... imaginem o meu humor ao fim disto tudo!

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