sexta-feira, abril 29, 2005

Construtivismo: rever o passado literário

Recebi a lista de perguntas do Juraan Vink. Não consegui responder no imediato, porque como tudo o que me sai da alma, apenas aparece quando lhe apetece. Tenho uma alma indomável e não tenho “mão nela”...

Não podendo sair do Fahrenheit 451 que livro quererias ser?
Cem anos de solidão do Gabriel Garcia Marques, porque além do livro, guardava os cheiros, as cores e as vozes....

Já alguma vez ficaste apanhadinho por um personagem de ficção?
Acho que não... talvez sim... talvez não! A única personagem que me veio à memória foi a Anna Karenina do Tolstoi na Sibéria... que li à quase vinte anos. E que continua presente em mim a sensação da força e determinação do amor.

Qual foi o último livro que compraste?
Este mês excedi-me nos livros que comprei. Existem deprimidas que compram roupa; eu sou a deprimida que compra livros e música!!! E semana passada comprei: “Fahrenheit 451” do Ray Bradbury (Publicações Europa- América),”O Grande Gatsby” de F. S. Fitzgerald (Editorial Presença).. “Na américa” de Susan Sontag (Gótica Editora).


Qual o último livro que leste?
Fahrenheit 451, porque havíamos falado nele no penúltimo jantar de caracóis. Sem dúvida, um livro que eu nunca pegaria numa prateleira, mas absolutamente fantástico. Achei soberbo... (depois podem passar aqui para verem o comentário ao livro!!). Antes tinha acabado de ler o Mulheres Apaixonadas de D. H. Lawrence que já comentei no blog que foi um livro que me deixou muda e parada em muitas passagens... como se estivesse a absorver qualquer coisa fantástica protegida pelas palavras do autor!

Que livros estás a ler?
O “Grande Gatsby” de F. S. Fitzgerald (Editorial Presença). “Na américa” de Susan Sontag (que confesso só ter comprado porque a protagonista se chama Marina e o primeiro parágrafo pareceu-me interessante). A “loucura da normalidade” de Arno Gruen (Assírio e Alvim). “A serpente cósmica, o ADN e a origem do saber” de Jeremy Narby (Via Optima). “A janela visionária” de Amit Goswami (Editora Cultrix). E na verdade ando perdida entre tantos livros...

Que livros levarias para uma ilha deserta?
Parto do pressuposto de que poderia escolher alguém para ir comigo, porque eu gosto tanto de falar, que sozinha enlouquecia! Além de levar os livros que referi estar a ler actualmente, levava livros do Dostoyevski, Tolstoy, Gabriel Garcia Marques, Tolkien... e todos aqueles livros com muitas páginas que acho sempre que não vou voltar a ter tempo para ler descansada!

E é claro que eu vou passar este inquérito a outras pessoas!!! Eu sou uma pessoa que preza a promoção de contactos entre as pessoas e de preferência entre pessoas que não conheço!!

Assim, passo este "inquérito literário" para a http://www.questuver.blogspot.com/, porque me identifico com a sua forma de escrever; para o http://poetrycafe.weblog.com.pt/, porque gosto deles; e para o http://cidadesurpreendente.blogspot.com/, porque as imagens também são poesia!

quinta-feira, abril 28, 2005

Comentários

O que é que se passa com os comentários ao blog?
Espero que não ande por aí nenhum movimento a tentar calar a voz dos que têm alguma coisa a dizer!!!
Alguém sabe como resolver isto?
(Sigmundo???)

Vera Drake

Um filme excepcional!! A não perder...

Triunvirato

como qualquer grupo machista que se preze: mulheres só na cozinha ou como secretárias. como não têm cozinha, fui eleita a secretaria em serviço não permanente! poderia escrever muito mais, enquanto secretária (aquela que sabe sempre mais das partes, do que sabem todos), mas o sigilo obriga-me ao silêncio. o silêncio nos grupos secretos é uma coisa importantíssima! acho lamentável alguém emancipada como eu, ter-me sujeitado a este papel: a vida é surpreendente.

alma

a música ilumina e alimenta a minha alma.

quarta-feira, abril 27, 2005

amarela

será da minha camisa amarela?!! é que sinto-me um bocadinho de sol!!!

sol. calor. música

sair de casa e ouvir o dia. sentir na pele o calor da manhã. olhar. o sol a aquecer. e sair de casa a olhar, e a sentir o sol e a ouvir a luz do dia. sinto-me. não me sinto. mas está sol. sinto-o. e é fantástico largar-me por aí num dia destes. se pudesse de certeza que levantaria e começaria a caminhar com os pés a deslizar pelo chão. se pudesse... mas sinto-me assim.

tinha saudades de acordar como hoje acordei. a sentir o sol, a ouvir a luz do dia e com vontade de estar. simplesmente estar contigo ou comigo.

sair para qualquer lugar e ouvir o dia.

terça-feira, abril 26, 2005

covil

ficar parada. fechada em casa. em que mais do que eu própria é quase uma multidão. o sofá parece o nosso melhor amigo e a televisão calada enquanto ouvimos as músicas que escolhemos. de repente, as paredes aquecem-nos e parece que nada pode ser pior do que voltar a sair e enfrentar o mundo. aparece o pânico de ter de enfrentar novamente o mundo. não consigo quase conceber a ideia de sair do aconchego das minhas paredes. enfrentar novamente o ar gélido que teima em perseguir. lêm-se livros. escreve-se e pensa-se.

pode tornar-se quase uma dependência pela segurança do calor da casa. pelo calor da solidão. pode tornar-se um engano. pode tornar-se uma fuga. pode tornar-se numa prisão.

e depois outro dia vem e faz-se um esforço por sair a medo.... e afinal não é assim tão mau quanto se pensa... de facto, é preciso fazer-se um esforço por não se deixar perder nas cadeias que criamos a nós mesmos!

Sorte

às vezes sou uma gaja de sorte e nesses dias cai-me um bilhete para ir ver os U2 em Agosto!!!!!!!!!

Picasso e Einstein

E se, no início do século XX, num bar parisiense, se encontrassem Picasso e Einstein? É este o mote para uma peça de teatro agradável e educativa, escita pelo actor/autor Steve Martin, onde brilham os actores Pedro Górgia e Sofia de Portugal, e onde somos visitados, igualmente, por Marilyn Monroe e por Elvis Presley! Um serão aprazível...

segunda-feira, abril 25, 2005

Quanto mais quente melhor

Apresento-vos o blog aqui da Elentári: www.qmqm.blogspot.com
Superficial, nada de especial, mas tinha que o fazer.

ANANIL: Arte + Natureza (Montemor-o-Novo, 13, 14 e 15 de Maio)

Ora aqui está um evento mesmo à minha moda: interessante e cheio de respeito pela mãe natureza!
Dêem um salto ao sítio: www.ananil.com
Porque não um "passeio" de caracóis até lá?

quinta-feira, abril 21, 2005

exercício de exorcismo

olhar para estas pedras que piso hoje e senti-las de maneira diferente de outrora: é um exercício de exorcismo....

quarta-feira, abril 20, 2005

outros tempos

houve tempos em que o sigmundo dizia que isto se iria tornar num blog só dele, mas agora sinto a falta dos comentários dele! por onde andas? Queres que isto fique o "diário de marilú" (ou seja o meu blog?!!)

coisas diversas

existem coisas que gostamos de fazer. existem coisas continuamos a gostar. e outras que gostamos em tempos e agora preferiamos não ter de fazer.

terça-feira, abril 19, 2005

SAL

A propósito de um contratempo laboral, ouvi hoje alguém considerar que as dificuldades eram "o sal da vida".
Transportando o tema para este blog, gostava que me respondessem à pergunta:
Qual é, na vossa opinião, o sal da vida?

D.H. Lawrence: sem comentários!

"Se as mulheres, como se diz, devem ser amantes ou esposas, gudrun pertence à primeira categoria.
- E todos os homens amantes ou maridos - acrescentou ursula. - E por que não as duas hipóteses?
- Uma exclui a outra - ripostou ele, divertido."
(pp. 391, Mulheres Apaixonadas, relógio d'água)

Inspiração: D.H. Lawrence

"- Em qualquer parte, não, mas em parte nenhuma. Em nenhum lugar, sim! Não ter poiso definido! Não me falem em residência permanente. Logo que temos um quarto. e que o damos por completo, o nosso desejo é fugir dele." (Mulheres Apaixonadas, relógio d'água, pp 377).

ontem estava a ler isto à noite a lembrar-me de uma ideia cada vez mais recorrente: já pintei todas as paredes da minha casa, já não posso fazer mais alterações (pelo menos que me interessem....) e por mim, mudava de casa... e o pior é que isto não me sai da cabeça!

agora queria uma casa na ribeira, último andar, com vista para o douro e com montes de coisas para restaurar: um projecto que me ocupasse mais do que 2 anos!

detesto olhar para uma casa como uma coisa estática e para sempre. soa-me a um compromisso sem sentido! se tenho de ter compromissos que seja com um homem, com os meus princípios, com os meus sonhos, com os meus amigos.... e nunca com uma casa!

segunda-feira, abril 18, 2005

dias especiais

todos os dias nos acontecem coisas especiais. pequenas, pequeninas coisas especiais...

hoje veio-me à memória uma imagem do filme "mar adentro": ele a cair e a bater com a cabeça no fundo do mar... por vezes precisamos cair e bater fundo para recomeçarmos, uma vez mais, a dar valor às pequenas coisas que nos acontecem cada dia!

precisei bater com a cabeça bem lá no fundo para conseguir responder à pergunta que a minha irmã me fez na semana passada: "quais são os teus sonhos?" de vez em quando preciso de sentir-me cair para perceber. hoje senti-me outra vez!

os nossos sonhos fazem-nos perceber o especial das pequenas coisas. o especial que é sorrir e rir. o especial que é dizer a alguém que tem um sorriso bonito. o especial que é encontrar pessoas especiais. e o quanto especial é existir e aproveitar cada coisa no seu lugar.

sinto-me especial. sinto-me ligada ao universo.

obrigada por todas as coisas especiais que me caem das nuvens de um céu qualquer!

jantar de caracóis

mais um jantar de caracóis. continua a manter-se o espírito: ausência de espírito estável. cada um igual a si próprio. gosto mais de uns do que de outros. este não se falou muito de livros: pelo menos de uma maneira formal. de qualquer das formas, com os ventilan na fnac já tinha ouvido alguns textos. gostei imenso da forma como alguns textos foram ditos... fui levada às lágrimas pela beleza de um poema.... e achei que os improvisos musicais davam uma cor diferente às leituras! falou-se pouco da "ana gavalda". eu não falei da "anais nin" enquanto leitura da minha adolescência... e formação sensual provocada por ela e pelo Henry Miller. o efeito evel afastou alguns dos seus caracóis da cena.

mas foi mais um jantar e eu aprecio-os todos!

sol

... nada como uma boa chuva antes, para se ver o sol com outro brilho!

domingo, abril 17, 2005

Às vezes

Às vezes vejo-te e sinto o teu olhar.
(Às vezes cruzava o teu olhar com o meu.)
Às vezes sinto mesmo muita curiosidade.

Um dia decidi que a curiosidade faria de mim nuvem negra em céu azul.

Mas continuo a ver-te, às vezes...

hoje

hoje está a chover: lá fora e cá dentro. uma chuva miudinha que molha devagar, mas que quando chegas ao fim de umas horas estás encharcado!

hoje apetecia-me ir por aí. parar aí e ver-te. olhar e perceber. ou não perceber nada. mas no final ficar feliz....

no entanto, hoje, não vou a lado nenhum e nem sequer quero guarda chuva para me abrigar da chuva!

sábado, abril 16, 2005

o momento primordial

Há um momento primordial.
Aquele em que as estrelas e tudo se conjuga
Até aqui fui o baterista. aquele que marca o ritmo.
Em certas alturas também o baixista, aquele que dá alma ao ritmo.
Apetece-me pegar na guitarra.
Aquele que rasga a existência com acordes que não se espera.
Já com um olho no vocalista.
Aquele que lidera,
Aquele que transmite a palavra.
Há um momento primordial.
Aquele em que pegas na guitarra. E cantas ao microfone.
Há um momento primordial.
Aquele em que tudo é possivel.
Aquele em que o baterista se torna vocalista.
Aquele em que tomas como teu o microfone.
Chegou esse momento.
Porque o momento primordial se insinou em ti.
E tornou-se tu.
É este o momento primordial.
Em que tudo se transforma.
Porquê? não sei. Como ? também não.
Mas que tive um lampejo do momento primordial, tive.
E que belo é o momento primordial.
Deus sentiu isto no seu primeiro acto de criação.

sexta-feira, abril 15, 2005

surreal

achei piada ao teu telefonema de hoje à noite! com que então, se não consegues falar comigo, agora podes vir ao blog e é como se o tivesses feito?!! fizeste-me rir... muito. tanto, quanto hoje as nuvens por cima de mim na hora de almoço.

pois tenho outra coisa a dizer-te. um dia disseste que eu gostava do surrealismo, porque eu própria era surreal... se isso é verdade, não sei... acho que nem por isso... mas que me acontecem coisas muito surreais: isto sim, já é verdade!!

mas estas, querido vais ter de falar directamente comigo para que eu as possa partilhar!!

Cão como nós

"Cão bonito, dizia eu, em momentos raros. E era um acontecimento lá em casa. Os filhos como que se reconciliavam comigo, minha mulher sorria, o cão começava por ficar surpreendido e depois reagia com excesso de euforia, o que por vezes me fazia arrepender da expressão carinhosa.
Cão bonito. E ei-lo aos pulos, a dar ao rabo, a correr a casa toda.
Digamos que aquele cão era quase um especialista nas relações com os humanos. Tinha o dom de agradar e de exasperar. Mas assim que eu dizia - Cão bonito - ele não resistia. Deixava-se dominar pela emoção, o que não era vulgar num cão que fazia o possível e o impossível para não o ser" - "Cão como nós", de Manuel Alegre.

Este é um livro fantástico, de uma tão grande e bela simplicidade que questionamos como é que é possível escrevê-lo. Confirmou-me que Manuel Alegre é o Jorge Palma dos livros: escreve poesia em prosa...

José Régio

“...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe,
Mas eu, que nunca principio, nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!”

In Poemas de Deus e do Diabo; José Régio; Edições Quasi; pp. 47, 48, 49
(não sei o que me deu para pegar neste livro hoje, mas decidi partilhar este final...)

renegar

Fazer coisas em que não se acredita é um acto de profunda incoerência, não é? Faz-me lembrar a passagem Bíblica em que Pedro renega Cristo 3 vezes, apesar de crer em Deus. Será que a mensagem era a de todos nós renegamos a coisas em que acreditamos em determinados momentos que vivemos?

silêncio

Silêncio. Será que compreendem a necessidade do silêncio de apenas escrever? Não me apetece falar. Apetece-me sentir. Apetece-me ouvir música tão alta que cale os gritos que estão a fazer eco na minha cabeça. Dançar como ritual a um Deus qualquer. E tudo isto no silêncio de não ter que explicar os porquês do meu silêncio. E sorrir perante o silêncio. Sonhar no silêncio sem se ter que explicar “o quê”.

Não me apetece falar sobre nada. Apenas pensar e sentir o que penso. Será que compreendem o quanto as palavras azedam a nossa existência? Será que entendem que a linguagem das emoções vai para além das palavras limitadas pelo nosso vocabulário pobre para as expressar? As emoções são essencialmente silêncio. Aquele que perdura no tempo que não possuímos nem conhecemos. Sentimos e sabemos que existem, mas não conseguimos explicar e por isso o silêncio.

Talvez por isso o silêncio seja tão incomodativo para algumas pessoas. Partilham as emoções aos olhos atentos. Deixam cair o pano do espectáculo que encenam. A melhor descrição de alguém que quis estar em silêncio, li-o n’ “A casa dos espíritos”. Como acontece na maior parte dos livros latino americanos que li, lá eles enquadram a realidade num mundo fantástico que chega às nossas emoções quase em estado puro.

Estar em silêncio. Essencialmente poder sentir sem encontrar explicações, porque falar implica encontrar lógica que nos ponha em contacto com o outro e isso afasta-nos do que estamos a sentir e do contacto entre almas. Deve ser por isto que estar em silêncio com algumas pessoas é tão reconfortante: o contacto entre almas.

E um dia apetece-nos falar. E fala-se. Sobre o que se sabe e sobre o que se quer aprender e aí as pessoas à volta acham que voltamos a estar normais, como se a normalidade não fosse também estar em contacto com as nossas emoções que fazem o colorido de todo o cenário. Imaginam um cenário monocromático?

(banda sonora: “Jóga” – Bjork)

quinta-feira, abril 14, 2005

óculos de sol

lembram-se daquela música da Madalena Iglésias sobre os óculos de sol? pois. este post não tem nada a ver com ela... mas lembrei-me dela e decidi partilhar! o que já me diverti a cantá-la!!! dá-me vontade de rir só de pensar em algumas cenas justificadas pela música...

no entanto, do que eu tencionava mesmo escrever era sobre um dos meus pensamentos mágicos! e então, aqui vai: andar de óculos de sol não deixa que as pessoas me vejam! e com isto, já deixei de cumprimentar pessoas, falar com elas, e de me sujeitar a avaliações do exterior. tudo, porque os meus óculos de sol tornam-me invisível aos olhos dos outros. ás vezes só me apetecia andar de óculos de sol: de manhã à noite!

acho que é fácil perceber porque é que os meus óculos de sol me tornam invisíveis: se pensar que através do olhar lemos muito mais do que aquilo que é dito, então desejo ocultar o que de verdadeiramente sinto...

apetecia-me tanto andar de óculos de sol... e tornar-me invisível aos olhos de todos!

quarta-feira, abril 13, 2005

pensamento mágico

existem pessoas que pensam que as coisas se alteram sem que elas façam nada por isso. chama-se a isso ter um pensamento mágico, porque que com um simples toque de magia o mundo à volta delas será alterado... quanto a mim parece-me que as pessoas têm de se esforçar elas próprias para que as coisas se alterem: e depois poderão pensar que foi a magia do momento....

Casa da música. www.casadamusica.com

apesar das controversas lá temos a casa da música a dar um novo ar á rotunda da boavista. quanto a mim, acho que a obra está muito bem conseguida. fico igualmente feliz por se começarem a organizar coisas diferentes na cidade e por isso achei por bem divulgar a festa:


Sábado 16 Abril 2005 23:30, Foyers + Sala 2APGVladislav DelayI-WolfEllie

"ÁREA LOUNGE DJ CHICO FERRÃO, DJ PAULO RODRIGO E DJ DJACI E FUNKATEERS ÁREA ELECTRÓNICA TIGERTAILS (DJ LEO MARTIN E DJ CRIS), DJ MAFRA, B:KAS E VJ CÁTIA SUL > VISUALS ÁREA CHILL OUTWORLD LIVEDJ IVO, DJ BOB FIGURANTE, PHILHARMONIC WEED (REGGAE), SEMENTE (MÚSICA AFRICANA) Vladislav Delay DJ set + Lillevan visuals I - Wolf (Live) + Timo Novotny visuals DJ Ellie


Evitando os lugares comuns das velhas influências e procurando evoluir por um caminho muito pessoal, que se enquadra plenamente na concepção do edifício da Casa da Música, Vladislav Delay vai estar acompanhado de Lillevan, um dos Vj´s mais importantes da cena electrónica de Berlim. Wolfgang Schlögl o líder dos Sofa Surfers, uma das bandas mais importantes da cena electrónica de Viena, regressa a Portugal com o seu novo projecto ao vivo, o estupendo I-WOLF & BURDY MEET THE BABYLONIANS. I-Wolf será acompanhado por Timo Novotny na qualidade de VJ. Para terminar a noite, nada melhor do que Ellie, uma Dj de Brighton habituada à abrir as performances dos Asian Dub Foundation."

There is always the Sun

Noto alguma melancolia por aqui. Desde miúdo que me treinei para em situações mais complicadas/tristes/etc a me lembrar duma música dos Stranglers, em que cantam "There is always the sun". Há sempre o sol, apesar de tudo o que possa andar a chatear/magoar/etc.
Há sempre o Sol.
Já repararam que está sol?
Se calhar é melhor gritar:
Já repararam que está sol?

There is always the sun
Always the sun
Aaaaalwaaaays the Suuuuuuuuuuuuuuuuuuunnnnnn!!!

Sai do quarto/gabinete e vai cinco minutos para o sol. As coisas tomam outra perspectiva. Troca a Isis pelo Osiris...

electricidade

sinto-me desligada: alguém se importa de voltar a ligar a electricidade?

dormir

hoje não me apetecia acordar. estive 2 horas a desligar o despertador. pelo menos nos meus sonhos tu estás comigo e como tenho saudades tuas queria poder dormir muitas horas....

D.H. Lawrence

D. H. Lawrence. Mulheres apaixonadas. Cada página que leio fico parada no tempo, como se cada página encerrasse em si qualquer coisa que me iria mudar para sempre. Nem sempre consigo ler, porque é como se me alterasse com a escrita dele. Nem sempre estou preparada para a mudança. Já não me lembrava de um livro com um efeito assim. Ler e ficar parada a olhar no vazio. Ler e ficar apenas a saborear como se fosse um chocolate.

José Gomes Ferreira

"A realidade
não é o que vejo
mas o que imagino
para ser verdade"

incoerência na intuição

Reparei hoje que não sou uma pessoa coerente comigo mesma: há um mês atrás acreditava que a intuição era a minha melhor amiga e actualmente deixei de acreditar nela. Ainda não tive a oportunidade de verificar se encontro outras incoerências em mim, mas provavelmente elas existem e são reais. Por vezes fico perdida entre o que acredito e o que posso querer acreditar. Não sei para que lado me devo virar. Nem sei se a realidade é aquilo que eu vejo e torna-se assim relativa, ou se pelo contrário é absoluta e existe em si mesma e eu só tenho vislumbres dela. Por vezes não sei se a intuição é apenas aquilo em que quero acreditar ou se se baseia em aspectos dos meus vislumbres da realidade e que eu conservo no meu cérebro sem a consciência de que os guardo. Se for aquilo em que quero acreditar, também não sei se essa é a minha realidade e como tal é essa que devo viver. Ou se pelo contrário, se são os vislumbres da realidade então é realmente real. Nesta confusão entre o que crio dentro da minha cabeça ou aquilo que é a realidade, pergunto-me se eu própria sou autêntica, ou produto do que quero ser. E a partir daqui pergunto-me se as minhas incoerências são produto disto mesmo. Sinto-me muitas vezes baralhada no cruzamento destas possibilidades e queria saber se elas fazem ou não sentido; se são fruto de demasiadas hipóteses colocadas por mim mesma. Tento ir às origens e encontrar o fio condutor que me trouxe até aqui. Lembro-me que sempre que afirmava uma coisa, pensar que poderia sempre afirmar o contrário e que talvez fosse verdade na mesma. No entanto, optava por aquela que eu acreditava ser a mais verdadeira apesar de pensar sempre que ao optar por essa, não colocava a outra de parte.

(Pensar nisto, fez-me lembrar o almoço da semana passada em que estavas aqui no meu sofá, a tentar ajudares-me a clarificar as minhas dúvidas antes de te ires embora. É verdade que estavas sempre por perto para me acalmares nestas dúvidas que me perseguem. Será que te lembras quando me questionava se seria esquizofrénica? Para ti as coisas são tão claras que só de falarmos parece que me vejo com mais luz. Acho que foi por isso que fiquei com um certo pânico de ires viver para fora. Talvez por medo de me perder nas minhas escuridões... Já sabes que tenho sempre medo de estar a criar imagens nos outros, de os enganar e de me enganar a mim também.)

Nunca encontrei resposta que me satisfizesse para estas dúvidas. Continuo à procura de perceber afinal como é que a razão e a emoção se interligam para que estas dúvidas se dissipem. Continuo à procura sem ter a certeza de que exista. Quase como se se tratasse de uma estação de recepção de sinais de extra-terrestres: se alguém está lá, é porque tem fé de que podem aparecer....

terça-feira, abril 12, 2005

limpeza

limpei o carro. arrumei a roupa. a casa também foi aspirada. depois de três semanas agitadas e com um desassossego que não me permitia pensar nisto. é verdade que o carro só fui à máquina e a casa foi aspirada por outra pessoa que não eu! no entanto, o príncipio continua lá. aliás para ser perfeito só faltava ter iniciado um plano alimentar novo, mas não me apeteceu. cheguei a olhar para as paredes do meu quarto a pensar se poderia puintar uma de verde, mas achei que não ficava bem com o azul! o príncipio da limpeza tem que ver com a limpeza da alma.

começa-se a limpeza exterior para se partir da limpeza interior. cada um começa por onde quer ou por onde sabe.

Pablo Neruda

Morre lentamente
Quem não viaja
Quem não lê
Quem não ouve música
Quem destrói o seu amor-próprio
Quem não se deixa ajudar...
Morre lentamente
Quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova, Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem evita uma paixão,
Quem prefere o "preto no branco" e os "pingos nos is" a um turbilhão
de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite, uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
Quem passa os dias queixando-se
Da má sorte ou da chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de o iniciar,
Não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar...
Estejamos vivos, então! (Pablo Neruda)
(Era um texto que tinha aqui no computador; pode até nem ser dele... Achei bonito na mesma!)

ribeira

entrar no carro e seguir viagem até à ribeira. parar e escolher uma esplanada para almoçar. ouvir num loja perdida a rádio. fados a tocar. olhar em volta e ver a pedra escura e suja. conseguir perceber o rio ao fim da rua. pensar por fim, o quanto a nossa ribeira é linda com o douro a brilhar pelo reflexo do sol que o embala. momentos que valem a pena viver cada dia que não passa de mais um dia apenas.

segunda-feira, abril 11, 2005

De ti

Tenho saudades das tuas palavras escritas, sem sentido, incoerentes... O vazio é inexplicável já que de nada se tratava. Valia apenas o ritual e a expectativa.

Estranho-me

Hoje estou estranha. Tão estranha que nem me reconheço. É como se tivesse outro alguém dentro de mim. Alguém que me comprime, me deixa inchada, me faz sentir muito cheia... Cheia de nada... Ora digam lá se isto não é estranho?

Para pensar

Enviaram-me um texto por mail, que compartilho, porque acho que vale a pena pararmos um pouquinho para reflectirmos:

Carta escrita em 2070:
"Estamos no ano de 2070, acabo de completar os 50, mas a minha aparência é de alguém de 85.
Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água.
Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.
Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente.
Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com cerca de uma hora. Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.
Antes, todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira.
Agora devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.
Antes, o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma
mangueira. Hoje as crianças não acreditam que a água se utilizava
dessa forma.
Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a água jamais podia terminar.
Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.
Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber era oito copos por dia, por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo.
A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas), como no século, passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.
A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a capa de ozono que os filtrava na atmosfera.
Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.
As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.
A indústria está paralisada e o desemprego é dramático.
As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com água potável em vez de salário.
Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressiquidade da pele, uma jovem de 20 anos aparenta 40.
Os cientistas investigam, mas não há solução possível.
Não se pode fabricar água, o oxigénio também está degradado, por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.
Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos; como consequência há muitas crianças com insuficiências, mutações e deformações.
O Governo até nos cobra pelo ar que respiramos: 137 m3 por dia por habitante adulto.
As pessoas que não podem pagar são retirada das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar; não são de boa qualidade mas pode-se respirar.
A idade média é de 35 anos.
Em alguns países ficaram manchas de vegetação com o seu respectivo rio, que é fortemente vigiado pelo exército. A água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes.
Aqui, em troca, não há árvores porque quase nunca chove, e quando chega a registar-se precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano têm sido severamente transformadas pelas provas atómicas e pela indústria contaminante do século XX.
Advertia-se que havia que cuidar o meio ambiente e ninguém ligou.
Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo o bonito que eram os bosques, falo-lhe da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, do quão saudável éramos.
Ela pergunta-me: Papá! Porque se acabou a água?
Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que acabou por destruir o meio ambiente ou, simplesmente, não levámos em conta tantos avisos.
Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco, porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.
Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar o nosso planeta terra!"

Documento extraído da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos", de Abril de 2002.

domingo, abril 10, 2005

jantar de caracóis

no próximo sábado. no sítio do costume, às 20:00. excepcionalmente gostariamos que estivessem presentes a "http://www.questuver.blogspot.com/" e o/ a "caracoleta também está convidada/ o. para tal enviem um mail para oscaracoisdamarina@hotmail.com

"frase célebre" II

depois de vários telefonemas de indignação, vejo-me forçada a explicar o sentido daquela frase célebre "a tristeza fica-te bem". quem o disse conhecia-me muito bem. eu aprendi, há já muito tempo, a chorar por trás dos meus sorrisos. ela sabe que quando estou muito, muito triste, os meus sorrisos são ainda mais exuberantes.

este fim de semana ouvi vários comentários à beleza do meu sorriso.... o que vos parece?!

noites de acasos

se algum dia, por acaso, estiverem no metro em Lisboa, em hora de ponta e olharem á volta e estiverem parados num túnel, sem mais ninguém lá dentro, desconfiem de que muitas coisas estão para acontecer! e então, se estiverem assim mais de 10 minutos e chegar o motorista a perguntar porque motivo não saíram na última paragem, porque ali é o centro de manobras do metro, desconfiem de que podem estar completamente alienados da realidade. mas, se conseguirem piorar, respondam com uma outra questão "mas que paragem?! onde é que estou?! não sei... talvez me tenha enganado... não sei.... vão ver que ele olhará para vocês com um olhar terno, quase de compreensão pelo vosso estado e dirão "deixe-se estar sentada. voltaremos já para trás e saia numa paragem qualquer!"

isto aconteceu-me, tal e qual na sexta feira. e voltei a ver aquele mesmo olhar, quando estava na operação stop, já de madrugada, com a cor do dia a nascer e quase a apanhar uma multa por excesso de álcool e ausência total de documentos (meus e do carro) e o agente perguntou "onde vive?" e eu olhei para ele demoradamente... "ali à frente." "Onde?" "Não me lembro do nome, mas é ali à frente..." voltei a sentir o mesmo olhar de compreensão que me disse para ir embora!

entre este ínicio e este final, consegui ter uma noite ao estilo de Kerouac. nada programado. ao sabor da noite desta cidade fantástica. uma mensagem levou-me ao concerto dos bliss, para apresentação do primeiro cd (www.blissplanet.com) gostei do concerto: da presença do pedro e a alma do nuno. com uma voz penetrante. com qualidade.

outra mensagem recebida no final do concerto, levou-me aos maus hábitos. fim de noite já. cheguei e o meu irmão em espírito estava a meter conversa com uma espanhola. acabamos os três à conversa, comigo a trocar telefones com ela, depois de ter assumido que não era lébica! palavras, trocas de experiências e acabamos convidados para uma festa numa autêntica "residência espanhola" (Cédric Klapisch). lá fomos para o número 175. uma casa antiga de três andares. a polícia tinha-se antecipado e a festa estava no fim... ainda ficamos a conversar com um catalão de barcelona. barcelona: essa cidade mágica que me fez acreditar que eu já tinha vivido lá noutros tempos.

depois disto e como se a estrada estivesse à nossa frente, acabamos num bar da moda. acho que era dos meus olhos, mas um sítio em que normalmente não me divirto, tornou-se apenas mais uma parte desse caminho!

desconfiem quando não souberem para onde vão: porque tudo vos pode acontecer nessa altura! é um mundo de possibilidades que se abre...

sexta-feira, abril 08, 2005

intuição

temporariamente não confio na minha intuição, portanto não me façam perguntas que a ponham em causa...

Buddha bar

ontem cometi uma evasão aos meus princípios. fui ao buddha bar em Lisboa. inspirada pelas caipiroskas de morango, com certeza. tem uma decoração inspiradora, mas não tem magia no contexto. falta-lhe a amplitude do buddha de Paris (nunca o conheci, mas pressinto). pois, e este ano tenho de ir lá. está prometido. depois poderei compará-los.

rejeição

A rejeição existe. É uma palavra que encerra em si um sem número de sentidos. Causada por inúmeras coisas e sempre de um ponto de vista apenas. Processo individualista, pessoal e inexplicável. Assume-se de diversas formas. No entanto, tentamos perceber porque fomos rejeitados. Perguntamos a quem nos rejeita. E construímos teorias sobre isso.

A rejeição encerra em si muitas explicações. Mas a explicação mais realista é a ausência de explicação. Acontece rejeitarmos alguém. Não percebemos bem porquê, mas é um acontecimento que se desenrola e damos livre trânsito para a sua evolução. Parecem-me palavras vãs. Argumentos criados para facilitar o entendimento complexo de uma coisa extremamente simples.

Lembrem-me da próxima vez que não quero ouvir os argumentos lógicos da rejeição. Acordam-me fantasmas, criam-me outros e ocupam-me a cabeça na tentativa de os explicar. Pensa-se demais e vive-se de menos. Coloca-se a questão onde ela não pertence. No plano da lógica.

A rejeição existe. E os motivos que a causam pertencem ao seu sujeito. Não me dizem respeito. Não me devem dizer respeito. Da próxima vez quero ficar com a versão simples dessa questão: ou se está disponível ou não se está. Quem não está, rejeita. A rejeição existe na indisponibilidade para se vencer os obstáculos. Quem rejeita pode aprender com ela. Quem é rejeitado deve alienar-se. A rejeição existe e causa um dor dilacerante…

quinta-feira, abril 07, 2005

lágrimas

hoje as lágrimas acompanham-me... e os fantasmas andam a rondar....

Tertúlia de Poesia: "A poesia portuguesa dos anos 60 ao início do Século XXI"

Os objectivos destes encontros são, entre outros: dizer poesia, discutir poesia, e focar autores portugueses. Os próximos serão realizados em Maio e em Setembro.
Vejam mais em http://tertulia.ufp.pt

Portugal Fashion

É óbvio que uma profissional de estética tinha de falar destas coisas!
Desta vez o evento realizou-se no CACE e, mais uma vez, lá fui com a minha caixinha das agulhas dar uma ajudinha!
Gosto e não gosto de lá ir. Gosto porque me emociono com o trabalho de amigos que apresentam as suas colecções, mas não gosto do "espírito exibicionista" que se cria. Curiosamente, este espírito nem parte tanto dos criadores ou dos manequins, mas sim pelas pessoas que vão assistir. Vestem-se como se fosse a missa de domingo, carregam na maquilhagem e parece que esperam fazer o engate da vida (aquele que vão contar a toda a gente, principalmente se engatarem um manequim). Mete-me muita confusão... Talvez fosse útil avisar estas pessoas que o importante não é ser-se visto. Importante é estar atento e tentar perceber o trabalho dos criadores.
Destaco o desfile de Pedro Pedro, Luís Buchinho e Katty Xiomara. Gostei das formas e do movimento dos vestidos. Alguns pareciam obras de arte e foram a prova de que a moda (mais concretamente a sua criação) não é fútil, mas sim uma manifestação de beleza. Não notei muitos padrões comuns ou repetições. Pelo contrário, vi imensos trabalhos de pura criatividade e imaginação fantástica.

quarta-feira, abril 06, 2005

O Papa

Com esta vou direitinho para o inferno...

O Papa morreu. Foi um grande homem, sem dúvida, usou o poder que tinha de formas que influenciaram e muito a história do Sec. XX.

Mas desculpem lá, apetece-me lembrar-vos uma coisa:

Este Papa é também responsável por um verdadeiro genocidio, um genocidio que continuará depois da sua morte. Nem Estaline conseguiu tanto. Nem tantas mortes desnecessárias.

Vejam a influência que a Igreja Católica tem em Africa e na América do Sul. Vejam o número de mortos e infectados com o HIV. Agora lembrem-se de quem continuou um discurso criminoso de "não ao preservativo".

Digam-me se estou certo ou errado em compará-lo a Estaline. A história não o perdoará, da mesma forma como não perdoa a Estaline. Foi um erro, mas um erro tremendo, que fará sentir os seus efeitos durante gerações. Mandar bitaites sobre o que se põe ou não na pila pode ser complicado...

Comentários

Alguns comentários que têm surgido a alguns posts, de uma caracoleta, levam-me a pensar que por vezes os comentários são mais importantes que o que comentam. Engraçado isto, não? Uma coisa que só existe porque existem em função de outra coisa, tornam-se mais fortes que a coisa que lhes deu origem.
E tanto é assim que originam reflexões acerca deste devir humano que é criar algum de especial a partir de algo por vezes banal.
É o post que se comenta.
É o pôr do sol que gera rimas de espanto com a natureza.
É um sorriso que nos traz sentimentos de carinho.
É o bebé que palreia e nos reflectir sobre a pureza de um ser humano em estado primordial.
É tanta coisa que nos leva a tanta coisa que tem mais importância que a coisa pela qual começamos. E assim infinitamente, em crescendo, em espiral de profundidade filosofico-reflexiva.
O inter-relacionamento entre todas as coisas; os discursos que se encadeiam; os sorrisos que se partilham; Tudo o que origina outra coisa. Este constante nascer, renascer, construir, reconstruir. E destruir. Tudo isto é evolutivo, e de um ponto de vista metateorico, se quiserem, dá muito que pensar acerca do que fazemos com os variados tipos de discursos que utilizamos. E para complicar tudo, aquele discurso elaborado; aquele poema estéticamente perfeito; aquele sentimento altruista e desinteressado, tudo aquilo que nasce de outra coisa, não existiria se a coisa que lhe deu origem não existisse. Ou seja, se calhar o mais importante não é o que se constroi a partir de algo, é o algo em si, porque sem o algo em si, o que se constroi nunca existiria.

E pronto. É só um exemplo do tipo de reflexões que surgem sob efeito de coisas que vêm de marrrocos. Ontem passei três horas à volta destes pensamentos. E depois olhei para o charro e pensei: mas outra pessoa não teria chegado aqui, mesmo com a mesma coisa que originou estas coisas. Ou seja, desisti porque já eram variáveis a mais... :-))))

P.S. - Também escrevi este texto desta forma para gozar com alguns textos académicos que um gajo tem de gramar e que são quase tão confusos como este post.

frase célebre na minha vida

tenho uma amiga (GRANDE AMIGA, por sinal) e que há uns anos me disse que "a tristeza me ficava bem, porque me punha mais bonita". foi numa fase complicada em que eu achei que tinha-se aberto uma fenda no solo e todas as minhas bases profundas estavam a deixar-se engolir por ela. desde então, por vezes ela repete-me esta frase e ontem voltou a concluir que ao contrário da maioria das pessoas, a mim a tristeza ficava-me bem!

terça-feira, abril 05, 2005

Orishas (Cuba): "El rap es una revolución urbana..."

tive um choque frontal com orishas no domingo á noite naqueles 3 minutos que passam da hora da fnac fechar e depois deles já terem anunciado que fecharam... desde aí, e porque apanhei um acidente na via de cintura interna, já ouvi o cd "milhentas vezes"! mal o pus a tocar percebi que ia ter dificuldade em deixar de o ouvir, porque cheira-me a verão e sinto no corpo uma vontade de dançar que me transcende para além do corpo.... reparei em alguns carros que ficavam a olhar para mim na estrada: a música devia estar altíssima, eu ia a dançar... e a rir: tenho a certeza que quem olhava para mim pensava que eu estava feliz! e na verdade não estava nem feliz, nem infeliz, mas apenas entregue à música! e lembrei-me que tenho de ir a Cuba....

mas o domingo foi um dia musical importante: andei a ouvir uma música dentro da minha cabeça desde que acordei, do pouco que dormi nessa noite. não fazia ideia de quem era e tinha uma vaga ideia que pertencia ao primeiro filme "Kill Bill". nos tais três minutos que passei na fnac, confrontei-me bem de frente com o cd das músicas do filme e voilá: a primeira música de Nancy Sinatra era a música da minha cabeça! a música da minha cabeça a preço verde! senti-me uma sortuda... e de vez em quando ouço aquela música entre as vezes que ponho a rolar os orishas....

segunda-feira, abril 04, 2005

Noa Noa

Estive a reler este livro magnífico de Paul Gaugin, que conta a sua estadia em Taiti. É muito interessante conhecer a perspectiva europeia sobre uma parte da Polinésia detentora de cultura, tradição e estrutura social riquíssimas, escrita com a paixão da descoberta e a curiosidade de um artista fantástico.
Gaugin acabou por morrer em Taiti, onde criou algumas das suas mais aplaudidas obras. O livro permite compreender melhor a derradeira fase artística do pintor, mas também a bela cultura maori que o inspirou.

e..mo...ções! Pai...xões!!

por vezes surgem uns seres que nos salvam de cair na monotonia emocional, que evitam a habituação a estados parados, que nos fazem falar, pensar e querer mudar o que não nos agrada! obrigada. recuperei um certo estado emocional.... de paixão. (ou terão sido apenas as hormonas!???)

sexta-feira, abril 01, 2005

green

depois de uma semana vestida de preto e cinzento, hoje acordei verde e apesar disso não me sinto um extra terrestre! acho que venci a batalha dos bichos....

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