quarta-feira, abril 13, 2005

incoerência na intuição

Reparei hoje que não sou uma pessoa coerente comigo mesma: há um mês atrás acreditava que a intuição era a minha melhor amiga e actualmente deixei de acreditar nela. Ainda não tive a oportunidade de verificar se encontro outras incoerências em mim, mas provavelmente elas existem e são reais. Por vezes fico perdida entre o que acredito e o que posso querer acreditar. Não sei para que lado me devo virar. Nem sei se a realidade é aquilo que eu vejo e torna-se assim relativa, ou se pelo contrário é absoluta e existe em si mesma e eu só tenho vislumbres dela. Por vezes não sei se a intuição é apenas aquilo em que quero acreditar ou se se baseia em aspectos dos meus vislumbres da realidade e que eu conservo no meu cérebro sem a consciência de que os guardo. Se for aquilo em que quero acreditar, também não sei se essa é a minha realidade e como tal é essa que devo viver. Ou se pelo contrário, se são os vislumbres da realidade então é realmente real. Nesta confusão entre o que crio dentro da minha cabeça ou aquilo que é a realidade, pergunto-me se eu própria sou autêntica, ou produto do que quero ser. E a partir daqui pergunto-me se as minhas incoerências são produto disto mesmo. Sinto-me muitas vezes baralhada no cruzamento destas possibilidades e queria saber se elas fazem ou não sentido; se são fruto de demasiadas hipóteses colocadas por mim mesma. Tento ir às origens e encontrar o fio condutor que me trouxe até aqui. Lembro-me que sempre que afirmava uma coisa, pensar que poderia sempre afirmar o contrário e que talvez fosse verdade na mesma. No entanto, optava por aquela que eu acreditava ser a mais verdadeira apesar de pensar sempre que ao optar por essa, não colocava a outra de parte.

(Pensar nisto, fez-me lembrar o almoço da semana passada em que estavas aqui no meu sofá, a tentar ajudares-me a clarificar as minhas dúvidas antes de te ires embora. É verdade que estavas sempre por perto para me acalmares nestas dúvidas que me perseguem. Será que te lembras quando me questionava se seria esquizofrénica? Para ti as coisas são tão claras que só de falarmos parece que me vejo com mais luz. Acho que foi por isso que fiquei com um certo pânico de ires viver para fora. Talvez por medo de me perder nas minhas escuridões... Já sabes que tenho sempre medo de estar a criar imagens nos outros, de os enganar e de me enganar a mim também.)

Nunca encontrei resposta que me satisfizesse para estas dúvidas. Continuo à procura de perceber afinal como é que a razão e a emoção se interligam para que estas dúvidas se dissipem. Continuo à procura sem ter a certeza de que exista. Quase como se se tratasse de uma estação de recepção de sinais de extra-terrestres: se alguém está lá, é porque tem fé de que podem aparecer....

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