domingo, junho 27, 2004

Interrupção de viagem

Saí do veiculo e estou agora na berma à espera de alguma boleia ou que decidas voltar atrás e recolher-me.
Mas vou pensar duas vezes em embarcar outra vez contigo.
Estava a adorar a viagem, mas há um limite. O meu combustível esgotou-se. Se quiseres enche tu o tanque.
Eu pensarei então se ainda vale a pena acompanhar-te.
São precisos dois para fazer esta viagem. Não um e meio.

sexta-feira, junho 25, 2004

A Selecção

Lá vamos ganhando e passando as fases, sempre com o mesmo sofrimento de sempre. Mas não bem sobre futebol (o jogo) que vou falar.

Ando a ficar cada vez mais espantado com a mobilização social à volta de uma coisa como o desempenho da selecção no Euro.
Um dia o Scolari é um burro estúpido. No outro, o grande heroi.
Um dia o Baia era indispensável. Agora o Ricardo já o melhor do mundo.

Mas àparte estas coisas, acho que não dúvidas que o futebol cada vez mais é o único escape e fonte de alegria para o nosso povo sacrificado. Não há crise economica, desemprego, desmandos do poder, abusos de poder e escandalos politicos e financeiros, mortes de candidatos ao Parlamento Europeu que resistam a uma bola que entre entre dois postes e uma trave. E isso preocupa-me. Preocupa-me porque quando acabar o Euro ou Portugal for eliminado, este país, para além da depressão que vinha detras, vai ficar com outra: a da ressaca do antidepressivo (futebol) que será retirado a frio. E depois quero ver como vai ser.
Não me interpretem mal: até estou a gostar do Euro pelo qualidade dos jogos e pelo colorido e confraternização entre os povos que gera. Mas não deixo de pensar que isto tudo, incluido as bandeiras à janela e o recem-descoberto patriotismo, não passa de apenas mais uma daquelas situações em que se diz "pá, pago a conta para semana, porque agora é preciso festejar/descansar/esquecer/divertir-me". E entretanto os juros acumulam-se.
Esperemos que o tombo não seja muito grande.

Na ressaca dos Pixies

Ando desaparecido. Muitas coisas em que pensar. Mas acho que não é tarde.

Chego ao recinto do Superbock super rock de tarde, talvez aí pelas 18 horas. Ainda oiço alguns acordes dos X-Wife (uma banda que ainda vai trazer muita coisa) do também DJ Kitten. Muito bom.
A tarde é gasta na conversa, a beber umas cervejas, esperando o inicio dos Pixies, que lá surgem finalmente, ainda de dia.
"Boa tarde" e lá começam a desfiar o seu set. Para mim, um best of (pudera, não há música deles que não conheça ou não goste, talvez exceptuando o "here comes your man" que de tão batido já enjoa). Destaque absoluto para o "Where is my mind", naquela altura mágica em que dia dá lugar à noite e o céu enche-se de um azul fabuloso. A minha mente está num avião que passa em direcção a norte e é inevitavel ver nitidamente a cara de uma certa pessoa. Talvez a magia do momento do principio da noite, talvez a magia da música, talvez a magia no charuto fumado, talvez a magia de estar apaixonado.
Os pixies vão tocando sem paragens as suas músicas. está muita gente, já não há paciencia para estes adolescentes que me empurram pela enesima vez, à furar para chegar mais perto do palco antes que toque "aquela do your man!!". Ao terceiro grupo de patetas de mãso dadas que me empurra agressivamente vindo de trás, respondo à letra e dou um valente empurrão a uma tipa que ainda tem o desplante de se queixar. FODA-SSSSSSSEEEEE!!!
"boa noite" e os pixies vão embora. Está muito povo. A saida é violenta e só não fica ninguem magoado porque não cai no chão. Empurrões, gente a puxar para um lado e para outro, palhaços a irem para a parte do palco para ver o paneleiro do Lenny Kravitz sem deixerem escoar quem quer sair depois de ver os pixies. Absolutamente bárbaro e irresponsável por parte da organização. Mas o pior ainda estava para vir.
A sede aperta e tenta-se comprar uma cervbeja. Tarefa impossível e que se manterá impossível até sairmos do recinto. Verdadeiras multidões aglomeradas ao pé das barracas, cerveja a acabar constantemente. Uma vergonha.
Tenta-se comer, mas as filas para as poucas barraquinhas de comes são infindáveis. Como na que está mais vazia. Meu deus!! mais valia ter ficado com fome.
Começa a tocar o Lenny Kravitz, mas este paneleiro, para além de não se calar (enfia lá o "love" no olho do Cú, ó paneleiro e toca mas é, perde-se por solos intermináveis de guittara, de bateria, de saxofone, de tudo. E mais paleio. este devia ir era para politico.
A tortura dura mais de duas horas. O cansaço é muito, continua a ser impossivel beber ou comer. Para além disso, já nem consigo fazer um charuto como deve ser.
Começam os Massive Attack. Oiço 3 músicas, até estava a gostar, mas o corpo não aguenta, a disposição não é a melhor e começo a perder a capacidade de estar metido numa lata com mais sardinhas. Saimos.

Foi sem dúvida bom ouvir e ver os Pixies. mais gordos, mas sempre bons. Mas também não foi um daqueles concertos para recordar antes de morrer. à excepção do momento mágico do lusco-fusco já referido.
Para um festival com o nome de superbock, pouca cerveja houve. Demasiada gente para o espaço que era. Nunca vi tal desorganização e falta de respeito por quem paga um bilhete não só para ver um concerto, mas também para ter o minimo de condições, nem que seja o direito a beber uma cerveja sem esperar 3 horas no meio de uma multidão cansada, chateada. Deixei de beber superbock há uns tempos. Depois disto, de certeza que me mantenho fiel à carlsberg. E aos Pixies.

sexta-feira, junho 11, 2004

Pixies

Aí está o quarteto maravilha da música independente. Seminais na influência que tiveram em quase todas as bandas rock de qualidade e com algo de novo que surgiram nos últimos anos.
Lembro-me da pena que foi quando eles se separaram. Agora, estou contente porque me é pernmitido ver ao vivo uma das minhas bandas preferidas.
Vai ser um verdadeiro "Planet of Sound", vou gritar outra vez pela "Alison" que nunca conheci mas que amo. Vou berrar a plenos pulmões que "here comes your man" e que o "monkey gone to heaven" é capaz de ter mesmo lá chegado. De caminho vou me enontrar com o "Nimrod's son" e vou me interrogar sobre "where is my mind" (bem, por acaso esta até sei onde vai andar...). E tudo o resto será certamente fantastico, pois os Pixies vão certamente "Levitate me". Por isso..."Vamos"! que a guitarra do Joey Santiago lá estará, o baixo da Kim Deal e a bateria do David Lovering também e o Francis é outra vez Black e ainda tem uma panca por OVNIS.
Quem não for...Bem...Vai ter de me aturar a contar os detalhes da grande noite que vai acontecer hoje, mais logo, em Lisboa.

Por essa estrada fora

Iniciei uma jornada muito diferente de todas as que tinha feito até aqui.
De coração aberto, sem máscaras, sem jogadas e sem truques mais do que comprovadamente eficazes.
A estrada que percorro tem me surpreendido em cada curva, em cada cruzamento. E não tem fim à vista, apenas mais etapas de grande satsifação, de grande beleza, de grande auto e hetero-descoberta.
Da atracção fisica, deparei-me com a paixão, com a admiração, com descargas constantes de endorfinas, de espanto e satisfação pelas descobertas em mim e na minha companheira de viagem.
Ainda não chegamos ao fim da primeira etapa. E, sinceramente, não estou com muita pressa, tal o agrado com que percorro o caminho que poderá lá desembocar. Porque esta estrada é diferente, tem maturidade, tem honestidade, não tem pressas, porque vale a pena ser desfrutada em cada centimetro percorrido.
Porque é percorrida em paz, com carinho com gosto pela descoberta e pelo convivio. Com gosto pelo que se sente e pelo que se sabe que se sente por nós.
Já percorri muitas estradas. Em todas nunca vi um horizonte tão belo com esta certeza que o fim será apenas uma etapa em direcção ao infinito.
Nunca antes, como agora, me fez tão sentido aquela frase do Jorge palma "enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar". Nem aquela máxima do Dean Moriarty (salvo erro) no "Pela Estrada Fora" do Jack Kerouac que é qualquer coisa como "não interessa o destino, interessa é viajar".
E cá vou eu por esta estrada fora...Que não quero que acabe nunca.

O novo pânico moral

Andou tudo a falar da cannabis (vulgo chamón) nesta última semana. É na TV, é nos jornais, é na rádio.
Lembraram-se todos agora da cannabis. Os meus parabéns!
Mas antes de se porem a falar, aprendam sobre o que falam.
Antes de diabolizar (outra vez) vejam lá o que aconteceu quando diabolizaram outras drogas.
Antes de fazerem terrorismo interventivo, vendo problemas onde eles provavelmente nem existem - pois é...é preciso responder às preocupações de certas corporações...- mais valia reflectirem um bocadito.
E antes de desatarem em histerismos...Fumem umas brocas! Vão ver como ajuda...

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