fragmentos desfragmentados

as coisas e as pessoas surgem na nossa vida com um propósito que, pode ser ou não, aproveitado. penso nisto muitas vezes para tentar encontrar sentido nas coisas que me vão acontecendo. principalmente para aquelas que são mais extravagantes.

porque é que nos acontece esta ou aquela oportunidade? porque encontramos esta ou aquela pessoa? porque é que repetimos os mesmos erros mais do que uma vez? porque é que desejamos estar lá mais do que uma vez? porque é que ficamos surpreendidos quando reencontramos alguém que nos tráz qualquer coisa de novo? sobram ainda imensos porquês que simplesmente não tenho vontade de os questionar.

no entanto, a resposta a todos os porquês assenta numa permissa simples. nada nos acontece ao acaso. com as situações temos alguma coisa a aprender. com as pessoas é mais complexo: temos de perceber se o encontro é dirigido para nós mesmos ou para o outro. só depois disso é que podemos perceber o sentido. acho que as pessoas só se encontram e afastam quando já cumpriram determinada função numa das vidas que se cruzou. em algumas situações isto dura o resto da vida, enquanto que noutras dura apenas uma hora, um dia ou uma semana ou até mesmo, um instante.

sexta feira. insónia. uma mensagem às 3 e 30 arranca-me da cama, faz-me vestir e leva-me até um bar. estou lá precisamente 3 quartos de hora. havia um assunto importante em discussão. cheguei. dei a minha opinião. e a discussão mudou de rumo. parecia que a minha função naquele dia, era apenas o de ir lançar uma luz sobre a dúvida...

outro dia. ribeira. tomar café com um rapaz que não via à 10 meses. percebi que havia um motivo para ele se lembrar de mim passado este tempo. havia duas possibilidades: tinha deixado de namorar e andava de regresso à agenda (acho sempre fantástico este fenómeno!!) ou precisava de mim em alguma coisa. claro que foi a segunda explicação. o interessante da situação: é que a dúvida dele dá-me a possibilidade de reflectir numa questão minha.

teria muitos outros fragmentos que se passaram apenas em meia dúzia de dias. pretendo mostrar apenas que nada nos acontece ao acaso. claro que pode ser só um distúrbio da minha cabeça. para algumas pessoas isto não faz sentido. o que é que achas disto? tudo ou nada ao acaso?

(claro que a esquizofrenia é sempre uma possibilidade...)