quinta-feira, novembro 17, 2005

A curiosidade: Parte 2

Houve algumas situações em que ri muito com as atitudes dos indianos perante a estrangeira que fui naquele país. A primeira foi na viagem de camioneta entre Jodpur e Jaisalmer. Vinha a dormir. E fui acordada com os risos estridentes de três mulheres. Estávamos a passar por uma terra árida sem casas, sem vegetação e perguntei-me quantos quilómetros teriam feito aquelas mulheres para apanharem a camioneta. Elas estavam em pé na camioneta com as caras tapadas a rirem-se de mim. A mais velha tocou-me na cara. As outras riram-se ainda mais. A mais velha sentou-se ao meu lado. Veio nervosa toda a viagem e eu nem me atrevi a falar com ela.

No comboio vinham alguns indianos de terras vizinhas que não falavam inglês. Muito curiosos em relação a tudo o que fazíamos. Acho que nem dormiram para poder ver bem como é que nos comportávamos. A certa altura vinha eu a dormir e senti uma respiração pesada sobre mim. Não quis abrir completamente os olhos e então espreitei. O indiano mais curioso estava sobre mim a ver a minha cara em pormenor. Não me tocou. Mas estava tão atento que até me deu vontade de sorrir. Não o fiz por medo do que ele poderia interpretar. Virei-me para que ele abandonasse a sua exploração.

Numa praia estava a falar com algumas raparigas, quando uma "Nikita" muito surpreendida me pergunta como é que eu pus a minha pinta no nariz... Ri-me até não poder mais, porque é um sinal vermelho que eu tenho na ponta do nariz! (sem comentários!)

Ao longo de todas as férias fotografaram-me algumas vezes. Umas de forma disfarçada. Outras pediam-me para ser fotografada com eles. A certa altura já gozava om eles e pedia 10 rupias pela fotografia. Outras quando queriam tirar fotografias com muitas pessoas diferentes, fartava-me e recusava-me.

Era a mesma curiosidade que me fazia fotografá-los. Quando andava nas ruas não conseguia parar de olhar para as pessoas. De as fotografar. De fotografar o quotidiano para reter o quotidiano deles. Um dia decidi aprender a falar a língua deles. O empregado do restaurante fartava-se de rir. Só aprendi Namasté… Esta falta de capacidade para línguas estrangeiras, irrita-me.

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