quinta-feira, maio 06, 2004

Sábado/ 1 de maio

Dia 1 de Maio. Dia do Trabalhador. Dia de sol e frio. Acordei triste, desiludida e disposta a inverter essa emoção. Enganá-la ou enganar-me; avariá-la e dar-lhe cabo da razão que a levava aquele estado de nostalgia. saí de casa disposta a fazer daquele dia, não apenas mais um dia, mas a vivê-lo com todo o presente que nos é possível. Mudam-se muitas emoções quendo se consegue viver no presente: tem um rasto diferente e ganha cores de primavera. Parece-me que quando acordarem e o sol não espreitar logo, pensem no presente, porque pelos menos aparece uma espécie de primavera!

Por vezes cruzamo-nos com pessoas absolutamente fantásticas! Pela honestidade com que estão nas coisas, pela inquietação que sentem, pelo que partilham e pelo brilho que dão à nossa existência! No sábado à noite foi mais uma dessas noites. José Mário Branco, valeu pela memória que me despertou de outros tempos que não vivi...

Caracóis da Marina: parece que acharam por bem ser Grã-Mestre, pelo meu esforço para não deixar morrer a ideia, nem deixar esmorecer o príncipio que orienta estes encontros... Contei um dia como surgiu, mas nunca expliquei a minha motivação intrínseca! As coisas verdadeiramente importantes gosto de as guardar como se fossem inexplicáveis para os outros! De todos os caracóis, eu sou quem tem menos conhecimentos literários (e não só!), mas tenho imensa vontade de aprender! Com estes encontros tenho "conhecido" pessoas que escrevem coisas fabulosas e faço sempre questão de ler alguma coisa do autor falado em cada um dos encontros! Posso ser quase uma vampira, mas cujo o alimento é a reflexão da beleza das palavras.

Actualmente estou a ler Urbano Tavares Rodrigues e posso dizer-vos que não se consegue parar... é daqueles que apetece ficar pela noite dentro até acabar, mas simultaneamente não se quer fazer isso para prolongar o prazer de se envolver nos braços da sua escrita!

Enquanto conseguir juntar pessoas interessantes vou sentir-me feliz!

Neste pequeno encontro tivemos duas visitas que nos agradaram imenso e que trouxeram sábias palavras no decorrer da conversa: vistas na paisagem e universosdesfeitos.

Juraan Vink trouxe-nos um poeta: Fernando Assis Pacheco. deste ouvi meia dúzia de poemas que consegui sentir uma simbiose tal, que eu própria os poderia ter escrito a pensar em alguém ou ninguém!

(...)"Tenho uma comunicação muito grave
a fazer Vossas Excelências
pior que o meu estado de saúde
é a corrupção nas altas esferas" (...)

desversos (1990) in A musa Irregular (1996)

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