segunda-feira, março 13, 2006

Ela sabia que no dia em que deixasse de ter músicas novas para ele ouvir, ficaria sozinha. Ele iria embora. Imediatamente. Ela procurava sempre novas músicas. Ele às vezes fartava-se de esperar, enquanto outras vezes adormecia. De vez em quando deitava-se no ombro dela e pedia para adormecer a ouvir as músicas sempre novas que ela lhe trazia.

A vida deles assentava neste equílibrio musical até um dia. Estavam os dois no carro. Para variar ela arranjara novas músicas para o envolver e não o deixar partir. De repente, o aparelho entrou em "modo eco" e ele levantou-se, despediu-se e foi-se embora. A música já não estava lá para o envolver e ela ficou a olhar em câmara lenta para a situação e dizia baixinho: "- Mas eu posso cantar... Fica..."

5 Comments:

At 3:11 da tarde, março 13, 2006, Blogger Luna said...

Muito bonito!

 
At 5:39 da tarde, março 13, 2006, Blogger Castromind said...

Marina: Estas sempre lá. Tu não cantas... tocas... profundamente.
Jinhos.

 
At 8:59 da tarde, março 13, 2006, Blogger Elentári said...

Este post faz-me lembrar as histórias das mil e uma noites: a Sherazade (?) sempre com uma história nova para contar ao rei à noite para impedir que ela o matasse... Não tem muito a ver mas lembrou-me.

 
At 9:36 da manhã, março 14, 2006, Blogger Ísis Osíris said...

elentári, tens toda a razão! faz mm lembrar isso.... n fui assim tão original ;) reparei agora

 
At 1:11 da tarde, março 14, 2006, Blogger Elentári said...

Não se trata de originalidade, além de que a tua abordagem é muito mais poética. A ideia é parecida, mas quando escreveste o post não estavas a pensar em histórias encantadas persas, mas sim em possíveis realidades do nosso dia-a-dia, o que o torna muito mais vivo e interessante.

 

Enviar um comentário

<< Home

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!
Free Live Chat Rooms Enter my Chat Room
Free Chat Rooms by Bravenet.com
Who links to me?