os caracois vão a concertos # 6
paredes de coura
território com alma
foi a placa que vi ao chegar a paredes de coura para o festival. com grandes expectativas ou não tivesse denominado este ano de 2005 como o ano da música e das viagens. compras na mala do carro para o jantar de aniversário da Elentari. tentamos ligar o gás, mas nada... a resolução foi pedir aos vizinhos se havia hipótese de cozinhar em casa deles. e foi neste preciso momento que começou o espírito festival de paredes de coura. muito diferente dos outros. muito mais encantador. os vizinhos eram mais de 15... nem se conheciam todos entre eles: amigos de amigos que não tinham por onde ficar. "então, amanhã apareçam por aí ou talvez nos encontremos logo!" a despedida de quem não tem tempo nem espaço definido pelos padrões habituais.
a envolvente tem qualquer coisa de mágico (e não tomei alucinogéneos!!)... as árvores, a lua quase cheia, o anfiteatro natural...
valeu:
pelo jazz e pela poesia na relva nas tardes de calor,
pelas pessoas que conheci
pela rapariga Italiana que ficou admirada por eu ter falado espontaneamente com ela: numa semana em portugal, fui a primeira rapariga a fazê-lo (já homens imagino que tenham sido muitos, porque ela é linda!)
pelo espírito que se encontrou
pelo rapaz zen que me leu as mãos e apenas conseguiu encontrar uma pequena bruxinha (ups!)
pela amizade forte
pelas pessoas da terra
pelas noites adentro
e agora os concertos.
admito que não assisti a muitos concertos. tinha dois objectivos: pixies e nick cave. o tempo não chegava para tudo... e estes eram os obrigatórios. nenhum dos dois me levou às lágrimas! uma lágrima tímida em ambos, mas nada de muito caracterizador.
pareceu-me (a mim que não percebo nada de música!)
pixies: concerto fácil, com pouco pedal, mas pelo menos chegou até ao público através daqueles sucessos intemporais... alguém dizia que ele desafinou... talvez, mas não foi muito importante. curti muito. gostei.
nick cave: admito que não conhecia os últimos trabalhos dele e acho que também não quero conhecer a ver pela amostra!! aliás, este comentário feito em voz alta, valeu-me o interesse do repórter da Antena 1 que achou boa ideia entrevistar-me (quem fazia um comentário daqueles devia falar bem! ;) na verdade, devia ser um ressabiado como eu, que queria ouvir O nick cave!). ficou aquém das minhas expectativas pelas músicas que escolheu... houve ali uma altura que eu achei que ia sair um coro de igreja por trás deles e ele ia dizer "e agora todos juntos!" mas valeu a pena ver que continua com um desempenho em palco, muito bom, os the bad seeds são fabulosos musicalmente... ok. ok. o nick cave tem uma voz que eu morro e é só por isso que lhe vou perdoar!
14 Comments:
Viva a liberdade! Como reparaste, deixei de ser anónimo,pelo menos por uns tempos!
Sempre que podia aparecia por estes lados por onde andaste. Ouvi muita música, mas só aquela que se fazia ouvir de dia. Não te vi... mas senti;)!!
Ainda bem que gostate do que viste. E, atrevo-me a perguntar, sentiste algo diferente? Talvez uns raios mais quentes...
eu preciso do sol para fazer a fotossíntese... mas terão sido os raios que me fizeram sentir em paz com o mundo em geral de uma forma muito calma?
Foram os raios e tudo aquilo que eles passam para a natureza... Como num ciclo de eterno retorno, recebeste o que te queria dar: uma rosa amarela disfarçada de sentimentos de paz, calma.
isto está-me a cheirar a paneleirage!!!!!!!!!
Estás a gostar, é Sangalhos? Até parece que te reconheces qd apanhas com um raio no...
estou quase a ficar emocionado com os teus palavrões!!! ui!!! ui!! que mal-criadão!!
ó astro... num sei que.... sabes quem pareces???
Vais-me desculpar ó Isis, mas estas críticas aos Pixies ao Nick Cave...Bem, como tu própria dizes, não conheces a obra recente do Nick Cave.
Quanto aos Pixies, um erro comum é achar que os concertos deles são cheios de pinotes e saltos e tal. Nada mais errado. Desde o inicio - e numa estética de concerto muito típica da música independente dos anos 80/principios de 90 (vide Jesus and Mary Chain, etc)- a filosofia é chegar, tocar e ir embora, deixando os artificios de palco de lado, já que a ideia é que a potência musical é só por si suficiente e dar o local de destaque à MÚSICA e só a ela.
Antigamente isto era muito valorizado, e ainda bem, digo eu...
não te sintas ofendido asdrubal! eu sei que a onda de pixies é chegar, tocar, cantar e ir embora (e pelo menos n estava de costas para o público, nem com uma cortina à frente)... mas eu deste gostei. gostei bastante. apesar dos pesares.
quanto ao nick cave n sou obrigada a gostar do caminho que ele leva ou sou? ou sou obrigada a dizer q gosto pq normalmente é bom. a nova obra pode ser fabulosa e contudo eu posso não gostar (estive na fnac a ouvir um cd inteiro e n gostei...).
as críticas são opiniões que por sua vez são livres! Ou não?
ressalvo que ele em palco é fantástico e quando tocou músicas com as quais me identifico achei delicioso!
Até as críticas são passíveis de ser criticadas, bem como as críticas das criticas.
Nos teus comentários percebo que afinal não criticavas o concerto, mas afinal a obra recente do homem.
São coisas diferentes e, nada de confusões, legitimas da tua parte...
O Nick Cave foi a melhor coisa que vi em Paredes de Coura.
Desintegrei-me no "Mercy Seat", fui ao fim do mundo e voltei. Ele é o anjo do Apocalipse.
Claro que isto foi uma perspectiva muito pessoal. Mas fez-me bem vê-lo, recuperei muita coisa que estava adormecida...
Asdrubal,
Mesmo que não se espere ver Pixies aos pinotes, como dizes, não se é obrigado a gostar desse estilo. Eu não me identifico. Não quer dizer que seja bom ou mau. É gostar-se ou não.
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