terça-feira, julho 20, 2004

Para ele.

A Casa dos Budas Ditosos” foi o livro que levei para este jantar. Apesar de impulsionar a iniciativa, não expliquei porque escolhi este livro para um jantar que propus ser de sugestões de leituras para férias. Li uma passagem sob os ouvidos de um empregado de mesa quase incrédulo com o que estava a ouvir e mesmo quando me tocaram levemente na perna para parar não reparei e continuei a leitura até que senti uma travessa tocar na mesa! Assim foi a leitura deste livro, provocante, misteriosa, crua e fria ao falar de amor ou de fazer amor. Li-o numa noite enquanto esperava pelo meu “amante” e quando o acabei estava ainda mais ansiosa por o encontrar, por lhe cair nos braços e tomar nos meus braços, tocar-lhe e beijá-lo... Quando vi a peça representada pela Fernanda Montenegro e no final ela disse que toda aquela narrativa se servisse para pelo menos uma pessoa fazer uma “sacanice” naquela noite já teria valido a pena, sorri baixinho, porque na verdade aquela foi a sensação exacta que fiquei no final do livro: fazer “sacanice”! Continuo sempre a sorrir baixinho pela noite em que o li, um dos momentos a recordar na minha vida que um livro me proporcionou! E perguntar-se-á quem lê isto porque motivo estarei eu a contar isto!! Talvez pareça um relato demasiado pessoal, mas os livros também são as nossas prosas, as nossas vidas e tudo o que nos fazem viver ou talvez sonhar... E para que percebam porque escolhi o livro teriam de perceber o contexto que o envolveu, num saco de momentos perdidos que guardamos debaixo da almofada. Por vezes os sentidos têm de ser acordados, os tabus têm de ser cortados e precisamos de nos limitar a sentir. A sentir o nosso corpo, o corpo do outro, a música, um quadro, o mar ou o sol... sem fazer teorias devassas nem tentativas de explicação para o que só tem existência no nosso “sentir”. Pegando neste livro desejava acordar os sentidos e que cada um sentisse. Sentir. Sentir. É a palavra de ordem de umas merecidas férias depois de andarmos de um lado para o outro a resolver coisas, a arranjar soluções para uma vida que às vezes parece desprovida de sentido. Portanto, encham-se de “sentires” para que quando o Outono chegar possam sentir a húmida saudade dos “sentires” que viveram! Acordem para o todo que vos rodeiam, lendo ou não este livro, dêem atenção a vocês e a tudo o que se relaciona com o vosso pequeno mundo. Para mim é muito importante lembrar-me da simplicidade das coisas que vou vivendo, porque me ajuda a dar maior importância a cada uma delas e a cada momento que respiro!

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