Duvel

As minhas idas à Holanda acabam sempre por ter qualquer coisa que as definem. Uma cor, um som, uma conversa, um sítio (uma variedade de cannabis...).
Esta última nasceu sob o signo da Duvel.
Duvel é uma cerveja belga, ligeiramente amarga, refrescante e leve ao estomago. É um diabo de cerveja (aliás, Duvel quer dizer diabo em Flamengo, uma lingua que os holandeses dizem ser muito bela, por ser quase que um holandes antigo e refinado), já que tem 8.5% de álcool e - pelo menos para mim - bebe-se sem sentir a força da coisa na garganta, e depois, quando damos por ela (geralmente logo à segunda) já estamos sobre o seu dominio diabólico - no bom sentido.
Fui apresentado à Duvel na minha primeira visita à Holanda, visita em que pessoas simpáticas se tornaram amigos.
Desta vez, essas amizades foram reforçadissimas enquanto bebiamos Duvel. Num dos comentários aqui do blog, falei do acto simbólico - no sentido de confiança e intimidade que se quer partilhar - de abrir as portas de nossa casa a alguém. Pois bem, desta vez o convivio, o partilhar acontecimentos recentes, projectos e sonhos futuros, foi feito em casa de um grande amigo, o H., que fez questão de me apresentar a sua mulher, os seus dois filhotes , franqueando-me o acesso ao seu palácio (casa) e organizando um "barbecue" em minha honra, regado a...Duvel.
E fechado está o circulo. Começou com Duvel. Encerra com Duvel. Certamente continuará num outro nível de amizade, entretanto atingido, naturalmente regado a Duvel...enquanto não passarmos para água. Isto porque quando nos conhecemos eramos 3 estroinas e agora já estamos mais responsaveis - eles pelo menos. Eu ainda não tenho que me preocupar com os filhotes.
Sei que os apreciadores de cerveja, que ainda não experimentaram a Duvel - consegue-se encontrá-la em alguns sitios no Porto, mas a preços exorbitantes, tipo 4 euros - ficarão com curiosidade. Uma dica: É uma cerveja que pode ter depósito (como os vinhos), por isso, e para evitar as agruras de uma ressaca de Duvel, aconselha-se o beber a cerveja num copo, vertendo-a cuidadosamente, deixando um fundinho na garrafa (as impurezas/depósito). Pelo contrário, os masoquistas que a bebam toda. Isto porque bebi 8 Duvel - o que me valeu muitas expressões de "Respect!!" no dia a seguir por parte dos companheiros Duvelianos - e tirando o cansanço de uma noite mal-dormida, ressaca ressaca nem vê-la.