Adeus Avó!
Esta manhã, pelas 9h30, a minha avó paterna morreu. Já não tenho mais avós. É um ciclo que se encerra e que nos faz lembrar que também nós próprios estamos a envelhecer e para lá caminhamos...
Estive quase para não a ir visitar à sala de "OBS" do Hospital ontem à tarde, um pouco na linha dos sucessivos adiamentos que vim a fazer ao longo dos últimos 12 meses. Não, ela antes não estava doente, portanto, porque não adiar a visita para o próximo fim-de-semana, já que neste há outras coisas para fazer?!.....
Repito: Estive mesmo mesmo para não a ir visitar ontem, feriado, dia 8, não fosse a sugestão um pouco insistenta da minha querida Lela. Ela foi comigo. E ainda bem, porque estas coisas são difíceis e o apoio da nossa companheira de viagem é aquilo de que mais precisamos.
Não esperava ver a minha avó assim tão debilitada. Até porque tinha estado bem ao longo dos últimos anos. Mas as suas 85 Primaveras pesaram-lhe, e o bichinho que lhe causou a infecção pulmonar levou a melhor. Malvado!
Falei com ela, beijei-lhe a mão e, à despedida, a testa. E estava crente que a voltaria a ver passados uns dias, já mais arrebitada. Mas pelos vistos, estava errado. Ela bem me disse, com muito esforço e atrapalhada pela máscara de oxigénio, que já não chegava a segunda-feira. Mas eu não acreditei.
Mais uma vez, e após outras perdas porque passei ao longo da minha vida, fiquei a pensar naquele "instinto" que evidenciam todos aqueles que se aproximam da morte e que os faz pressentir o desfecho iminente da sua existência. Realmente fiquei a pensar nisso... e no olhar dela... Um misto de tranquilidade com receio e tristeza...
Ainda bem que lá fui, sabem?... Já não a via desde o Natal de 2004... Como o tempo passa, meu Deus...
Adeus Avó... Boa viagem!
10 Comments:
fiquei com os olhos cheios de água...
um abraço
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Tenho muita pena :(.
Um abraço.
um beijinho grande a ti.
Beijo grande Isis!
Ao pé da Marina eu sou uma pedra que raramente se humedece...raramente, porque esta entrada estremece de emoção e de vida.gostei de a ler, pela passagem serena da tua avó...mas sobretudo por imaginar o olhar de quem observa serenamente "Um misto de tranquilidade com receio e tristeza."
Acho que reparo nisso agora também.Assim...a viagem faz sentido.
Abraço, João Gomes
um abraço.
Alex: Um abraço.
sim, fiquei comovida...e muito...mas também senti a tua força.
beijinhos
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