sábado, novembro 25, 2006

Confesso aqui para registar e não me esquecer

Hoje estava a falar com uma amiga sobre o facto de às vezes andar triste com questões do dia a dia que não me deixam feliz. Ou porque gostava de estar ali, mas estou aqui. Ou porque gosto dele, mas ele não está perto de mim. Ou porque mudam as regras no meu trabalho. Ou porque bati com o carro e vou ter de gastar dinheiro. E faço-me miserável por essas coisas. Estava a dizer-lhe que por vezes tinha medo de estar a gastar lágrimas com trivialidades e depois ter falta delas para chorar por aquilo que é verdadeiramente importante.

Não poucas vezes escrevi aqui que queria isto ou fazer aquilo. Não poucas vezes andava angustiada com o que gostaria. Não poucas vezes desejei ir para longe como que para fugir. Muitas das vezes, depois só vejo nisso um mau estar com o que tenho e penso. Penso. Mas pensar não é mudar. Mudar é deixar de criar infelicidades com coisas que nem sei se quero. Como se vivesse à espera de um futuro que nem sei se quero.

Em vez de pensar nas pessoas que amo e que estão tão perto.

Hoje a minha mãe caíu e estava sozinha em casa. Senti-me tão miserável por perder horas em casa ou por aí a pensar. Senti-me miserável por não aproveitar essas horas para gozar da companhia dos meus pais.

E decidi escrever aqui, só para lembrar outras pessoas que tal como eu, por vezes se esquecem do que é importante enquanto têm. Para não perderem tanto tempo a desejarem o que não têm. Para se lembrarem do que é fundamental. Para aproveitarem. Para não gastarem tempo indevido. Para re-inventarem o tempo.

Decidi escrever aqui o que sinto gritar dentro da minha alma. Aquela alma que vive alguns pesadelos de quando em vez.

Isto sim. Isto foi um desabafo de uma filha que às vezes se esquece de o ser.

5 Comments:

At 1:57 da tarde, novembro 26, 2006, Blogger Elentári said...

Como tudo é tão relativo!
A nossa hierarquia de preocupações surpreende-nos, obriga-nos a relativizar muita das nossas preocupações, pesadelos, angustias. Muitas não passam de carências de mimo, chamadas de atenção e pedidos de valorização.

 
At 4:34 da tarde, novembro 26, 2006, Anonymous Anónimo said...

Gosto de ler os outros e pensar no que dizem... gostei de te ler aqui em particular! Faz tanto sentido, mesmo.

 
At 10:06 da manhã, novembro 27, 2006, Anonymous Anónimo said...

Como relacionar este post com o que está colocado duas posições acima. Pensamentos independentes?

 
At 10:10 da manhã, novembro 27, 2006, Blogger Ísis Osíris said...

meu caro, Falstaff, não seja simplista! como sabe,os assuntos emocionais são pouco simples.

 
At 6:38 da tarde, novembro 27, 2006, Blogger Lela said...

Concordo plenamente... Tantas vezes inventamos programas, tentamos preencher o tempo com tudo e mais alguma coisa e nos esquecemos de mimar quem está sempre ao nosso lado, de forma incondicional. Não exige a nossa presença, a nossa atenção, nem o nosso carinho. Satisfaz-se por nos ver satisfeitos. Fica feliz só por nos ver felizes, sem que muitas vezes saiba sequer a razão da nossa felicidade. Chora com as nossas lágrimas. Orgulha-se dos nossos feitos. Tem por nós um amor tão simples e forte que até nos esquecemos de o alimentar. Grande erro. Um erro que vou tentar cometer menos vezes...

 

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