quarta-feira, novembro 23, 2005

As casas de banho e as baratas: Parte 5

Chegámos a Mumbai e caiu uma barata em cima de um de nós. Felizmente não me escolheu. No entanto, levou-me a pensar que aquele país estava repleto de baratas… Confesso que fiquei em pânico. Admito que não lido bem com determinados bichinhos inofensivos… É um defeito. Nem parece que sou uma rapariga de aldeia onde existiam destes e de muitos mais. Não apareceram muitas baratas ao longo da viagem, mas sempre que tinha de ir a uma casa de banho pensava sempre nas baratas.

Talvez porque as casas de banho em alguns sítios sejam pouco limpas. Aliás, houve uma casa de banho que fui numa bomba de gasolina, que nem queria acreditar que era possível estar tão suja… Nunca vi nada semelhante. Nem consigo descrever. Apesar de tudo, as piores encontravam-se quando fazíamos viagens entre cidades. Era o que de pior eu encontrava nas viagens. Pior do que o desconforto de algumas viagens. Quando sentia vontade de ir à casa de banho, só pensava no que iria encontrar. Houve uma que decidi nem acender a luz… Preferi nem ver. Bastava-me o cheiro. Por acaso o cheiro das casas de banho públicas fez-me lembrar o concerto do sudoeste que a certa altura fica com um cheiro nauseabundo na zona das casas de banho, mas que apesar disso, ainda longe dos cheiros quentes da Índia.

A última barata veio de brinde na minha faca num restaurante em Mumbai. Ainda bem que era pequena, porque todas as minhas tentativas para dessensibilizar o nojo demonstraram ter falhado…

Mas nem as casas de banho nem as baratas conseguiram alterar o estado de espírito que se vivia por aquelas paragens.

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