segunda-feira, julho 04, 2005

crónicas de uma rapariga gira, sem namorado, aos 30 anos # 3

antes de continuar com as situações, faço uma pequena pausa para repensar alguns diálogos que se vão repetindo e que estão relacionados com a temática das crónicas. são diálogos isolados e com pessoas diferentes, contextos alternativos.

"- os homens tem-te medo. Só tu é que não percebes isso... eu também já te tive medo."

"- és uma mulher fatal"

"- tens por acaso o hábito de matar os namorados?"

podem estar aqui três razões para uma rapariga gira de 30 anos não ter namorado! acho que a maioria dos homens têm medo de raparigas (aparentemente) independentes, desprendidas, que não sabem de onde vêm nem para onde vão, incapazes de verbalizarem qualquer promessa de amor eterno (apesar de o sentirem!), que não sabem onde estão daqui por uns momentos (mesmo que isto nunca implique deixar o namorado!), emocionalmente instáveis evitando assim a monotonia nas relações, com ar sedutor mesmo sem o serem, que não passam despercebidas quando entram em qualquer sítio, que gostam de futebol e de outros desportos, concertos, arte, que detestam ir às compras, que gostam de ir para os copos, que respeitam as opções dos namorados e que a única coisa que desejam é sentirem que são a pessoa MAIS importante para o namorado!

apesar de os homens verbalizarem que gostam de mulheres parecidas com a descrição feita... noto que não sabem viver muito tempo com isto. sentem-se inseguros. a pisar em terras pouco conhecidas. têm medo que a rapariga se farte deles e os abandone. têm receio que ela queira sempre novas experiências tal é a sua curiosidade. não têm a certeza destas mulheres darem boas mães para os filhos que querem ter. acham que ela não os ama incondicionalmente. e sem o saberem, têm medo das mulheres fatais...

"- és muito exigente... não faltam rapazes que gostavam de namorar contigo!"

pois. mas estarão dispostos a não me querem mudar. existe um ponto de honra para uma rapariga gira aos 30 anos: não aceito que me queiram mudar para aquilo que eles sonharam para as suas esposas. admito adaptar-me a outra pessoa. não admito mudar-me de tipo de pessoa que sou... e acredito que exista pelo menos um homem que não tenha medo!

enquanto aguardo esse homem, vou continuando a viver as crónicas e dar-vos a conhecer alguns aspectos do que eu penso de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos numa sociedade nortenha.

19 Comments:

At 12:49 da tarde, julho 04, 2005, Anonymous Anónimo said...

Coerência...
Se esperas de alguém o mesmo que esse alguém pode esperar de ti, então estás no caminho certo... :)

 
At 12:54 da tarde, julho 04, 2005, Anonymous Anónimo said...

O problema (não necessariamente o teu, Isis...) é que muitas vezes as pessoas têm duplos registos ou seja: tão atentas estão ao que se quer, ao que não se quer, ao que se aceita, ao que não se aceita no "outro" que se esquecem de ver se praticam o mesmo no sentido inverso...
Não que esta correspondência bidireccional seja a "receita" para o sucesso... Quem sou eu para avaliar as relações e os outros... É apenas uma perspectiva pessoal... entre muitas outras... tantas quantas pessoas existem neste mundo...

 
At 12:57 da tarde, julho 04, 2005, Anonymous Anónimo said...

Ai as relações, as relações!...

 
At 1:21 da tarde, julho 04, 2005, Blogger Ísis Osíris said...

Incognitu: relativamente à coerência, estou de acordo! qto ao 2º comentário nunca me passou pela cabeça q houvesse alguma coisa de errado comigo...:) e continuo a concordar que se deve olhar para além do nosso umbigo!

Mais uma acha prá fogueira: com um nome tão promissor.... fiquei desapontada!

 
At 2:56 da tarde, julho 04, 2005, Anonymous Anónimo said...

resumindo e concluindo....
O KE TU KERES SEI EU PÁ::::)

 
At 3:06 da tarde, julho 04, 2005, Anonymous Anónimo said...

Talvez por seres uma rapariga modesta esqueceste-te de um promenor muito importante: A inteligência. Quando uma rapariga é isso tudo e ainda por cima é inteligente...é a desgraça! Parece que não se aguentam. Será complexos de inferioridade? Será medo de a qualquer momento serem abandonados? Ou será simplesmente porque essa tal rapariga gira, independente, desprendida, que vive ao sabor do vento é tão inteligente que não os consegue aturar? ;-))

 
At 4:28 da tarde, julho 04, 2005, Anonymous Anónimo said...

ó xantipa.... o que tu querias dizer era pormenor não??!!

 
At 5:32 da tarde, julho 04, 2005, Blogger Rainha das cores said...

Isis, Isis...Isto está cada vez melhor...;) Assino por baixo em tudo! É bom encontrar pessoas que são fieis ao seu EU e não se submetem a "amores" incompletos para se sentirem mais preenchidas...
E quanto aos meninos com medo... Quem tem medo... :P

 
At 5:44 da tarde, julho 04, 2005, Anonymous Anónimo said...

Ui ui xantipa!...
Tanta hostilidade...
Atenção que nestas coisas das relações não há um género "bom" e um género "mau da fita"...
Há homens e mulheres difíceis de aturar assim como o contrário em ambos os géneros...
A inteligência não é mais fértil num dos géneros, assim como a tolerância ou o interesse... Há de tudo e para todos...
E cuidado que as generalizações selvagens são bastante perigosas!... :)

 
At 7:01 da tarde, julho 04, 2005, Blogger Elentári said...

O pior é quando nos dá o medo dos homens. À excepção daqueles que não nos interessam... bolas!

 
At 9:47 da manhã, julho 05, 2005, Blogger Ísis Osíris said...

bem, isto quase dava o resultado que eu queria! mas na verdade, onde é que andam as opiniões dos homens? eles é que poderiam ajudar a dismistificar ou não esta questão... Não vos parece, homens?

 
At 11:25 da manhã, julho 05, 2005, Anonymous Anónimo said...

Queres andro-opiniões? Eu tenho andado por cá... :)
Vejamos...

Elentari:
O medo surge dos dois lados, e quanto maior é o interesse maior é o receio de falhar. Até aqui tudo bem... Contudo, acredito que a experiência da vida, a conquista da confiança e a estabilização do self nos permitem / obrigam a adoptar o que eu chamo de "saltos para a piscina". Trocando por miúdos: se se quer e se se gosta, então temos que nos entregar... mas de AMBAS AS PARTES... isto de se fazer 70% ou 80% do trabalho de aproximação e construção pura e simplesmente NÃO DÁ...
Eu sei, eu sei... as más experiências, as perdas, as desilusões deixam marcas difíceis (talvez impossíveis) de sarar... mas o que se há de fazer?! Há que dar um pouco (ou muito) de si próprio e ver se o outro faz o mesmo... E se isto acontecer... que magnífico é...

 
At 11:47 da tarde, julho 05, 2005, Blogger Pêndulo said...

Nítida cedência à pressão casamenteira.
Com certeza já começas a detestar as reuniões familiares em que dizem "Já caou ? Ah não ? E então quando é ? "
Rapidamente estás a absorver esse paradigma e a tornares-te igual a esses inquiridores.

 
At 12:52 da manhã, julho 06, 2005, Blogger Lyra said...

ha algum tempo disseram me uma coisa deveras inquietante, " a tua personalidade aproxima os homens assim como depois os afasta. não sabem lidar com alguem que é toda sentidos" :-) se tem razão não sei.

 
At 10:37 da manhã, julho 06, 2005, Blogger Ísis Osíris said...

pêndulo: eu gostava de conseguir perceber melhor aquilo que parece ser uma perspectiva diferente do que eu queria que fossem as crónicas! o que pretendia era afastar-me desse paradigma e tu dizes-me que me estou a aproximar... explica-me! :)

 
At 10:38 da manhã, julho 06, 2005, Blogger Ísis Osíris said...

lyra: se é verdade ou não, também não sei.... mas parece-me fazer algum sentido!

 
At 10:40 da manhã, julho 06, 2005, Blogger Ísis Osíris said...

se a miss terry aparecer por aqui, pode deixar o blog onde escreve?
;)

 
At 6:06 da tarde, julho 07, 2005, Blogger Luna said...

Compreendo tão bem este teu post!! E concordo completamente contigo: Sempre defendi que seria mais feliz sozinha do que entregue a uma qualquer relação para não estar só ou para "parecer bem". E a vida tem-me provado que esse é o caminho! Um dia destes, Isis, ainda tens uma boa surpresa!!! ;)

 
At 12:02 da manhã, julho 08, 2005, Blogger Pêndulo said...

Não espere mais pela resposta ela aqui está.
Pela importância que deste ao assunto ao ponto de merecer "post" vê-se que é assunto que te preocupa. Ora aí temos a semelhança, essa preocupação com os comentários alheios é já sintoma de inflexão numa trajectória que se mantinha alienada de tais preocupações. Preocupar-se em demasia , como demonstraste, far-te-á , pouco a pouco, mimetizar esse comportamento como forma de integração na tendência social maioritária. Claro que ocultas essa deriva afirmando a tua independência através do 30 anos , solteira e sem namorado" e do penúltimo parágrafo mas essa reafirmar é já em si sintomático de capitulação.

Um nortenho

 

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