sábado, setembro 30, 2006

Preto e Branco # 11

Cisnes Selvagens # 2

de Jung Chang
Quetzal Editores
1999

Na quarta feira à noite, estive meia hora a falar do livro a uma amiga.Entusiasmada com tudo o que estou a aprender sobre a China. Começo a perceber algumas das características da cultura actual a partir da história. É um livro que é mais do que um romance. Aliás, o romance é apenas o fio condutor para a autora nos relatar a história da China desde a invasão Japonesa até a actualidade. É um livro com uma perpectiva feminina. Tal como já disse antes, quase todos os dias sonho com aspectos do livro, de tal forma que é envolvente. Por vezes estou na grande Marcha, outras estou na Grande fome dos anos 50.

Ainda estou a atravessar o comunismo e a sua implementação e uma das protagonistas teve uma reflexão com a qual me identifiquei bastante: os principios do comunismo são bons, mas esqueci-me que seriam Homens a implentá-lo e como tal transparece todos os seus defeitos. É exactamente o que eu acho acerca do comunista e é por este motivo que nunca poderei ser de esquerda. Por muito que o meu pai me chame sindicalista, por eu ter a mania da justiça e dos direitos, não acredito em políticas de esquerda... Também não acredito nas de extrema direita.

Bem. Não tenho transcrições porque perdi o papel onde as anotei.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Volver

do Almodover.

Não me encheu os olhos, nem o espírito. Dos olhos saltaram lágrimas. Quanto ao espírito não ficou assim tão surpreendido com o enredo, como já aconteceu em outros filmes; Não se riu tanto como noutras alturas. Não sei bem o que faltou: talvez o retrato irreverente que o espanhol faz habitualmente quando caracteriza as pessoas.

É engraçado. Quando vejo os filmes dele, acho sempre que conheço uma série de histórias que dariam um bom filme do Almodover. Histórias com festas, tentativas de infligir dor a si próprio em momentos de desespero, funerais, gays e uma prostituta de 80 anos a trabalhar numa esquina da nossa cidade. E tantas outras... Que por vezes apetece-me fazer estes retratos e enviar-lhe.

pequenos nadas # 2

Nada como uma tala no pé que só nos deixa conduzir a um máximo de 90 kms/h.
Não há ângulo para o acelerador.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Cisnes Selvagens # 1

de Jung Chang
(amanhã coloco a editora e data!)

Quem não pode viajar sempre que quer, nem conhecer o mundo directamente, pode fazê-lo através dos livros. ultimamente tenho lido livros que de alguma forma retratem a vida noutros países. Este livro tem sido tão marcante que todos os dias sonho que estou na revolução de Mao.


Prometo voltar a falar outra vez do livro, quando tiver mais tempo.

citando:

"Há coisas que acontecem, que por pertencerem à memória nos tornam mais ricos, como a pontuação no texto das nossas vidas. Considera-me uma vírgula, que quase imperceptível, dá sentido ao texto (espero)!"

Pesadelos da alma # 24

Se ao menos pudesse não acordar.

pequenos nadas # 1

Nada como trabalhar para subtrair pontos à tristeza.

quarta-feira, setembro 27, 2006


106,00€

Segundo um Decreto-lei de 1 de Setembro de 2006, é este o valor de uma nova taxa que os hospitais aplicam para os casos de urgência por motivo de agressão/violência. A vítima terá obrigatoriamente que apresentar os dados pessoais do agressor, que receberá a conta do hospital em casa.
Isto é muito mal feito. Isto é muito mau. Qual o objectivo do legislador? Dissuadir as pessoas de apresentarem queixa? Diminuir assim o número de casos de violência, nomeadamente a violência doméstica? Minar o trabalho de técnicos e afins, para os quais é já de si delicado persuadir uma vítima a apresentar queixa?

terça-feira, setembro 26, 2006

Ando com muito trabalho e por isso não consigo colocar em prática os meus dotes coloridos de organizadora de eventos!
Contudo aproveito para deixar a informação de que vou ver o Jorge Palma, na quinta feira ao Teatro do Campo Alegre. Queridos caracóis, se quiserem apareçam!

Pesadelos da alma # 22

Ontem morri um pouco,
com a carne por debaixo das unhas.
Durante uma insónia interminável.

segunda-feira, setembro 25, 2006

música da semana #7


Franz Ferdinand - Walk Away

domingo, setembro 24, 2006

dias 20 de Setembro

No dia 20 o ASC fez anos! Não estive por aqui para dar os Parabéns em Nome dos caracóis!
No dia 20 nasceu a Beatriz: a nova filha da Xantipa!

é uma promessa! e já sabem como sou com as promessas!

Acabei de ler um mail que me deixou tão deprimida que
tenho um ano para:
juntar dinheiro,
aprender inglês decente e,
bazar daqui durantes uns valentes meses.
É sempre esta vontade de "ir, correr o mundo e partir..."

De Domingo a Domingo...

A vida passa devagar ou depressa conforme a percepção de cada um.

Hoje no domingo a seguir ao domingo passado, leio o Expresso em vez do Sol. Ouço Antony&TheJohnsons (que infelizmente não ouvi na Casa da Música!), enquanto faço uma retrospectiva da semana. Às vezes, penso que cada dia da minha vida podia ser marcado por uma banda sonora específica e sempre que a ouvisse transportava-me para o momento passado. Esta minha vontade de permanecer agarrada a momentos, qualquer dia prende-me de vez ao passado.

A minha mãe liga para perguntar se vou almoçar a casa, mas prefiro ir almoçar umas Tripas à moda do Porto, por volta das duas da tarde. Melhor do que o cachorro que almocei no passado domingo. Uma visita grátis a Serralves, para ver a arte contemporânea que se passeia por aí, pelo mundo. Em vez de ficar a dormir toda a manhã como na semana passada. E de uma visita ao Norteshopping para comprar um pé elástico, enquanto tentava caminhar sem mancar.

A minha mãe pergunta-me, à semelhança de outras pessoas, se torci o pé nas danças orientais. Explico-lhe que não. Que caí na quarta à noite. Hoje caminho devagar. Talvez aprenda a não andar sempre a correr e a ser mais calma e relaxada perante a vida. Infelizmente não vou poder dançar nos próximos dias. A dança do ventre começa a fazer parte das minhas rotinas imprescindíveis. Talvez este ano possa dançar finalmente para alguém. Acho que tenho vários ossos problemáticos no meu corpo o que faz com que seja uma dançarina elástica: rótulas deslocadas (joelheiras elásticas) e agora um tornozelo torcido (pé elástico). Com uma perna mais curta do que a outra, abano-me a caminhar e isso já originou várias brincadeiras da parte dos meus amigos. Ao que lhes respondo que esse era o segredo do andar da diva, Marlyn Monroe (ela caminhava a abanar-se por cortar um dos tacões!) Não sou tão sexy… Ainda!

2ª feira: aula de dança e se não me lembro, devo ter ficado em casa a descansar.
3ª feira: “O elevador de serviço” – na loja “Maria não vai com as outras” – peça interessante, num ambiente húmido, depois de um jantar no Chien qui fume.
4ª feira: Exposição de fotografia na galeria Lab65 (em frente ao restaurante Gira Pratos); Queda livre na praça D. João I e depois a companhia Circolando no Rivoli encenou uma peça dramática, fascinante e um jogo de luzes determinante, sobre a vida dos mineiros. Hospital Pedro Hispano.
5ª feira: Dores. Os amigos no serviço de urgências. Gelo no pé. Terminei de ler o 1984. Colisão: filme com um dos argumentos mais simples e simultaneamente de uma riqueza complexa.
6ª feira: Segundo dia sempre em casa. A depressão total. Auto-destruição. Solidão da alma. Comecei a ler o livro “Cisnes Selvagens”. Escrevi a reportagem sobre Istambul.
Sábado: Um almoço tardio em frente ao Rio Douro. Chá no “Artes em Partes”. Música. Mostrar e ser visto pelas ruas em dia de inaugurações. Galeria Espaço Ilimitado com uma exposição de fotografia que vale a pena visitar do fotógrafo Javier Diaz Saiz. Galeria Serpente com a exposição de pintura que gostei, da Rita Melo. Jantar solitário. Noite de animada conversa em casa com os 3 amigos que telefonaram.

E assim se passa uma semana! Já agora, QUEM É QUE QUER IR VER A natacha atlas????*


*Tenho sede de concertos. Tenho fome do que sinto a ver música ao vivo. E como gosto realmente: Nunca ouvi nada dela, mas tenho a certeza que vou gostar! (adoro o meu pensamento mágico sobre a vida!)

Mil novecentos e oitenta e quatro # 2

Mil novecentos e oitenta e quatro. Tinha marcado umas quantas transcrições para as fazer aqui, mas apaguei-as sem querer da memória do telemóvel e por isso ficarão para sempre presas dentro do meu livro. Como sendo aquelas frases em que pensei mais, ou sobre as quais fiquei durante mais tempo.

O livro é brilhante. Apresenta as sociedades de uma forma tão clara, tão destruidora, tão “capaz de tudo” desde que sirva os objectivos. Conseguimos compreender, melhor, através deste romance os massacres, as guerras e todas as formas de tortura que as pessoas provocam umas às outras. Conseguimos compreender o exercício do poder sobre a mente humana. E a partir daqui para todas as relações de poder que se estabelecem entre as pessoas, quer no trabalho, quer na família, quer no amor, quer na amizade. O mundo seria o que é se não existisse a palavra poder e assim abolíssemos o significado da palavra? Será que se abolirmos a palavra, abolimos o exercício do poder?

sábado, setembro 23, 2006

Crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos # 69

Hoje o número da crónica é o 69, mas não vou falar de posições do Kamasutra. Além de que apesar de ter lá esse livro, ainda não me deliciei a estudar novas posições.

Hoje vou escrever sobre um tema mais ou menos controverso, conforme as pessoas com quem falo, sejam do sexo feminino ou masculino. lembrei-me disto, porque ontem enquanto olhava distraidamente para a televisão, ouvi o seguinte diálogo:

" - Como é que convenceste o Harry a apaixonar-se por ti?
- Não fui para a cama com ele."

Isto fez-me recordar uma série de conversas que já tive a respeito deste assunto e lembrar-me das várias explicações que já ouvi a respeito de uma rapariga ir para a cama com um rapaz no primeiro encontro.

As explicações que me lembro mais claramente ditas por homens:
"Um homem gosta de sentir que se tem esforçar por conquistar a rapariga. assim se ela vai para a cama com ele, sem que haja muita conquista, ele perde totalmente o interesse nela."
"Se eu conheço uma rapariga e ela vai logo para a cama comigo, acho que ela é uma leviana e que faz isso com frequência e perco o interesse nela."
"Quando vou para a cama com uma rapariga num primeiro encontro, obviamente que é porque não tenho qualquer interesse nela, para além do físico. Acho que as mulheres sabem disso, não?"

As mulheres falam menos abertamente destas experiências (vai-se lá saber porquê!), mas lembro-me de algumas explicações:
"Quando fui para a cama com ele, apesar de o ter conhecido naquela noite, estava à espera que ele me quisesse conhecer melhor nos dias seguintes e quem sabe manter um relacionamento."
"Mesmo que me sinta atraída por um homem, não vou para a cama com ele no primeiro encontro, porque não me sinto bem comigo mesma."
"Fui para a cama com ele, mas ele nunca mais me ligou."
"Se tivesse ido para a cama com ele, logo que me apeteceu, tenho a certeza de que não me teria casado com ele."

O que eu noto é que existe um problema ao nível do posicionamento perante a questão, que diferencia homens e mulheres. Não tenho bem a certeza se existe efectivamente diferenças entre homens e mulheres quanto à forma de viver a experiência, em termos anímicos. Contudo tenho a certeza de que essa questão se situa muito ao nível social e educacional. Acho que em comum temos os desejos mais animais, as carências do contacto corporal e sexual e a vontade de copular com alguém que nos atrai. Provavelmente as mulheres depois acham que têm de querer manter o contacto para serem bem vistas pela sociedade, porque senão são consideradas levianas ou então são efectivamente mais emocionais e quando vão para a cama com um homem é a pensar em manter uma relação. E talvez os hiomens não queiram manter o contacto, porque senão são mal vistos pela sociedade por andarem com uma mulher fácil ou então são menos emocionais e não têm nenhum outro desejo para além da cama.

Haverá muitas mais possibilidades de explicação, porque esta é uma área muito cinzenta. Na verdade, conheço casamentos que começaram como uma aventura de cama. Conheço outros, que só aconteceram porque as mulheres tiveram de travar autênticas lutas com os seus desejos para não irem logo para a cama. Conheço casamentos de namoros demorados e castos que só duraram meia dúzia de meses e outros que duram à anos, apesar do relacionamento ser pouco casto.

Não haverá regras, mas gostava de perceber melhor o que se passa na cabeça dos homens e na cabeça das mulheres.

Às vezes, digo em tom de brincadeira às minhas amigas: "Avalia bem se só queres ir para a cama com ele, ou se achas que ele é interessante para o dia seguinte. Se achares que é apenas uma atracção física, vai para a cama com ele e certifica-te que ele não é um daqueles "colas". Se achares que ele é interessante, não vás logo para a cama com ele, porque provavelmente perdes todas as oportunidades de o conhecer melhor!"

Claro que, em última análise, e onde me posiciono, não existem explicações racionais para o fenómeno. A questão não tem uma explicação lógica. Homens e mulheres vão para a cama num primeiro encontro, por qualquer motivo explicado talvez pela carência, talvez pelas ferormonas. Homens e mulheres mantêm uma relação depois disso, motivados por variadíssimas explicações, nomeadamente aquelas que não têm explicação, ou porque estão em sintonias de ondas semelhantes, ou porque estão ambos a precisar da mesma coisa.

Acredito que as pessoas podem encontrar-se e conhecerem-se das formas mais diferentes possível, mas se o não estiverem no timing certo nada se irá prolongar! Portanto façam o que fizerem a questão é sempre influenciada pelo timing que as pessoas estão a passar e daí que o melhor é as pessoas fazerem o que lhe apetece naquele momento desde que não tenham expectativas de futuro.

É claro que eu olhando para trás e para as minhas experiências tenho-me apercebido de um dado curioso. Como eu achava que qualquer coisa que tivesse como início (mesmo que fosse no 5º encontro!) ir para a cama com alguém não poderia funcionar, fazia logo com que as minhas atitudes me confirmassem isso. Como daquela vez em que fui para a cama com um rapaz, esqueci-me de um casaco em casa dele, e no dia seguinte mandei uma mensagem a dizer para ele me deixar o casaco na portaria do meu emprego! Nunca mais vi o casaco... E o rapaz também não! A piada é que eu o achava interessante e gostava imenso de estar com ele, mas achava que daquela forma não iria ser possível iniciar nenhuma relação. Como não queria ser a rejeitada, tratei de ser eu a rejeitar. Mau timing!

quarta-feira, setembro 20, 2006

poesia # 21

Às vezes, consigo tocar-lhe nas pontas dos dedos,
para sentir a leveza do Seu olhar,
ou do seu calor.
Nesses dias,
sinto-me tocada por um daqueles momentos de pura poesia,
que já conhecem.

Ainda sobre "O Perfume"...

Boas notícias nos chegam dos lados da Alemanha: foi feita a adaptação cinematográfica do livro "O Perfume", de Patrick Süskind.
Sempre que falava com quem leu este livro acabava por surgir a questão de o livro dar um óptimo filme, e nunca ninguém ter pegado nesse projecto. Aqui está, passados 15 anos da 1ª edição nasce o filme inspirado na fantástica obra.
Só faltava podermos ir ao cinema ver o filme e ser possível sentir as fragâncias descritas no livro.
Bem, espero que o fime valha a pena!

The next day

É só p'ra dizer que ESTOU VIVAAA!!

terça-feira, setembro 19, 2006

achei piada...

Crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos # 68

Não me custa nada viver sozinha. Talvez porque nunca me sinta verdadeiramente sozinha, excepto naqueles dias em que as decisões têm um peso brutal e em que os problemas que me rodeiam, me levam a desejar voltar ao ventre da minha mãe e ficar ali encolhida em posição fetal. Nesses dias, não me apetece dormir sozinha, nem ficar no sofã. Não me apetece telefonar a ninguém, nem tão pouco atender o telefone a alguém. Neses dias, adormeço a sentir uma mão que me passa pelo cabelo e murmura que vai tudo correr bem, para que eu não fique preocupada. A imaginação de uma mão perto da minha posição fetal. Acho que é nos dias em que abandono a armadura de D. Quixote no sexo feminino. Senti-me assim ontem. Comecei a sentir-me agora outra vez. Lá me vêm as ideias mágicas de que se usar óculos de sol ninguém me vê e eu perco assim a existência. Pesadelos da alma de uma rapariga independente, autónoma, cheia de ideias e com vontades que até é possível vender quando alguém precisa.
Nos outros dias não me custa viver sozinha. Tenho tantas actividades, tantos objectivos, tantos locais para ver, tantas pessoas para conhecer, tantas coisas para sentir... Que o tempo que passo a dormir é demasiado para o tudo que quero aprender numa curta passagem por este planeta, enquanto isis osiris. Nos outros dias, não me custa nada estar sozinha, porque existe sempre alguém a dar-me atenção, alguém a quem eu ame, alguém que me ama, existem sempre tantas emoções a borbulhar. Viver sozinha tem esta coisa boa: estamos sempre à procura de mais coisas... Não nos acomodamos tanto ao sofã.
Vou sentir saudades destas minhas angústias existenciais quando deixar de as ter. Sou tão emocional, que até me ligo às angústias, às questões, às dúvidas. Dá-me vontade de ficar deitada em posição fetal a rir da minha angústia.

Gordon

Encontro-me muito sossegada na minha ilha encantada quando começo a ser bombardeada, pelos meios de comunicação social, com alertas sobre a tempestade tropical, ou o mini-furacão Gordon, que por aqui irá passar. Falando com os naturais da Terceira, gente habituada a estas surpresas da natureza, alguns dizem-me que não vai ser nada do que estão a pintar, quem sabe se até não passará ao lado do arquipélago; outras, menos confiantes, dizem-me que esperam que não seja tão mau quanto têm vindo a anunciar. Ventos até 170 kms/h, ondas de 12 a 16 metros e, para compôr, chuva, muita chuva.
Bem, vou aguardar para ver no que é que isto dá! No entanto, e porque a dita tempestade começará pelas 22h de hoje e apenas terminará na 4ª feira, e porque somos aconselhados, pelo menos esta noite, a não sair de casa, já comprei cigarros e literatura extra, e fui ao supermercado mais cedo do que previra! Mais vale prevenir...

P.S.: Se até para a semana não ouvirem notícias minhas iniciem as buscas, ok?
Eu sabia que podia contar com vocês... :)

Mil novecentos e oitenta e quatro # 1

George Orwell
Antígona

"Ao ler aquelas palavras, Amo-te, crescera dentro dele o desejo de viver, e de repente parecera-lhe estúpido correr riscos inúteis." (pp 115)

Mais um dos clássicos, que ao que parece eu não deveria perder. Foi no último jantar de caracóis que falamos sobre ele. A origem do "big brother", uma sociedade em que tudo é controlado por este grande irmão e onde o amor e o sexo são armas que o governo usa em proveito próprio. Vou mais ou menos a meio do livro. É pesado. Obriga-me a parar, a fazer analogias com o presente, pensar na nossa vida à luz do "Grande irmão".
Amanhã há mais...

os caracois vão a concertos # 13

Marisa Monte.
Coliseu.
Jogo de cores.
Jogos.
Jogos de palavras.
Jogos de músicas.

Senti-me enebriada num jogo. Num jogo de memórias.
Transportada para o Brasil dos Tribalistas, em 2003.
E quando ofereci uma música a um amigo,
ele respondeu: "Ainda bem que este era o ano dos não concertos!!"

A verdade é que eu não resisto à tentação...

futurologia ou mera capacidade de observação?

Às vezes, sei o que irá acontecer... mas não digo a ninguém! Guardo segredo. Disfarço. digo outras coisas que não interessam a ninguém. Se disser e acontecer, fico a achar que tenho responsabilidades nos acontecimentos... Se não digo, fico a achar muitas coisas.

Pesadelos da alma # 21

O medo.
Paraliza-me por dentro.
Aniquila-me os movimentos,
Adormece-me a capacidade de decidir.
O medo,
sempre o medo a calar o que deveria ser feito e dito.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Goa ou o Guardião da Aurora


Em "Goa ou o Guardião da Aurora", Richard Zimler leva-nos ao terrores da Inquisição na colónia portuguesa, em finais do século XVI. Achei esta viagem no tempo muito rica e cativante, e admirei o minucioso trabalho de pesquisa por parte do autor, que nos oferece um relato interessante e empolgante onde os pormenores dessa pesquisa aturada surgem naturalmente, e não de forma demasiado descritiva e "pesada" como acontece noutros autores de romance histórico.
Toda a história se centra em torno de uma família judia a viver na Goa então portuguesa e no facto de dois dos seus elementos terem sido a certa altura presos e acusados pela Inquisição. Penso que consegui entender perfeitamente o que pensava um prisioneiro nessa época, toda a angústia face a legítimas incertezas em torno da vida, da morte, da tortura...
Já é o segundo livro deste autor que leio (o outro foi "O último cabalista de Lisboa") e vou tentar ler os restantes, pois além de gostar muito da modalidade do romance histórico, gosto da forma como este autor escreve e me incita a ler mais um capítulo, e outro, e só mais este e... oh, já acabou!!!


Goa ou o Guardião da Aurora
Richard Zimler
Editora: Gótica (2005)

música da semana #6


Artic Monkeys - the view from the afternoon high

Alguém quer ir ver e ouvir?

Quinta 28 Setembro 2006
22:00, Sala Suggia
15 EUR
Natacha Atlas
No concerto exclusivo para a Casa da Música, a diva do etno pop que liderou, nos anos 80, o grupo multi-étnico Transglobal Underground vem mostrar o seu mais recente trabalho «Mish Maoul».

Com todos os meus planos preciso de 2 noites extra por semana e dois sábados, em vez de apenas um. Será que alguém me pode ajudar?

Hoje sinto-me assim:



(depois de tantos fãs me pedirem para publicar a minha fotografia)

Pesadelos da alma # 20

Segunda feira, depois de um fim de semana pequeno e curto!

sexta-feira, setembro 15, 2006


sábado dia 16 no BEAT CLUB (antigo Coksi's) em Cortegaça, mais uma sessão:

OKINAWA MAD DOLLS AND THE DAMN PUPPET

Rock e Electro, New e Retro com ou sem misturas...

Eu e eles... nós! Apareces?

Têm algum perfume que gostam tanto, que até sonham com o seu cheiro?
E ficam mais felizes quando o conseguem cheirar na pele ou apelar à memória do seu cheiro?

dias quase perfeitos # 3

Ontem foi uma noite quase perfeita.
(Não posso continuar a queixar-me de que não se passa nada na cidade do Porto.)
Ontem fui à sessão de abertura do "fimp 2006" - o espaço do encontro. No Rivoli e na Praça D. João I entre 14 e 24 de Setembro. Têm de procurar um programa, porque vão haver imensos espectáculos, alguns grátis na praça, outros a pagar no rivoli.
E porque é que esta noite se tornou em "quase perfeito"?
Porque existem pessoas fantásticas por aí, para se conhecerem melhor.
Porque existem espectáculos ligeiros e divertidos na baixa portuense.
Porque a minha querida amiga me trouxe chocolates e o meu gelado favorito para a sobremesa.
Porque quando a chuva caíu, senti-me abençoada.
Porque encontramos o Aristoteles e ele também se juntou a um grupo em crescimento.
Porquê? Porque eu sou assim e gosto de sentir... Sentir tudo!

jogo para o fim de semana

Passava a tarde a tirar o carro amarelo da garagem se pudesse... mas não, tenho de ir trabalhar, um último esforço antes do ansiado fim de semana!
Mas para aqueles que têm net no trabalho e por vezes têm um tempinho à Sexta (ou têm sempre um tempinho, há de tudo!) deixo o joguito que me enviaram por mail.
Nada de muito elaborado, como convém numa Sexta à tarde... Bom fim de semana para todos!!!!!

quinta-feira, setembro 14, 2006

poesia # 20

Ontem ao final da tarde.
Parque da cidade.
Já era quase de noite
e tinha chovido durante horas.
O cheiro a terra molhada.
O cheiro a flores molhadas.
O vento fresco a misturar o ar do mar com o ar da terra.
Um momento de absoluta magia negra
para uma alma negra
que via pairar à minha volta.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Pesadelos da alma # 19

Por mais que se fuja dos problemas,
eles acabam sempre por vir ter ao pé de nós.

terça-feira, setembro 12, 2006

a loucura...
o êxtase...
A GELEIA DE MARMELO DA MINHA AVÓ!!!!!!
(não passa deste ano, tenho de lhe perguntar como é que se faz. Além de ser um antidepressivo potente, devo acrescentar)

segunda-feira, setembro 11, 2006

Jantar de caracois

Tinha-me esquecido de fazer a descrição do último jantar!

Finalmente foi encontrado o restaurante que se adapta na perfeição a estes jantares literários. Barato. Caseiro. Tasca. Artístico. Cheio de coisas antigas. Com prateleiras forradas com livros. E a "cereja em cima do bolo": um tasqueiro que declama poesia maravilhosamente.

Eduarda - Miguel Rocha
Mulher em Branco - Rodrigo Guedes de Carvalho
Ele e o outro - Hermann Hesse
A morte melancólica do rapaz ostra e outras estórias - Tim Burton
Os filhos da meia noite - Salman Rushdie

música da semana #5


White Rose Movement - girls in the back

domingo, setembro 10, 2006

curtas

Um amigo meu ofereceu-me o livro "A história da vagina" porque achou que tinha a minha cara.

Depois de uma noite animada a minha voz desapareceu: hoje não consigo falar.

As pessoas encontram-se e desencontram-se sempre por algum motivo.

Alguém quer viajar pelo mundo durante meio ano (comigo!)?

Não existe nada de mais fantástico do que sentirmos que existem várias pessoas mágicas.

Alguém acredita na magia dos olhares, das vozes e dos sorrisos?

Não me tirem a voz.

sexta-feira, setembro 08, 2006

No outro dia estava a pensar no preço das palavras e na razão pela qual o verbo AMAR é tão barato para uns e tão caro para outros.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Informação?


"Até que ponto somos manipulados pela comunicação social?"

Esta questão ficou em aberto no último jantar de caracóis. Foi lançada para o ar, sopraram-lhe algumas opiniões, mas continua a pairar no ar aguardando algumas outras brisas que lhe dêem sossego.

Eu continuo a achar que há modas, subtilidades e interesses que a comunicação social nos transmite incute e que acabam por moldar determinadas linhas de pensamento, determinadas atitudes face a.

Acho também que depende do meio de comunicação social de que estamos a falar. Ou não?

dias quase perfeitos # 2

Um amigo telefonou-me à noite a perguntar se queria ir ao cinema. Ele queria ver o filme do Luc Besson: ANGEL-A.

Ainda bem que me ligou, porque nem tinha reparado na existência deste filme.

A preto e branco. Paris deserta. Diálogos interessantes e ricos em conteúdo. Planos lindos. Leve e divertido. Um filme que mistura os assuntos complexos com a simplicidade da ficção.

Na minha opinião um filme a não perder.

um dia quase perfeito!

Por vezes, dias simples são quase perfeitos. Ontem foi um desses dias. Não aconteceu nada de fantástico, nem de diferente. Mas acho que se adapta na perfeição à ideia de que a felicidade se aproxima da liberdade. Da liberdade de fazer exactamente aquilo que nos apetece naquele exacto momento. Por pouco não fiz tudo o que me apetecia. Não me despi e não me atirei ao mar conforme era minha vontade. Foi uma pena não o ter feito, porque o desejo era tal que achei que naquele momento amava o mar. Estava uma tarde de nevoeiro cerrado, mas quente. Quase ninguém na praia. Fui caminhar e estava com uma vontade terrível de me molhar e deixar envolver na água do mar. A certa altura atravessei a areia na direcção do mar. Não imaginam a felicidade que senti por me estar a aproximar do mar. Acho que me senti apaixonada por tudo em meu redor. A saia ficou molhada. A carteira também. Mas eu caminhei alegremente a sentir a água nos pés e as pingas das ondas nos braços. E ri. Ri sozinha e nem seipensei nos porquês! Encheu-me por dentro. Molhou-me por fora.

Pesadelos da alma # 18

Por vezes vivemos aquilo que nos parece um sonho
sem nos apercebermos de que se trata de um pesadelo.

domingo, setembro 03, 2006

música da semana #4


The Kills - the good ones

sábado, setembro 02, 2006

Crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos # 67

"Não tinha sequer estar com galanteios oude preocupar-se com a sedução. Ali, ao alcance da sua mão e sem outro esforço além de esfregar com sabedoria e perícia, tinha a chave do amor das mulheres. (pp. 119) in O Anatomista (Federico Andahazi - Editorial Presença)
Começo esta crónica a apresentar-vos um livro sobre a descoberta do Amor Veneris ou tal como o conhecemos o Clítoris. De leitura rápida, com uma escrita rápida, vemos como na renascença era visto este orgão que excita as mulheres e as leva ao êxtase. Como o prazer nas mulheres descende dos homens por elas terem um pequeno orgão semelhante aos pénis. Como esta descoberta conferia poder aos homens que dele fizesse uso. E de como libertava as mulheres de serem apenas um corpo para fecundarem. O prazer clitoriano: aquele que o Freud apelida de prazer primário e imaturo. Ele lá teria as razões dele, que lamentavelmente ainda desconheço por falta de estudo.

Com esta crónica tenho um objectivo diferente do habitual. Esta crónica destina-se essencialmente aos homens. Acho que é importante que todos possam melhorar o seu desempenho sexual em prol da satisfação das mulheres. E perguntaria algum céptico: "E o que é que isso interessa desde que eu despeje os tomates?" Pergunta pertinente. Para despejar os tomates isso não tem interesse nenhum. Contudo e porque os homens desejam ter o máximo prazer possível, posso informá-los que se estimularem devidamente o Amor veneris poderão melhorar a performance da mulher com quem estiverem. Depois poderíamos entrar nos campos daqueles que obtêm prazer com o prazer do outro, mas isto seria um assunto demasiado psicológico para uma crónica sobre os Clítoris.

Atenção, meus queridos, não basta saberem mais ou menos saberem onde fica o clítoris. Não basta massajar de forma bruta e rápida. Não basta passar lá os dedos ou a língua por dois mintutos para fazerem o visto nessa parte dos preliminares. Têm de saber onde é que ele fica. Olhar bem para ele. Tocar e perceber os movimentos do corpo da mulher. Lamber suavemente. Lamber menos suavemente. Tocar com as mãos. Com as pernas. Com o que a vossa imaginação permitir. Saber parar quando o prazer deixa de ser prazer e recomeçar quando perceber que já é possível elevar o nível de êxtase. Percam tempo de volta do clítoris e lebrem-se que mesmo ali essa não é a única zona erógena que nós, mulheres, temos. Portanto explorem e descubram em cada clítoris a América de Mateus Colombo. Têm de desenvolver paixão em relação ao clítoris.

Quanto a nós mulheres em busca do êxtase temos o dever de ensinar a cada homem com quem vamos para a cama o caminho marítimo para o Amor veneris e de que forma devem desarmar as armas dos dedos ou da língua ou de qualquer outra coisa.

Pesadelos da alma # 17

Ouço um ruído permanente
no fundo da cabeça.
Sempre. Sempre.
Apetecia-me fechar os olhos,
desligar a corrente
e parar com o ruído permanente
que habita
no fundo da cabeça.

sexta-feira, setembro 01, 2006

o regresso após as férias... apareçam!


sábado, 2 de Setembro
GALERIA
rua das flores, 136 - porto

"Love is a Beautiful"

Manado é uma cidade como centenas no sueste asiático. Situada no topo norte da ilha de Sulawesi, na Indonésia, não é bonita, nem limpa, nem sequer tem qualquer ponto de interesse turístico, a não ser o parque nacional subaquático de Bunaken, que a abraça na baía.

O trânsito é uma sequência de carros e carrinhas e camiões e motas, todos amontoados nas ruas estreitas que não têm sinalização nesta cidade de 200 mil pessoas. Quase não há prédios, só casas baixas, paredes em tijolo e telhados de zinco ondulado. Milhares e milhares de quilos de chapa zincada pregada ao tecto que numa cidade sujeita às chuvas tropicais da monção, devem fazer um barulho ensurdecedor quando a água cai.

Manado é católica ao contrário da maior parte da Indonésia. A Indonésia tenta impôr o islamismo a todo o custo, nomeando pessoas influentes que sejam muçulmanas e construindo mesquitas nas zonas centrais. Mas as população católica resiste, o que faz com que a Manado tenha uma igreja em cada esquina, muitas de arquitectura de gosto duvidoso. Os seus seguidores, amontoam-se nas ruas à porta das igrejas a oferecerem panfletos e a gritar aos megafones a sua religião. Outros pedem dinheiro, contribuições, como se de um comício se tratasse.

De entre tantas, na amálgama de casas e com dezenas de quilómetros quadrados de extensão, onde as ruas alcatroadas serpenteiam por entre o tijolo das casas e a terra dos passeios, surge, numa curva, uma dessas igrejas. Em azulejo branco com motivos verdes alface, a frontaria tem escrito em letras garrafais: “Love is a Beautiful”.

O erro de gramática é fantástico, porque embora a frase não faça sentido em inglês, demonstra um momento de lucidez na entropia daquela cidade e daquela gente. Entre a pobreza, a confusão, a dificuldade do viver, a velada pressão sobre as nossas crenças religiosas, existe um local que os faz recordar ao entrar ou simplesmente ao passar que “Love is a Beautiful” e isso torna-os mais alegres e mais felizes, ao ponto de conseguires abraçar a vida quase sempre a sorrir.

E depois, a minha perspectiva ocidental do mundo cai por terra ao imaginar que o mundo não pode ser feliz naquela confusão e naquela pobreza e contudo, é! Tudo fica resumido, tudo faz sentido na porta de uma igreja.

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