sábado, abril 29, 2006

Finalmente o BATÔ.

sexta-feira, abril 28, 2006

YUPPIIIIII: férias!!!!

Estou de férias. Habitualmente diz-se que as férias são para descansar. No meu caso são férias para não me perder. Férias para não esquecer quem sou. Para não deixar de tentar. Para me lembrar dos motivos que me fazem estar aqui em vez de ir por ali. Férias para a confusão vir ao de cima e eu não me limitar a correr à sua frente. Os dias são ocupados a trabalhar, a ir daqui para ali, sem pensar. Sem parar para olhar ao espelho. E os fins-de-semana não nos dão o afastamento necessário. Portanto tirei férias para descansar dos outros e para me cansar de mim. Férias apenas para estar. Para me lembrar do fundamental e perder o supérfluo. Férias para me alinhar com o sol e desalinhar a lua das outras estrelas. Para olhar esta cidade com os olhos de turista. Com os olhos que a vêm de facto, porque atentos aos pormenores.

As minhas pequenas férias para as minhas pequenas coisas.

David Cronenberg

“A history of violence” é um filme que tal como os que vi deste realizador não me deixou nada indiferente. Como dizia o meu amigo com quem o vi “Já há algum tempo que não saía do cinema a falar sobre o filme que fui ver”. Na verdade ficam aspectos para discutir sobre a simplicidade com que nos deparamos ao ver o filme. Não tem imagens tão violentas quanto esperava, mas deixa uma onda de violência errante sem medida. Com pormenores inocentes e olhares cheios de significado. Com a rapidez de quem não viu um filme, mas apenas uma cena onde estava tudo concentrado.

Vale a pena pensar onde pára a violência e está a inocência.

crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos # 53

É engraçado. Pelo menos achei piada. A origem destas crónicas deveu-se ao facto de alguns amigos acharem que tinham o dever moral de me apresentar homens. O dever moral é obviamente uma piada. Acho que era apenas o desejo oculto que todos temos de podermos ser cupidos do amor durante um momento pelo menos. A verdade é que já se fizeram vários jantares com esse intento e nenhum deu os frutos desejados. Houve uma situação que podia ter dado resultado, mas acho que estraguei o trabalho dos meus amigos. Não me apetece falar desta. Prefiro pensar que se agi como agi é porque era assim que tinha de ser. Aliás é sempre confortável pensar que se não aconteceu ou se correu mal, foi assim, porque o destino não nos queria por ali. Assim não ficam sentimentos de culpa, nem frustrações por sermos palermas ou por deixarmos escapar entre os dedos oportunidades reais. Para nos ilibar da responsabilidade dos nossos actos, o destino assume um papel fundamental. A célebre frase “é porque não tinha de ser”. Quantas vezes não a disse já, apenas para me sentir um pouco melhor comigo mesma?

Agora lembrei-me do final do poema, Cântico Negro (talvez porque o ouvi declamado ontem à noite): “só sei que não vou por aí.”

E escrevo sobre isto e aquilo e ainda nem disse o que me fez achar piada. Há dias fui a um almoço de Verão. Daqueles que faziam habitualmente para me apresentarem alguém. Mas desta vez não havia nenhum homem novo pronto para ser avaliado por mim. Desistiram de me apresentar homens. O cansaço levou a melhor. Eu cansei-os. E eles desistiram. Já me aceitam tal e qual como sou: uma rapariga de 30 anos sem namorado. Chega a um ponto em que os amigos nos aceitam, com ou sem namorado. Chega a um ponto em que se habituam a que não temos ninguém que nos acompanhe nos almoços ou jantares de festa e desistem de nos normalizar. Foi mesmo essa a impressão com que fiquei naquele almoço. Fiquei entregue a mim mesma. E apesar das crónicas terem tido na sua origem estas tentativas de me normalizarem, decidi que se iam manter. Assim. Entregue a mim mesma. Com toda a responsabilidade que a frase acima citada de José Régio me traz.

segunda-feira, abril 24, 2006

se o tempo fosse uma imagem, o que seria?

Se o tempo fosse uma imagem, penso no que seria, quais seriam as cores, os contextos, e que história contaria. Todas as imagens contam uma história e contêm um tempo, que na maioria das vezes é apenas o instante.

Como explicar o tempo usando uma imagem? Como mostrar o tempo através da captação do instante? Como traduzir o tempo para imagens?

Antes de mais convém pensar no tempo. Em que perspectiva se pensa o tempo? Para mim o tempo é o passado, o presente e o futuro. Pensar no tempo em termos de passado é trazer à memória as recordações. Pensar no presente é pensar no que vejo, no que sinto, no que como, no que quero. Pensar no futuro é ver os projectos, sentir desejo e planear. O tempo também pode ser história. A história de um povo. A história de uma família. A história de uma pessoa. A história de uma cidade. A história do insólito. A história da imaginação. O tempo também pode significar o nada. Aquele instante que não é nada. Aquele nada a partir do qual tudo surge ou tudo se perde. O tempo é também emoção. As emoções de determinado momento. Tempos em que se sente o amor. Tempos em que se sente raiva. Tempos em que se sente angústia. Tempos de felicidade ou de tristeza imensa. Cada emoção a seu tempo. O tempo também é uso. Usa-se mais. Usa-se menos. Usa-se a trabalhar ou a brincar. Usa-se a fazer qualquer coisa. Ou se usa a nada fazer. Usa-se a andar depressa ou a andar de devagar ou simplesmente parado. O tempo tem vida própria. Por vezes parece que me foge. Outras, parece que não sai do sítio. Umas vezes encontro-o. Outras, perco-me dele. Parece-me que o tempo é a própria vida. A minha vida tem um tempo. Tudo o que conheço tem um tempo. O tempo está em tudo o que fazemos, no que dizemos, no que vivemos, no que queremos. Tudo é tempo.

Depois disto como passar para uma imagem o tempo? O tempo pode ser tudo o que olhamos. Basta que encaremos o tempo como algo que se mantém e que passa. E isto é sempre. Porque o tempo não se esgota, não pára nem anda. Porque é apenas aquilo que queremos que seja. E basta que olhemos para tudo num determinado tempo para que se tenha a imagem do tempo.

sexta-feira, abril 21, 2006

Adoro as minhas jarras com Margaridas!
São tão lindas!!!

quinta-feira, abril 20, 2006

crónicas de uma rapariga gira sem namorado aos 30 anos # 52

Numa bela tarde de sol, mas com um vento que não deixa esquecer o que é a nortada, estava à conversa com um amigo, quando surgiu uma questão interessante. Uma questão sobre a qual nunca pensei muito seriamente antes dos 30 anos. Depois disso comecei a pensar. Principalmente quando os nossos amigos já começaram a pensar e alguns até já se decidem a ter os segundos, os terceiros. E outros querem, mas não conseguem. E outros, ainda, pensam, apesar de ainda só teorizarem sobre o assunto.

A questão que surgiu parece-me muito pertinente a partir dos 30 anos. Motivos biológicos. Motivos sociais. Motivos inerentes à espécie. A nossa pergunta era “qual o motivo para querermos ter filhos?” Já tinha falado sobre o assunto, mas nunca ninguém me tinha perguntado especificamente, qual seria a motivação mais nobre para se querer ter filhos.

Muitas vezes, me dizem que só quem tem filhos sabe o quão difícil é educá-los. E que um dia, eu irei perceber as dificuldades inerentes. E também me dizem que não devo dar palpites, porque quem está na situação faz sempre o melhor que pode. Em relação às duas primeiras afirmações, concordo. Em relação à última afirmação, não concordo. Quem me conhece, já me ouviu dizer várias vezes que algumas pessoas deviam aprender a lidar com os filhos. Já me ouviram também dizer que se não fossem alguns estilos educativos, tínhamos pessoas emocional e mentalmente mais saudáveis. Claro que digo estas coisas levianamente e com uma certa dose de ironia. Parece-me, no entanto, que realmente muitos dos nossos problemas poderiam ser evitados se tivéssemos pais com consciências diferentes. Lembrei-me agora de um filme que vi sobre as relações conjugais, que tinha um quadro engraçado em que o casal estava na cama, acompanhado pelos pais de ambos. Pois. Nós somos em parte o que os nossos pais fizeram de nós. E em alguns casos eles são muito cruéis, levando-me a crer que eles devidamente ensinados ou orientados poderiam fazer melhor.

Acho que um dos problemas básicos desta situação é o facto dos potenciais pais não perderem algum tempo a pensarem na sua motivação para terem filhos.

Como dizia o meu amigo, muitas das pessoas que ele conhece tiveram filhos que foram autênticos acasos de uma queca sem os cuidados necessários.
Conheço outros que me dizem que querem ter um sentido para a sua vida. E a estes, pergunto se não seria melhor encontrarem um sentido neles próprios e depois decidirem ter filhos.
Outros, apesar de não dizerem, querem ter alguém que possa fazer tudo o que eles próprios desejavam, mas não foram capazes. E a estes, pergunto se eles já não são capazes de lutarem por aquilo que querem.
E, aqueles que tentam salvar a Sua relação que está à beira do colapso.
Existem os que o fazem apenas pela sociedade.
E os outros, que sentem o apelo biológico.


A maioria dos argumentos que conheço, levam-me a pensar que as crianças vão ter de carregar uma cruz muito pesada e que ainda por cima, pertence aos seus pais. Isto não me parece justo. Nesta altura pascal, até me faz lembrar a paixão de Cristo. Levam-me ainda a pensar que os pais pensam ser donos dos filhos, quando se deveriam considerar tutores responsáveis por educá-los e lhes dar amor para que estes sigam o seu próprio caminho, uma vez que em última análise somos ser individuais, livres e solitários. Isto faz-me lembrar uma das questões mais capitalistas que se prende com a necessidade de posse.

A minha resposta surpreendeu-me. Foi instantânea. E até aquele momento pensava sempre no assunto numa perspectiva crítica da sociedade. Apesar de me ter confrontado com um motivo que não esperaria que fosse o meu, fiquei feliz com a resposta.

Eu quero ter filhos para prolongar a espécie. Espero saber dar-lhes todo o amor que precisarem para que possam sair e conhecer os mundos que desejarem: os meus mundos e os que eles descobrirem. Deve ser um motivo biológico. De acordo com o que escrevi antes e mesmo tendo mais de 30 anos, ainda tenho umas quantas coisas para resolver antes de me decidir a procriar.

E vocês? O que vos leva a ter filhos ou a pensarem em ter filhos?

quarta-feira, abril 19, 2006

A minha produção literária tem tido os seus momentos altos, algures na minha mente e sempre quando estou longe dos teclados.
Acham tratar-se de alguma fobia?

terça-feira, abril 18, 2006

Após uns dias parada, voltei ao blog. E prometem-se boas entradas, porque hoje iniciei o dia a dizerem-me:

"ESTÁ CADA DIA MAIS BONITA!"

Com este cumprimento matinal, o dia só pode sorrir-me!

terça-feira, abril 11, 2006



Acontece a todos ao longo da vida, tanto falamos afincadamente para o boneco como assumimos o papel do boneco sem hesitar, com um sorriso complacente. Uma das primeiras vezes que falei para o boneco foi na adolescência quando tentava convencer um amigo a deixar de fumar. Na altura descobri que era detestável falar para o boneco, mal por mal o papel do boneco era menos desagradável, só tinhamos que estar numa de escuta activa e alguma cordialidade.Uma das últimas vezes que fui o boneco foi em conversa com um farmacêutico empenhado em que eu deixasse de fumar. Fui um boneco simpático.

quinta-feira, abril 06, 2006

crónicas de uma rapariga gira, sem namorado # 51

Sempre me pareceu que a forma de atingir a liberdade plena seria através do amor comprometido. Só é livre quem se compromete. Só é livre quem é capaz de dizer “amo-te”. Sempre achei que não seria livre enquanto fugisse do amor. A fuga, seja do que for, implica dependência de outra qualquer coisa. O medo é dependência daquilo com que se evita o confronto, a aceitação da existência disso. Apesar de pensar isto, não encontrava argumentos suficientes para manter a minha tese e, mantinha o meu auto-engano. Por isso, procurei caminhos que pensei conduzirem-me ao estado de liberdade a que aspirava. Para me vir encontrar agora num beco sem saída, excepto o de dar meia volta, voltar para trás e passar por cada encruzilhada em que a escolha foi movida pelo medo. Uma vez li que não se tem uma segunda oportunidade para uma primeira impressão. Passar pelas encruzilhadas não implica mudar o que aconteceu, mas apenas olhar, contemplar e conseguir ver para além, mudando os valores que nos levaram a escolher um caminho em detrimento de outro. Provavelmente os acontecimentos foram apenas os necessários para estar aqui, agora a escrever isto. Ficar presa a eles é só mais uma rasteira para não prosseguir o caminho. É óbvio que em algumas gostava apenas de ter mais uma oportunidade para mudar o que fiz… Mas este desejo deve ser abafado, para que eu não o ouça na maior parte dos meus dias, e ainda mais abafado no silêncio da noite onde as palavras se tornam gigantescas no nosso imaginário.

Tem piada. Quanto mais me parecia que poderia apaixonar-me por alguém, mais asneiras cometia. Até eu sou capaz de perceber que, só alguém com o mesmo medo do amor que eu tenho seria capaz de superar todas as árduas provas e provações que eu propunha. Esses sim, optavam pelos mesmos caminhos que eu e eram também capazes de sugerir novos, igualmente escuros e afastados do que dizíamos querer. Fiz isso, vezes, mais vezes e ainda outras vezes. A maior parte das vezes sem me dar sequer conta das rasteiras que ia passando às possibilidades. Quanto mais real me parecia a possibilidade, pior eram as rasteiras. Algumas dessas rasteiras fazem rir as minhas amigas, de tão ridículas que foram. Outras eram tão bem manipuladas que eu parecia apenas dotada de um azar inato. O que eu me rio cinicamente destas últimas, porque devem existir umas quantas que nem agora sou capaz de as perceber. Devia ser por isso que, me perguntaram a razão de mostrar um lado mais negro do que o real. Achei tão disparatada a pergunta naquela altura.

E tudo isto porquê? Apenas por medo. Medo de deixar de sentir. Medo da rejeição. Medo de não ser capaz de amar. Medo de não ser capaz de ter aquilo que me pode conduzir à liberdade. E o medo prende, faz fugir, manipular para parecer que se tentou, mas que o universo se ergueu e não deixou atingir. E assim, posso ficar em casa a chorar as mágoas de não ter, as mágoas de ter perdido sem nunca ter tido de facto. E assim, parece que fiz a minha parte. Que tentei. E o meu sentimento de obrigação fica assim cumprido.

Não sou a única nestes caminhos. Tenho conhecido várias pessoas que passam rasteiras às suas possibilidades de amarem. Não lhes conheço os motivos, como conheço os meus, mas sei que também elas fogem activamente da possibilidade de amarem. Usam estratégias diferentes das minhas, mas a leitura que fazem é sempre a mesma: o destino não quer que elas sejam felizes. Não sei bem o que se passa com cada uma das pessoas que lê isto. No entanto, se se identificaram um bocadinho apenas, talvez valha a pena perderem tempo a pensar na possibilidade de estarem apenas a passarem rasteiras ao vosso futuro.

quarta-feira, abril 05, 2006

O equador,

do Miguel Sousa Tavares, de uma qualquer editora (só porque não me lembro qual é!) é um livro que me inspirou sonhos eróticos na Índia, dignos de qualquer Kamasutra, me fez abandonar à Sua exclusiva leitura e me fez desejar viajar hoje, amanhã e talvez voltar só depois. Além de bem (d)escrito, consegue levar-nos para além das páginas. Demorei a lê-lo, porque achava que era mais um daqueles romances badalados, mas pouco interessantes. Comprei-o para levar para a Índia, mas achei-o muito pesado na mochila e troquei-o pelo Budapeste... E passados 5 meses, li-o... E sonhei.

hmbf said:

Verdadeira poesia? Verdadeira poesia é isto:
Marinar
Pousar a cabeça
demoradamente
no colo dequalquer rapariga
de nome Marina.

João Pedro Mésseder, in Elucidário de Youkali, Caminho, 2006.

terça-feira, abril 04, 2006

all numbs You _anywhen

"Such a wonderful life
When it's weighing you down
Are you in control?
The suburban reign always stays the same
Like the hollow smile cracking up your face
Take your battered soul, wear it as a crown
All that numbs you
Run a thousand miles, till you hit the ground
All that numbs you now
And the days roll into one and the same on you
The world revolving around your spinning head
Make the fences high
Make the blinds go down on the world outside
Maybe the day will come when you wake up not feeling anything
No more tears and no more pain
Take your bleeding heart, wear it on your sleeve
All that numbs you
Stare into the sun, the blind relief
All that numbs you
As the years roll into one, only numbers change
The world revolving around your spinning head
Take your battered soul, wear it as a crown
All that numbs you
Stare into the sun, the blind relief
All that numbs you
As the years roll into one, only numbers change
The world revolving around your spinning head"

Esta foi a música que a Xantipa me trouxe um dia, com a certeza de que eu me apaixonaria. É fantástico quando os amigos nos conhecem bem!

Preto e branco # 9

Preto e branco # 8

Preto e branco # 7

segunda-feira, abril 03, 2006

Já não me lembrava do prazer de ler. Ler em paz. Ler sem a preocupação do que não estou a fazer. Simplesmente ler... E por isto o meu fds foi PERFEITO!

poesia # 17

Chegar a casa, olhar para a minha janela e ver um pequena flor a rebentar. Como se a primavera tivesse chegado à minha casa.
Verdadeira poesia, sentir crescer aquilo que se planta.

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