quarta-feira, dezembro 29, 2004

Batô

Hoje acordei e lembrei-me do tempo que passou desde a última manhã em que "fechei" o Batô! Depois disso só fui lá uma noite de exorcismo puro. É um daqueles sítios onde ouço música e como é tão escuro, ninguém sabe bem quem lá está, nem com quem se está... claro que, como é tão pequeno, é dificil passar despercebido!!! Apetece-me ir ao batô... Onde a escuridão me deixa ao abandono de uma música e a música me abandona ao abandono....

Imagine

Imaginem o que seria viver num país em que o Presidente da Républica era o Alberto João e o Primeiro Ministro o Pinto da Costa.... Uhm...Uhm... (Li algures que eram Almas Gémeas!) ou terei lido nas cartas? Não... Li mesmo, porque abandonei essas lides temporariamente!

segunda-feira, dezembro 27, 2004

2005

Este é um ano mágico para mim: 2+5=7. Sétima filha. E mais umas quantas coisas que sabem que incluem o número 7. Sobrevivi ao Natal e agora estou ansiosa que passe o dia 31 de Dezembro, porque apetece-me entrar no meu ano mágico... Aproveito para desejar a todos um ano magnificamente mágico!

quinta-feira, dezembro 23, 2004

2046 vs 2047

Simplesmente genial. Intenso. Com uma banda sonora fantástica. Planos muito bons. E essencialmente tocante... Foi o meu "filme do ano"...

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Wystan Hugh Auden (1907-1973)
Funeral Blues (Song IX / from Two Songs for Hedli Anderson)


"Stop all the clocks, cut off the telephone.
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling in the sky the message
He is Dead,Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever, I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun.
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good."

"Quatro casamentos e um funeral"
http://alt.venus.co.uk/weed/writings/poems/images/another_time_4.jpg

nunca tinha visto o filme até este ano. á dois anos a A.L. a leu-me este poema que me fez arrepiar... mas ouvi-lo no contexto do filme fez-me vê-lo com mais profundidade... tu lês bem, minha querida, mas a envolvência é tão importante.... de qualquer das formas obrigada por me dares a conhecer tantos livros e tantas palavras perdidas...

escrever assim sobre o amor. pensar assim sobre o amor. viver assim sobre o amor.
é assim que eu me quero sentir no funeral de cada um daqueles a quem amo...

dentro da minha cabeça

existem coisas que são produtos, apenas da nossa cabeça. vou desfazer alguns que auto- criei para me sentir mais próxima daquilo que não é produto de cabeça alguma...

terça-feira, dezembro 21, 2004

postal de natal

ontem fui à minha caixa de correio e tinha lá um postal que dizia no endereço "Anjo da guarda" e depois tinha a minha morada... achei surreal e bonito...

Viagens

As viagens. Começam todas com uma partida. Às vezes o regresso exige uma mudança.

Parti a reflectir. Algo borbulhava no meu ser, gerando sentimentos de desconforto. ânsias de mudança. Mas mudança sem destino. Apenas uma voz que quase imperceptivelmente se foi fazendo notar nos dias anteriores, até chegar ao grito na chegada que sucedeu a esta partida. Mudança. Ainda não é este o teu porto de chegada.
Perdi-me alí entre fumos e liquidos, naquele sítio de passagem. Talvez me tenha encontrado, talvez tenha acedido às respostas e às explicações que precisava. O grito interior dominou-me.
Regressei com um desejo de partida. Este não era de todo o meu porto de chegada.
Cheguei e a mudança era também desejada pelo outro.
E o porto de chegada tornou-se novo porto de partida.
Solto agora as amarras para iniciar nova viagem. Sem destino, que assim sabe melhor. Até ao novo porto de chegada com sabor a sal do mar em que agora me embrenho.
E com a recordação das coisas aprendidas, sentidas, libertadas por acção do último porto de chegada, parto um melhor viajante, com melhor domínio do astrolábio que me dá as coordenadas do amor. Sem desejos de dominio dos territórios conquistados, com recordações das maravilhas aí encontradas, em busca de novos tesouros.
De porto em porto. Até não haver mais mar para desbravar.
Hummm...
Parece-me bem.

Obrigado por tudo, C.
Adeus.



segunda-feira, dezembro 20, 2004

FDS na Lousã: 1º apontamento

Para os que não foram, informo que o fds literário correu bem! Para os que foram, informo que a Dona Conceição agradeceu o livro e o termos dexado tudo tão arrumado!

Fica apenas como resumo: Quando as pessoas estão disponíveis, os acontecimentos fluem e as transações tornam-se mais "ricas"... Havia uma grande disponibilidade naquela casa!

para os "meus" caracóis"

Acordo. Todos os dias isso acontece. Parece irrelevante, mas não é! Às vezes não me apetece sair da cama. Às vezes apetecia-me manter ali debaixo dos cobertores, numa “toca” impenetrável, onde esqueço a rotina, o frio das pessoas e ausência de quem só passou. Mas acordo e consequentemente saio da cama. Para contrariar a ideia de exílio na toca, ouço música. Pode igualmente parecer irrelevante, mas não é! A música põe-me em contacto com o mundo, abre uma janela qualquer para fora de mim mesma. E é com a música que vou deambulando de lado para lado, na minha minúscula casa. Faço o luto da noite que acabei de deixar para trás e preparo-me para sair pela porta da rua. Isto também é relevante! Podia sair pela janela, mas prefiro sair pela porta... Faz-me sentir igual a todos os outros. Lá vou eu pela estrada e sempre com música. É o meu silêncio. Nem sei por onde vou, mas sei que chego sempre. Vou a sonhar. A imaginar coisas novas. Percorro novos caminhos de aventura. E sempre a achar que tenho pouco tempo para tudo o que sonho. Uma vez mais, pode parecer irrelevante, mas não é! Vão perceber mais tarde. Às vezes vou cansada e só me apetece voltar para a toca que deixei à minutos. Às vezes parece-me que sonho demasiado. Às vezes só queria que voltassem a pegar em mim ao colo e me dissessem “Deixa estar, estavas a sonhar... Vai lá brincar!” Outras, ainda, parece que ando apenas desligada de tudo o que é importante... É nesses dias que entro em pânico, chateio-me com o trânsito, quase como se achasse que gritar com os outros, diminuísse a minha dor e a minha frustração. Lamentavelmente ou não... Não evito nada do que sinto nesses dias e volto para o meu silêncio de uma música qualquer. Há sempre uma música específica para cada um dos meus silêncios... E isto também não é irrelevante! Cumpro os meus deveres de Cidadão ou lá o que isso é e trabalho. Esforço por me rir... Ou melhor não me esforço, porque fui dotada de jeito, tanto para chorar como para rir!! E isto sim, não é de todo irrelevante! Levo os sonhos a brincar com eles, com o colorido de uma música qualquer. E sempre que arranjo um espaço lá começo a sonhar, com uma facilidade que me deixa surpreendida. E agora todas as irrelevâncias tornam-se relevantes. Sonho demasiado. Sonho que cada um tem sempre a possibilidade de colorir uma música na vida dos outros. Irrito-me por ter pouco tempo para oferecer esse colorido. Ofereço a música dos meus silêncios com um sorriso sempre sincero... Não consigo evitar a sinceridade das minhas lágrimas e dos meus sorrisos. E cá ando eu, num mundo em que o silêncio tem a cor da música e em que os sonhos me proporcionam a capacidade de fazer muitas coisas em simultâneo (Só espero não passar pela vida a correr demasiado...)... No entanto, nem sempre tenho a capacidade de aliar a lua e o sol com tanta facilidade e sinto-me frustrada, irritada por ter dormido horas demais, por ter desistido de coisas importantes e por ter insistido em coisas sem interesse. Chateio-me.

Quando era pequena e brincava com bonecas, não brincava aos “pais e às mães” nem nada dessas coisas habituais. Brincava sempre a organizar a vida das minhas bonecas. Queria uma casa de bonecas? Fiz uma. Móveis? Também fiz. Roupa? Também fazia. E depois? Ficava a olhar para tudo organizado... Ou então, preparava festas, sentava as bonecas e ficava sentada a olhar para elas a imaginar os diálogos... Andava sempre com a cabeça entre a lua e os sol a criar cenários e enredos para as histórias que elas viviam.

E qual é a relevância disto tudo para “Oscaracoisdamarina”?
Quando acordo e me levanto, tenho um objectivo. Criar. Criar para depois me deixar envolver nos sorrisos e nas palavras que ouço. Para sentir que consigo levar algum brilho da música dos meus silêncios, que também são os livros... Os livros escritos num silêncio de alguém e que depois podemos partilhar, sonhar e elevarmo-nos mais alto. Obrigada por escreverem. Por nos terem deixado ler. Por sentirem... Mas essencialmente por nos fazerem sentir qualquer coisa. Obrigada aos caracóis por me deixarem mais feliz por criar, por existir e por ser eu própria.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Durutti Column

entrei na fnac. estava à procura de uma música que estava dentro da minha cabeça desde que me roubaram o cd. tinham-me oferecido o cd gravado e eu só sabia o nome do grupo. não fazia ideia de qual era o cd... e andei a ouvir as músicas 10 de todos os cds deles... depois de já o ter feito na semana anterior noutra fnac e de não ter encontrado... e sabem? estava lá a música que andava dentro da minha cabeça desde à semanas! Fiquei tão feliz!

hoje, também voltei a abandonar a minha amante que pensei ter abandonado em setembro... é sempre bom abandonar as coisas antigas para poderem entrar novas... novas aventuras... novas situações... novas amantes... novas paragens... novos ciclos...

amanhã, casa-se uma grande amiga...

sábado, noite literária para marcar um ano de jantares, de partilhas literárias... essencialmente para marcar que as iniciativas se mantêm quando as pessoas têm um motivo que as liga....

segunda-feira, dezembro 06, 2004

ruas de encanto

Estava a precisar de me perder por aí outra vez. Cheia de músicas a entar dentro da minha cabeça e estavam todas num turbilhão de palavras. Precisava de me perder outra vez para poder esvasiar o meu pensamento. Precisava de me perder entre nada. Deixar o turbilhão de músicas improvisarem dentro da minha cabeça. Precisava de conseguir por momentos perder-me em sítios que conheço para voltar a olhar para as coisas. Caminhar sozinha, só com as músicas dentro da minha cabeça. Foi depois de ver Les Choristes... Ao género do Cinema Paraíso... e de uns filmes que me lembro de ver em muitos domingos da minha infância, mas que por qualquer motivo não sei o nome, lembro-me contudo do nome do personagem principal: Joselito...Fez-me chorar e fez-me voltar a conseguir esvasiar o meu pensamento e é por isso que eu agradeço à arte! Agradeço à arte a sua capacidade de me fazer sair de mim e de me deixar perder pelas ruas encantadas, sem nome e em que me encontro apenas com o turbilhão de músicas dentro da minha cabeça.

Quando estava a caminhar lembrei-me de um texto que li ontem da Florbela Espanca sobre o suicídio. As palavras que soube sempre que existiam e que li ontem. Suicídio. Sempre soube que a memória e a esperança jamais me deixariam suicidar-me.

"Quem foi que se atreveu a dizer alguma vez, quem foi que ousou traçar num papel as letras da palavra cobardia, falando dum suicida?! Oh, a medonha coragem dos que vão arrancando de si, dia a diaa doçura da saudade do que passou, o encanto novo da esperança do que há-de vir, e que serenamente, desdenhosamente, sem saudades nem esperanças, partem um dia sem saber para onde, aventureiros da morte, emigrantes sem eira nem beira (...)!" In Flobela Espanca, As máscaras do destino, Bertrand editora, pp110.

Perder-me é como que estar num presente em que sei onde guardei o passado e que cada passo que dou é rumo ao futuro...

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