segunda-feira, abril 26, 2004

Se falares estrangeiro a vida torna-se facilitada

Fui a um hipermercado às compras e na caixa onde estava uma pessoa que falava inglês, estava à minha frente. Para ela estavam duas empregadas: uma a encher os sacos (nunca me fizeram isso!!) e a normal empregada da caixa. Como se isso não bastasse, quando ela se ia embora com três miseráveis sacos, essa dita empregada foi atrás dela para lhe carregar os sacos... paraece-me bem que não queiram que os estrangeiros se cansem em Portugal! Deve ser para eles voltarem! Parece-me mesmo bem.... Tratam melhor quem fala uma lingua estrangeira do que tratam os nossos portugueses! Parece ser o estado da nação.

Quando perguntei porque estavam a ter aquele comportamento, que diferenciava claramente os clientes que pagavam valores iguais pelas compras, responderam-me a vários argumentos que usei "- É complicado!" Ao que respondi: "- Só se for a sua cabeça"

Fiquei chateada com o estado da nação!

domingo, abril 25, 2004

Lisboa

Desde os meus 6 anos que destetava Lisboa e adorava o Porto.
Não gostava da confusão, da sujidão, da pressa das pessoas da capital. Adorava a cobnfusão, a sujidão, a pressa das pessoas do Porto. Adorava principalmente o tempo que pareciam poder ou querer dispensar a quem vinha de fora, coisa que nunca senti em Lisboa.
Quando vim para o rectangulo, quiçá por osmose de sentinmentos anti-centralismos, escolhi o Porto e Lisboa nem foi opção para os meus estudos.
10 anos passados na Invicta, que ainda adoro (ou melhor, os seus habitantes) e Lisboa revelou-se perante mim de outra forma. Se calhar estava mais aberto a apreender a sua essência. Vi finalmente a famosa luz (ela existe e é bonita!); vi, senti o seu cosmopolitismo. Não é em qualquer sítio que se passa por dois punks (um portuga e outro inglês) a fazer equipa na caça ás moedas, um com a guitarra a cantar "orgia paroquial" dos Peste & Sida, Sex Pistols, etc e o outro a tentar falar português com um copo a pedir moedas, mas sem ser chato.
Na terça andei a ouvir disparates e ideias bem pensadas sobre a cannabis.
Na quarta, andei á procura dum sítio para ver o jogo do Porto. Acabei num restuarante alí para os lados das Portas de Santo Antão, a beber cerveja, a trocar ideias sobre o Deco e o Ricardo Carvalho com dois Angolanos. A falar com um deles sobre o filho dele que bazou para Amsterdão à priociura de emoções fortes e a tentar explicar que ele tinha de respeitar essa opção, por mais dolorosa que fosse.
Na quinta auxiliei colegas estrangeiros nas suas apresentações num congresso.
Na sexta meti na tola de colegas que a avaliação do que se faz não só dá jeito como é imprescindivel .
Nesses dias todos vivi Lisboa à minha maneira. E percebi porque a Xana dos Radio Macau a canta.

Sabem que mais? Não me chateava mesmo nada trocar o Porto por Lisboa.

Um agradecimento

Revolução...Evolução...Esquerda...Direita...fascista..Comunista...Otelo...Maia..Os anónimos...
Queria agradecer, eu, que nasci já o 25 de Abril tinha sido feito, às pessoas que o fizeram. Não me importam as razões, as ambições pessoais.
Queria agradecer porque me permitiram falar de viva voz sem medo de ser preso por delito de opinião.
Queria agradecer porque posso escrever sem passar pelo lápiz azul.
Queria agradecer porque posso fazer reuniões com mais de 5 pessoas e dizer mal ou bem de quem nos governa.
Queria agradecer porque posso escolher o sindicato onde me inscrever.
Queria agradecer porque não fui obrigado a pertencer a organizações de juventude com as quais não concordaria.
Queria agradecer porque posso me divorciar se assim o entender.
Queria agradecer porque deixamos de oprimir outros povos.
Queria agradecer porque porque posso comprar jornais com ideias, visões diferentes.
Queria agradecer porque posso votar e escolhar quem me represente.
Queria agradecer porque não tenho de pegar em armas para lutar uma batalha em que não acreditaria.
Queria agradecer porque não preciso de fugir da minha pátria porque me recusaria a lutar por ideias caducas.
Queria agradecer porque, quer se queira ou não, sem essa revolução, estaria condenado à fome e à emigração.
Queria agradecer porque posso exigir saber porque se se fez a revolução.
Queria agradecer porque mudaram a vida em principio condenada de pessoas que me são queridas.
Queria agradecer porque da revolução houve evolução.
Queria agradecer porque me permitem contribuir para o desenvolvimento deste país.
Queria agradecer porque posso falar, agir, pensar, sem olhar para trás com medo de ter um PIDE a ouvir e a tomar notas.
Queria agradecer porque a minha vida depende em grande parte do que faço dela e não de privilégios dos do sistema.
Queria agradecer porque posso estar fora do sistema e a lei protege o meu direito à diferença.
Queria agradecer porque posso contribuir para novos "Abrils" sem ter de pegar em armas.

Queria agradecer porque posso criticar quem fez o que agora agradeço terem feito.

Revolução?! Sim. Evolução?! Sim. Deixem-se de tretas. Obrigado a quem teve a coragem de sonhar um futuro, um país, uma sociedade, diferente daquela que viveram. Sim. Obrigado. Bem ou mal, com defeitos e com qualidades. Não me foda, a cabeça. Sem o 25 de Abril estariamos todos mais pobres. E não falo em termos económicos.

Se há coisas a melhorar? Há, sem dúvida. Mas pelo menos podemos fazer alguma coisa por isso...Sem pegar em armas.

Já agora, facilitem a vida a quem quer saber da revolução. Ensinem nas escolas. A mim não me explicaram como foi e tive de ir à procura...

Digam que sem 25 de Abril não haveria Mão Morta, nem xutos, nem Jacinto Lucas Pires, nem escandalos da casa pia e apitos de ouro.

Que, apesar dos defeitos, a justiça funciona. Que já não há intocáveis.

Obrigado aos que fizeram a revolução e aos que a continuaram em direcção à evolução.



sexta-feira, abril 23, 2004

reflexão de fim de semana

Tenho vindo a pensar em como o tempo passa a correr e em como por vezes andamos desligados das coisas que consideramos importantes, mesmo que pareçam pouco importantes. Tenho feito um esforço por me aproximar daquilo que me apaixona, daquilo que me eleva e do que me faz ir mais além! Ás vezes parece ser uma viagem improdutiva e dolorosa; sinto-me perdida nestas encruzilhadas por onde andamos e perco qualquer norte que me oriente.

Fica aqui uma nota de reflexão: levantem-se, vejam para onde o vosso vento vos orienta e a partir daí peguem nas vossas ferramentas e dirijam-se para aquele que considerem ser o vosso caminho! Mesmo que tenham de optar por outro, ficam todos os momentos que viveram com cada opção!

quinta-feira, abril 15, 2004

De zonzo a "deszonzo" ou como um gajo fica a pensar em poderes superiores...

Hoje recebi dois mails engraçados, com um intervalo de 15 minutos:

1- Uma das musas de quem já falei aqui ficou noiva. Coincidência do caralho! ficou noiva no mesmo dia em que escrevi sobre ela! Até fiquei zonzo.

2- A J. da Rep.Checa vem a Espanha e tá a pensar dar um pulinho aqui à Invicta! Subitamente fiquei "deszonzo"!

Ora digam lá se não há coisas do diabo (ou de Deus)...

quarta-feira, abril 14, 2004

A deusa dos desencontros

Nunca me hei-de esquecer a primeira vez em que o meu olhar pousou no teu corpo. Do teu cabelo revolto, indomável. Do teu olhar fixo no chão enquanto dançavas. Dos teus passinhos hesitantes dum lado para outro, ao dançares como o fazias naquela altura.
A esta distância, parece-me que foi exactamente isso que me atraiu em ti, a indiferença que te adivinhei ao longe quando três gajos se aproximaram de ti, sucessivamente, dizendo-te qualquer coisa e afastando-se em seguida, desiludidos. E tu sempre com os olhos no chão, os passinhos hesitantes. Com o teu passo inseguro e o paraíso no teu olhar, como diria certamente o nosso Jorge Palma se te visse.
Tinha de te ter, soube imediatamente. E avancei para ti nessa noite de Dezembro, alí para os lados de Mira.
Não me lembro do que te disse. Lembro-me de dar por mim num quarto, bebado que nem um cacho, agarrado a uma garrafa de tinto manhoso. A tua amiga bazou, o meu amigo perdeu os sentidos numa das camas. Tu foste vestir o pijama e voltaste. Eu não sabia o que fazer, mas deitei-me na mesma cama que tu, seduzi-te, beijei-te. E apaixonei-me logo alí por ti.
Partilhamos o mesmo leito, acariciamo-nos, de certa forma fizemos amor.
Cantaste-me Jorge Palma, que nem conhecia na altura, ao pé da lagoa, com o moinho ao longe. Sentados, agarrados no frio de Dezembro. E ficamos com a nossa música. Continuamos a nossa historia.
Passamos a vida entre Coimbra e Porto durante uns meses. Havia qualquer coisa que nos puxava um para o outro. Eu espantado como era capaz de fazer tanta viagem por causa de ti. Tu a me telefonares cheia de saudades a dizer que chegavas no comboio da meia noite. Rios e rios de dinheiro (bem) gasto em telefonemas. Horas de extase sonoro só de te ouvir falar.
Certo dia, alí ao pé da Praça da República, a dor da perspectiva de ter de partir outra vez foi mais forte. E eu fui-me embora.
Escreveste-me uma carta. Que ainda tenho.
O destino foi-nos juntando uma e outra vez, às vezes no Porto, às vezes em Coimbra, sempre com um concerto, uma queima, uma latada, qualquer coisa. E lá estavas tu. E lá estava eu. Irresistivelmente atraídos um para o outro.
Foste para Itália. Quando voltaste, outra pessoa tinha te conquistado. Mas, numa noite com sabor a cerveja, novamente ao lado do Mondego e ao som de Rádio Macau e Silence 4, acabamos agarrados um ao outro. Passeamos pela chuva. Beijamo-nos encharcados, de madrugada, protegidos do frio e do dilúvio dessa noite numa entradazita duma loja.
Levei-te para o sítio onde estava a pernoitar. E fizemos amor.
Dois ou três meses depois, novamente em Dezembro, encontramo-nos no mesmo sítio onde nos conhecemos... e fizemos amor.
Queria-te minha, mas tinha-te magoado demasiado. A perspectiva da distância geográfica era novamente muito dolorosa para podermos estar realmente um com o outro. Mandei-te rosas e poemas. Telefonei-te uma e outra vez. E perdi o contacto contigo quando outros corpos se revelaram perante mim. Passaram-se meses, talvez anos. Muito tempo mesmo. Mas nunca me esqueci de ti.
Num Agosto qualquer, fui para o Alentejo perseguindo uma mulher que conheci num comboio Coimbra-Porto (curioso...tinha acabado de me despedir interiormente de ti para sempre, ao pé do Mondego pouco tempo antes). Essa mulher escapou-me pelas mãos durante um concerto de Peter Murphy. Felizmente. Fui afogar mágoas em cerveja, olhei para o lado e lá estavas tu, radiosa como sempre. Nessa noite não houve nada entre nós. Talvez medo mútuo da dor que consecutivamente infligiamos um ao outro. Mas a magia permanecia. Separamo-nos.
Tempos depois, fui a uma festa Trance lá para os lados de Leiria. E encontramo-nos novamente. Como se nunca nos tivessemos separado. Passamos a noite como amigos próximos. Mas passou-me pela cabeça aquilo que de certeza te passou pela tua. Mas abstivemo-nos de prazer para não sofrer a seguir. Abraçaste-me quando te foste embora e a magia ainda estava lá. Separamo-nos.
Outras peripécias aconteceram - quase vieste trabalhar para o Porto. E separamo-nos.
O tempo cura tudo, modifica tudo. Excepto o carinho que tenho por ti e a recordação física do teu cabelo encaracolado no meu pescoço, quando te aninhavas em mim na minha, na tua, nas camas dos outros. E o teu olhar triste, profundo, em cada despedida.
Escrevi-te hoje. Não quero nada, não quero te seduzir, não te amo agora. Mas espero que respondas, um passo para mais um encontro nesta história de desencontros. A ver se a magia ainda permanece.
Lembras-te desta mensagem que te chegou acompanhada de flores?

O meu amor tem lábios de silêncio
e mãos de bailarina
e voa como o vento
e abraça-me onde a solidão termina

O meu amor tem trinta mil cavalos
a galopar no peito
e um sorriso só dela
que nasce quando a seu lado eu me deito

O meu amor ensinou-me a chegar
sedento de ternura
sarou as minhas feridas
e pôs-me a salvo para além da loucura

O meu amor ensinou-me a partir
nalguma noite triste
mas antes ensinou-me
a não esquecer que o meu amor existe

J.P.

Tu completas-me. E trazes à tona o que tenho de melhor em mim, sem medos.
Contigo não preciso de afogar o meu Eu marginal em convenções sociais.
Tens o poder de me fazer sonhar novamente. De me sentir novamente livre.
Agradeço aos deuses que tiveram o capricho de nos juntar num Dezembro frio e solarengo.
Como a nossa história, misto de grande dor e maior amor.
Sei que teremos, não importa quanto tempo, a nossa Primavera idílica e eterna.

Ai, ai, cartas de amor, quem as não tem... Já reparaste que é Primavera novamente?







Atenção! Atenção! Aviso à População!

O caracol da marina Rui Moreira festeja amanhã mais um aniversário.

Uma breve resenha biográfica.
Depois de resistente precoce à ditadura (trabalho infantil?) tornou-se cientista social com uma panca ainda não presente nos manuais psiquiátricos.
Após ingressar no ensino superior, passou o tempo a tocar viola em tunas mistas (e a comer tostas mistas), emborcar super-bock e a estudar nos tempos livres. Começou a dar-se com o Sigmundo (moi même), numa queima hoje pertencente aos anais (nada de duplos sentidos, S.F.F.!) da história académica portuense. Nesses idos de Maio foi cunhada a expressão "apanhar um avião", coisa que faziamos religiosamente às 3 da manhã, atrás da barraquinha (naquele tempo certas substâncias ainda não eram tão democratizadas como agora...).
Também para a história ficaram os desafios de golfe académico - modalidade que dei a conhecer ao mundo - em que uma certa cartola era a bola, bem como o grito de guerra/ de "onde andas?" Badalhooooooooooooocoo!! Gooooooooooosssto!
Actualmente anda mais certinho, finge que trabalha e encontrou a sua cara metade.
Ao longo destes anos tem sido um grande companheiro (meu e de mais pessoas), um grande amigo.
Parabéns Aviorum!

P.S. - Onde é a festa? (Pá, como disse bem de ti, tens de me pagar uma carlsbergzinha)

Toranja

É bom e não faz mal.

Serviço Púbico #14

Dor de corno é fodido menos para o gajo que come a gaja do outro. Faz aos outros aquilo que não queres que te façam a ti antes que sejas tu a vítima. No deve e haver da vida é preciso haver um balanço positivo.

terça-feira, abril 13, 2004

O regresso dos Mão Morta

Aí está novo disco da banda do Adolfo. Foi distribuido hoje com o Blitz. Chama-se Nus e dá-me a impressão que vai beber alguma da sua inspiração à geração beat, nomeadamente a William Burroughs. A primeira faixa "Gumes" (a que estou a ouvir agora) mostra-nos os Mão Morta de sempre, desta vez em trip de ácido. Assaltos, Aquecedores falantes...
Comprem...Podem detestar, podem gostar, mas é uma experiência. Para quando um concerto no Porto?

Mentiroso #1

O Ministro da Educação disse ontem na RTP que há psicólogos suficientes nas escolas.
É preciso ter lata...

sábado, abril 10, 2004

A última vez que falei contigo tinha como horizonte a esquina da rua onde vivia.
Entretanto calcorriei ruas geladas, ruas quentes, ruas maquivélicas, ruas tristres, ruas alegres, ruas de neóns gastos e ruas de neóns da "high street".
Fartei-me de andar de avião, dos gestos de sempre e as mesmas palavras de circunstancia das hospedeiras de bordo: "Bem-vindo!" "Boa tarde, obrigado!".
Sorrisos tão bem treinados que até parecem reais.
Parti com a neblina sobre o Douro alí ao pé da ponte na ribeira "circa" Novembro- Fevereiro de qualquer ano na minha mente; com o sol das 5 da tarde a bater no azul do mar ao fundo daquela falésia naquela ilha que amo e odeio ao mesmo tempo, num qualquer Agosto.
Calcorrei as ruas de Amsterdão. Intoxiquei-me com skunk, super-skunk, black widow e todas as variedades de cannabis que já não lembro o nome. Vivi um pouco da decadência da cidade dos canais ao passear pelo bairro vermelho e pela primeira vez pôr como possibilidade pagar para ter sexo. Não o fiz. Há coisas que não se vendem e não se compram.
Tornei-me turista mainstream e até fui à Anne Frank. E depois voltei para as cervejas holandesas e para o neerhash. Embebedei-me numa discoteca a dançar com uma Wicca Austriaca e outra Holandesa. E a cerveja soube-me bem.
Fui até Milão, e detestei a cidade ao ponto de me recusar a sair ou do hotel ou dos bares. Aliás, só me aventurava pela cidade quando o sol se deitava. Andei que me fartei, dancei que me fartei. Com a wicca holandesa e a wicca austriaca. Bebi garrafas de whisky em quartos de hotel com o grande H. Destruimos a quatro mãos o lucro do restaurante ao pedir de 30 em 30 segundos mais um litro de cerveja. Vi ao longe pela primeira vez a J. Linda. E acabei perdido pelas ruas a responder em italiano, honrando o vernáculo português, a um insulto de um spaghetti com a libido activada pela minha companhia. E acabamos os 3 (eu e mais duas) a curtir uma disco hip-hop que se fosse na Invicta nem me atrevia sequer a passar perto.
Fui a bruxelas. Pouco me lembro. à excepção da J. Ai Praga...
Passei por Londres. Andei por Utrech, por Amsterdão outra vez, Por berlim, por barcelona e outras cidades iguais umas ás outras.
Em todas andei à procura de qualquer coisa no ar. A respirar, a reviver canções e livros. A percorrer os mesmos percursos daqueles que li ou ouvi.
E cá chego. Depois de calcorrear mais umas ruas, alí no Bairro Alto, com os seus pedintes chatos "english-speaking". A beber cervejas com pessoal estrangeiro num restuarante de fados para turista e a sentir-me turista. A recordar fados verdadeiramente sentidos, ao mesmo tempo que se joga o jogo que parece ocupar agora o meu tempo de trabalho.
Entretanto apresentaram-me os Toranja. E revisitei ruas coimbrãs com som do Palma. Ruas dessa Europa com a letra dessa fruta ácida e potente.
Dei por mim numa qualquer noite semi-psicadélica, semi urbano-depressiva, a ver-nos juntos em fotos, provas de que já te tive e que estavamos bem. Pelo menos sorrias e eu também. E ao acender um cigarro, ao percorrer em 1 segundo todas as cidades, todas as ruas, todas as gajas, todos os beijos que te dei, dei por mim com saudades de acariciar a tua face e brincar com os teus cabelos. Peguei no meu cachimbo de água. Acendi o misto de cannabis e rena que me vendem por ganza. E sonhei com o calor dos teus lábios. Com a alegria das tuas gargalhadas, com a poesia do teu olhar triste.
As coisas podem cair tipo algodão, tipo rocha, tipo água gelada. Hoje caiu-me com sabor agri-doce, com frio e calor, como uma daquelas sobremesas quente-frias que se comem nos resturantes chineses. Com prazer e paixão pelas recordações de quando te tinha. Com arrependimento gelado do minuto em que te mandei passear porque queria comer uma loura do passado. Com qualquer coisa de indescritivel por ter tido a metade da laranja e tê-la deitado fora com desprezo.
Desde essa altura tive vários gomos da laranja. Mas nunca mais alguma coisa tão perto da plenitude como parecia possivel entre nós. E eu rejeitei-o. à procura de mais.
Não te quero mandar uma sms por isso deu-me para escrever no blog. Ando por aqui em ruas e cruzamentos muito engraçados. Não estou mal, apenas tenho consciência da história que tanta gente parece fazer esforços sobre-humanos para esquecer.
Já naveguei e vou navegando por corpos "europeus". Acho que até já quebrei um coração lá para os lados do Leste que ainda não é da Europa dos grandes - e que beijos dava...como os teus. Ai Praga...
Mas é um facto que mulher como tu nunca mais saboriei. Como te disse, sigo a minha estrada. Mas estou de olho na encruzilhada a ver se apareces. E se só ponderares a ideia de ir até á encruzilhada novamente, lá estarei eu, pronto para te levar até espinho, guiar-te pelas areias da praia numa noite fria de Dezembro, ouvindo o mar rebelde alí ao pé e novamente debruçar-me sobre o teu corpo estendido na areia e beijar-te. E começar tudo de novo, desta vez sem os meus erros estúpidos.

HURRAHH FOR ISIS OSIRIS!!!!!!!!!!!!!!!

E pronto. Era inevitável. Mais dia menos dia a organização semi-anarca, semi-libertária dos caracois teria de ter um lider também mais menos anarca, mais ou menos libertário, eleito de uma forma mais ou menos anarca, mais ou menos fascista.
É com imenso orgulho e prazrer que anuncio que a I Grã-Mestre dos Caracois da Marina foi eleita por unanimidade e aclamação no último jantar dos caracois que para não variar (ou melhor, para inovar) foi feito de poucos caracois residentes e muitos caracois (até aqui aqui) transitórios. E prontos (para estar de acordo com a linguagem utilizada por toda a gente) A Isis Osiris é a I Grã Mestre dos caracois da Marina.

Curiosamente (ou talvez não) foi eleita numa noite em que a tertulia andou por paradigmas cientificos, a importancia da religião que nos massacra e ao mesmo tempo nos fascina, pelas possibilidade impossiveis (dizem-nos, digo-me) de alguém poder vencer a barreira do espaço-tempo , ir ao futuro (ou vê-lo), voltar para trás (z?) e contar aos amigos que estão no presente ainda há pouco passado. Tarot, feeling psicadelico, borras de café, verdade, mentira, viável ou não (ou talvez ainda não), o lado encoberto da existencia (se é que existe) esteve presente lá no tasco. A verdadeira tertúlia em acção. As palavras e as ideias a fluirem livremente. Bonito. Começamos com o pretexto do costume e desbravamos caminhos que não tinhamos antecipado. Muito bom. Gostamos de livros porque nos libertam a mente para a impossibilidade, a beleza ou o horror e deparamo-nos sentados a uma mesa a discutir, a pensar e, estou certo, a sonhar com as possibilidades impossiveis. Se calhar escrevemos livros. apenas nos esquecemos de os pôr em papel. Lá chegaremos (ao livro. talvez ao impossivel)


Ladies and Genitals (como diria Mr. John Lennon)
I Give you the I Grã Mestre dos Caracois da Marina:
Isis Osiris.

HIP HIP HURRAH!!!

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