Carlos Tê

"Nunca voltes ao lugar
onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz

Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão

Nada do que lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado

São as regras da senssatez
Vais sair a dizer que desta é que é de vez

Por grande a tentação
que te crie a saudade
não mates a recordação
que te lembra a felicidade

Nunca voltes ao lugar
onde o arco-íris se pôs
só encontrarás a cinza
que dá na garganta nós

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez."

Um amigo mandou-me este poema à quase um ano e eu continuo a olhar para ele , a lê-lo e por vezes com tentações de querer voltar atrás à procura de uma felicidade que tive e que de certeza já não me traria nada de novo. Apenas uma mensagem no sentido da necessidade de se olhar para frente à procura de novas formas de felicidade!!

O Chic (re-post a pedido de várias familias)

Andam-me sempre a falar deste post, que coloquei no agora congelado sexo drogas e rock'n'roll.
Como tá na moda a recauchutagem de bandas, discos, livros e pneus, aqui vai o meu primeiro "re-post".

O Chic
21/10/2003

Antes de ontem fui ao Chic, uma daquelas discotecas da moda. A ideia até era ir ao Sound Planet, para ver o Eric Morillo, mas a porta estava cheia de gajos desesperados para entrar, e assim fomos ao Chic. Por mim dá no mesmo, até porque aquela música parece-me toda igual e apetecia-me era ver gajas.
Não sei porquê, mas deram-me um cartão de consumo de 3 contos. Devem ter percebido que estava charrado.
Depois, no bar (onde estava uma boazona a dançar em cima do balcão - não percebo o que é que os balcões têm de tão interessante para dançar, afinal até são pequenos para isso e um gajo ainda dá um tombo - infelizmente a gaja não tombou para cima de mim), pedi um Gin Tónico. Para meu espanto, deram-me um whysky cola. Será que o Gin não é tão fashionable como o whisky? Bem, a questão é que não estava com os meus dotes comunicacionais a 100% (uma das desvantagens da ganza) de modo que não disse nada à gaja do bar (bem boa por sinal, onde arranjam estas tipas?) e bebi aquela mistela. O whisky até estava bom, o dificil era encontrá-lo no meio da coca cola (bem, em abono da verdade, não devia ser Coca Cola. Talvez fosse mais cola do pingo doce, mas sem gás).
Copos à parte, a fauna até era boa. Já dizia o outro "Não existem mulheres feias, só homens que bebem pouco", de modo que por cada cerveja apareciam logo mais umas gajas boas que há 5 minutos não eram nada de especial. Cá para mim foram as mulheres feias que inventaram o alcool...
A partir de certa altura, não me lembro de nada, à excepção da localização do bar e, mais ou menos, da casa de banho. Mas acho que foi engraçado, até porque a companhia era óptima. Com esta malta, até ao Rock's antigo e cheio de gunnas eu ia!!!
Mas quanto ao Chic...Aquilo é que é Chic? 3 contos para beber cola do pingo doce com cheiro a whisky e cerveja morna com suspeitas de estar cortada com água? Prá próxima bebo água misturada com GHB... Ao menos a água deve ser mesmo água, mesmo que seja da torneira...

Jim Morrison

Ao falar do Mozz lembrei-me do meu grande ídolo, e do facto de não ter referido nem a vinda de Ray Manzarek e Robbie Krieger a Portugal, nem a data do falecimento do Rei Lagarto.
Isto tem uma razão de ser: Doors sem Jim não é Doors, por um lado, e por outro, Mr Morrison continua a viver, nem que seja pela sua poesia.
Não deixa de ser, contudo, reconfortante ver como a música dos Doors continua a influenciar geração atrás de geração. Fui adolescente em finais dos anos 80, principios dos 90 e grande parte do que sou hoje, do que leio, da minha postura vivencial tem a ver com a mensagem hedonista, xamanistica, de quebra de convenções e expansão das percepções deste James Douglas Morrison. Pode parecer muito teenager, mas ainda tenho um poster dele no quarto (a preto e branco como deve ser) e percebo agora porque não largo aquele casaco de couro já a dar o berro e insisto em usar roupa predominantemente preta, sempre com botas...Já que tenho inevitavelmente de estar minimamente ligado ás convenções sociais, sempre é uma forma de marcar uma posição e deixar adivinhar o que se passa na minha cabeça...
Pois é...Smiths e Morrissey para carpir mágoas existenciais...Doors e Jim Morrison como soundtrack das minhas experiencias de movimento para lá das portas da percepção...
Porque é que nunca disse àquelas namoradas que se queixavam de não mer peceber para ouvirem Smiths, Morrissey e Doors, que estava tudo lá?

P.S.- A idade tem destas coisas...A primeira vez que fiz amor foi com uma miúda lá do Liceu, que conheci por causa do Jim Morrisson...Ia eu a descer as escadas com a minha t-shirt do Jim, ia ela a subir também com uma t-shirt dos doors...Trocamos olhares, um sorriso e...a coisa andou por aí além até...
Por esta e por outras é que achava piamente que o Jim Morrisson era o meu anjo da guarda...Até porque a droga raramente me bateu mal

Morrissey de Volta!!

Que bela noticia descobri aqui! Morrissey está a gravar novo disco!
A música (mas principalmente, as palavras) deste senhor, tanto a solo como com os grandes, grandes Smiths acompanharam-me durante os anos tortuosos da adolescência e também na faculdade, já com esse grande disco a solo "Vauxhall and I".
Ao ver a novidade, não hesitei e fui a correr ouvir Morrissey...Curiosamente, as letras continuam actuais para mim, como eram dantes...
Vejam lá se isto não é pura poesia:

I am hated for loving
I am hated for loving
anonymous call, poison pen
brick in the small of the back again
I still don't belong
to anyone - I am mine
(...)

"I am hated for loving" do album "Vauxhall and I" de 1993

Regressa rápido, Mozz, e vê lá se voltas a fazer um magnifico concerto como aquele que deste no Coliseu do Porto há uns anos...Até me torno vegetariano...

A Frase da Noite

Ontem foi dia de copos. A frase da noite:

"Vocês impediram-me o vómito da serenidade"
Rui Moreira dixit

O vómito da serenidade lá apareceu automaticamente quando alguém falou do primeiro-ministro...

Especiarias

(homenagem à parte sórdida do cancioneiro medieval)

Comi a Nela tarada
Comi-a com noz moscada
Comi a tarada da Nela
Comi-a toda com canela
Com gengibre e açafrão
Comi-a de pé e no chão
Comi a Nela ciumenta
Comi-a mesmo com pimenta
Das cuecas aos colarinhos
Empurrei-a com cominhos
Veio-se a Nela vezes mil
Comi-a sempre com caril
Com piri-piri e molho
Comi-a até ao olho
Comi a Nela tarada
Comi-a com malagueta
E agora não como mais nada
Vou tocar uma punheta

João Habitualmente
"Notícias do Pensamento Desconexo"
2003- Edições Mortas

Curiosidades tristes

Vocês sabiam que “de acordo com a UNICEF, são necessários 7 biliões de US$ para escolarizar todas as crianças do Planeta, nos próximos dez anos. Montante irrisório, se tivermos em conta que é equivalente ao que é gasto, anualmente em cosméticos, nos EU, ou, em gelados, na Europa”(Bóia, J. 2003).
Esta curiosidade triste, encontrei-a no livro de José Bóia intitulado “Educaçao e Sociedade – Neoliberalismo e os desafios do Futuro”

E o Amor acontece

Alguém disse:
“Porra, Dei eu 4.80E para ver o filme Amor acontece e cheguei lá e nada aconteceu”
Pois é pois é...assim acontece...

Afinal somos ou não somos um povo racista?

Esta semana fomos confrontados nos meios de comunicação social com a noticia sobre a intenção da Associação de Pais da Escola EB 2,3 Augusto Moreno em Bragança tomar medidas drásticas caso a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) levasse a cabo a sua intenção de criar, nessa mesma escola, uma turma constituída maioritariamente por ciganos.
Pergunto-me, será o povo Português um povo Racista? Tendo em conta os argumentos dos Pais da dita escola, fico um pouco na dúvida. Se não vejamos:
“Não somos racistas nem temos nada contra os ciganos, mas não os queremos cá."(in:Jornal Público, 05/12/03).
Afinal, Povo de Portugal, somos ou não somos Racistas? Decidam-se....

Mais umas coisas que me fodem a cabeça

- Bófias no Iraque a se queixarem que não têm o comerzinho da mamã
- Bófias no Iraque a se queixarem que têm de pagar impostos
- Descobrir só agora que o Iraque não é seguro

Jornalistas fora do Iraque

Pois é...Pois é...
Primeiro convidam e pagam, a pensar que dá jeito...
Depois há uma jornalista que apanha um tiro no rabiosque e outro que é raptado...
E agora...Mandam os gajos embora "porque não é seguro".

Porra!! É preciso uma inteligência descomunal para perceber, depois de tanto tempo, que o Iraque não é seguro...
Ou será que já não convém tê-los por lá? Afinal, não dá lá muito boa imagem polícias que a primeira coisa que fazem quando chegam a um cenário de guerra é queixarem-se de que só comem "pasta". Estavam à espera de quê? Que os Italianos soubessem fazer cozidos à portuguesa? E isto para não falar da história do IRS...Bem se diz que o passatempo principal do portugueses é fugir ao fisco, mas agora bófias a quererem fugir ao fisco legalmente é o fim da picada.
Não há segurança para os jornalistas...Tá bem tá...E os outros que lá estavam sem GNR e a apanharem com as bombas do tio George? Tinham uma segurança do diabo...

Alfa e Ômega

Alfa e ômega
Quando nasci, estava lá mas não vi. Singular distracção: quando morri também não vi o caixão.

de
João Habitualmente
In "Notícias do pensamento desconexo"
Edições Mortas
2003

As coisas que me fodem a cabeça

1- Aquela malta que estaciona em dupla fila em cima do semaforo e ao lado de um traço contínuo em hora de ponta
2- A porra dos e-mails publicitários que me enchem a caixa de correio
3- Pessoal com mania de artista
4- O Jet-set baratucho que empesta certos lançamentos de livros alternativos com os seus chocalhos em ouro falso, permanentes à tia e charutos pseudo-cubanos
5- Políticos (portugueses, que os outros não conheço tão bem)
6- O Euro 2004 e os seus mil e um estádios
7- A mania de que somos um povo de brandos costumes
8- A lata como alguns extraterrestres andróginos tentam fazer contrabando de joias e depois ainda se queixam das instalações da PJ
9- As forças armadas, brinquedo de gente grande que não tem mais nada que fazer que andar a brincar ás guerras com submarinos e afins, enquanto há fome no país
10- CDs, DVDs, talheres, presépios, etc que servem para vender jornais
11- O preço dos livros
12- A internet supersónica que afinal é sub-caracol
13- gente que manda em coisas das quais não percebe um cú

História de uma história esquizofrénica influenciada pelo encontro com João Habitualmente (atrasado) (parte CENSURADA)

Como posso ficar calado com uma asneira como esta? Bem... pensando bem acho que todos ficamos calados com esta história de rir.
Até a próxima!!!! Maganos

Num certo dia, numa certa esplanada, estava sentado numa certa cadeira (Parte CENSURADA). Olhando muito sério para o barman, o indivi­duo pediu-lhe se por favor este lhe poderia arranjar um copo com qualquer coisa. Passados uns minutos, aparece o barman com um copo e dentro do copo vinha de facto qualquer coisa.
Na tarde seguinte, para meu espanto, estava sentado numa certa esplanada o mesmo individuo que no dia anterior se tinha sentado na mesma certa esplanada, mas que eu, aposto que é a mesma esplanada na qual eu estou sentado neste momento. Só pode, exclamei eu!!! Só Pode, continuei eu a exclamar!!!. De repente, para meu segundo espanto aproxima-se do indivíduo uma mulher loira, alta, e com uma boca que parecia o Túnel das Amoreiras, que para ser sincero não faço a mínima ideia se tal Túnel existe, mas que era parecido, lá isso era. O homem que se sentara num certo dia numa certa esplanada e que eu já tinha apostado umas frases anteriores que seria exactamente a esplanada na qual eu me encontrava sentado, levantou-se e sorrindo para a mulher que parecia o túnel das Amoreiras (desculpem não era a mulher que era parecida com o túnel mas sim a sua boca) beijou-a na face e repostou a cadeira para que esta se sentasse no seu colo. UHAUUUU Guergujitei eu.

Veja as cenas dos próximos capí­tulos no Jornal Nacional da TVI com comentários de Miguel Sousa Tavares, Marcelo Rebelo de Sousa e sua amante Boca Grande mais conhecida por Manuela Moura Guedes. (Parte CENSURADA)




Obs: este post é do Rui Moreira. Por alguma razão que só deus sabe o post desapareceu quando modifiquei o template.

Cheguei!!

Mas já fui embora.

o 2º jantar dos caracóis

Para quem não acreditava que estes jantares se iriam repetir, aqui estou eu a testemunhar que houve mais um jantar dos caracóis!

António Alçada Baptista foi o nosso convidado e o livro que levei foi "O riso de Deus".

Sobre este jantar haverá quem deve fazer a desctrição, mas gostava de edixar o apontamento do porquê da escolha deste livro...

"- Mas temos de aprender a estar sós?
- Acho que aquele que vive bem consigo é que pode depois amar e ser solidário, desinteressadamente. Nós confundimos solidão com carência e dependência. A solidariedade é gratuita." (pp 180)

É um livro que fala essencialmente sobre as relações afectivas e quando o li achei-o tão delicioso que por vezes até parava para a leiturar durar mais! É interessante reflectir sobre as relações e qual o tipo de relacionamento que nos agrada e qual aquele que temos ou não temos! Se quiserem ter um pretexto para repensar a vossa vida afectiva, aqui está um bom motivo!